quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Olhando do alto

Lembro-me de ser rotulado de nerds no período da escola. Não porque tirava boas notas ou sentava na frente na maioria das aulas. Eu era acusado de não saber curtir a vida, de não viver intensamente por não seguir o fluxo do sexo, das drogas e companhia. Hoje tenho a plena convicção de que fiz e faço a cada dia a escolha correta.
Nós, jovens, somos espertos. Muito espertos. Basta ouvirmos algo parecido com o discurso de “deixe a vida nos levar” que logo associamos isso a um prazer sem compromisso e a uma vida regada à libertinagem. Queremos a liberdade. Mas, da maneira como a procuramos, caímos em um ciclo vicioso que nos leva a ficarmos cada vez mais presos. Presos a nós mesmos, aos nossos sentimentos e aos outros.
Como bons jovens rebeldes, adoramos dizer - cheios da razão - que a Igreja nos poda e nos priva de muitas coisas. Que pena! A Igreja não nos proíbe nem nos força a nada. Somos livres à medida que optamos por viver a liberdade. Parece óbvio demais? Mas é.
Há quem defenda que não há maior liberdade do que aquela de quem está na lei. E é verdade. Pensem comigo. Um político honesto é livre. Passará seu mandato e sua vida inteira sem se preocupar. Diante de acusações, agirá tranqüilamente. O político que rouba pensa ser livre. Mas, na verdade, está aprisionado. Passará seu mandato e sua vida inteira escondendo suas falcatruas e torcendo para não ser desmascarado. Outro exemplo: quem anda na velocidade permitida na via é livre. Não precisa se preocupar com multas. Já aquele que insiste em pisar fundo imagina ser livre por correr o tanto que quer. Mas, no fundo, é aprisionado. Em cada radar, é obrigado a frear. E, além disso, vive a constante expectativa da chegada de uma multa em casa.
A Igreja é mãe. E, como boa mãe, nos alerta, nos quer bem. A Igreja sabe que os valores em nossa sociedade estão se invertendo e que tudo está ficando de cabeça para baixo. Daí a preocupação em manter acesa a chama da verdade. A verdade que, para nós que cremos no Cristo, não é relativa. Há, sim, uma verdade. E ela atende pelo nome de Jesus.
Nossa sociedade está perdida. E assim continuará enquanto não se encontrar e enquanto não se encontrar com e em Deus. A mesma sociedade que prega o erotismo é a que se preocupa com a gravidez precoce. A mesma sociedade que exige cada vez mais cedo do jovem a escola profissional é a que se incomoda com o elevado número de evasão nos cursos superiores.
Nossa sociedade está enferma. Mas nosso coração também está. E, com o nosso coração enfermo, nada muda. Santo Agostinho dizia que o coração dele só poderia descansar no Senhor. Essa é a nossa certeza. Nosso coração só descansa no Senhor. Fora isso, é um simples cochilo rápido. Há um lugar em nosso coração que somente Deus é capaz de preencher. Cabe a mim e a você deixar ou não que Ele ocupe o posto que Lhe é devido.


fonte: http://www.taufrancisco.com.br

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