Uma viagem longe de casa antes, implicava vários mapas e um bom copiloto. Conforme o tempo passa, e a tecnologia vai rompendo barreiras antes impensáveis, o homem se empenha na invenção de máquinas que possam facilitar a sua vida. As fábricas automobilísticas tratam de garantir a segurança e equipam os carros com novas invenções. O tal de GPS é uma destas. Esse aparelho tem ajudado a muitos, principalmente os que dirigem sozinhos rumo a um lugar desconhecido e os que sempre se perdem dentro da cidade.Os mais experientes afirmarão e os jovens titubearão em dizer que os nossos pais são os GPS’s da nossa vida. Os adolescentes aceitarão esta comparação simplesmente como uma forma funcional... É o aparelho que só sabe mandar: “Vire à direita”, “Vire à esquerda”, “Recalculando”. Sem dúvida, alguns adolescentes podem identificar o pai com algo ao qual me comanda o dia inteiro: “Faça isso”, “Não chegue tarde”, “Dirija devagar”. Realmente, se todos pensassem como eles, chegaríamos à conclusão de que nas bocas dos pais só existem os imperativos e proibições.Será que podemos reduzir os genitores a um ser que manda e proíbe? Os adultos, por outra parte, estariam de acordo em dizer que o pai é um GPS pela finalidade e não pela função. A função de mandar é efetivamente importante se quisermos que o carro chegue ao lugar destinado. Um GPS seria inútil, se não levasse a lugar nenhum. Os pais mandam, porque querem alguma coisa. Eles querem que seus filhos sejam homens e mulheres íntegros, que saibam o que querem na vida e que não sejam frutos de modas passageiras.O Compêndio do Catecismo nos ensina muito a este respeito. Fala sobre os direitos e deveres dos pais para com os filhos e dos filhos para com seus pais. “Em relação aos pais, os filhos devem respeito (piedade filial), reconhecimento, docilidade e obediência [...] Se os pais se encontrarem em situação de indigência, de doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos devem-lhes ajuda moral e material” (nº 459). Parece quase impossível cumprir todos os requisitos, e o será, se não existir uma atitude de gratidão para com os pais. Mas se o amarmos, isso se tornará um dever de caridade.“Os pais, participantes da paternidade divina, são os primeiros responsáveis da educação dos filhos e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e respeitar os filhos como pessoas e filhos de Deus e, dentro do possível [...] ajudando-os com prudentes conselhos na escolha da profissão e do estado de vida. Em particular, têm a missão de educá-los na fé cristã” (nº 460). Se um pai cumprir todos os deveres para com seus filhos, ele será um eficaz GPS. Não uma máquina de imperativos, mas um Guia Para a Santidade. Não somente mandando, mas educando. Não somente ordenando, mas aconselhando. Não desprezando, mas amando.
Sem. Vinicius Marques
Sem. Vinicius Marques
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