Nem o namoro nem o noivado conferem ao rapaz e à moça direitos próprios de marido e esposa, de uma vida íntima com encontros sexuais, fruto de cega paixão e não de verdadeiro amor. Este é feito de respeito pela pessoa amada, é paciente e felicitante somente florescendo em uma nova vida quando realizado o casamento e constituída a família. Não é o que vem acontecendo com muita freqüência, nestes tempos de liberação sexual da mulher e de preservativos distribuídos à farta pelos governantes, ou adquiridos pelos namorados ou noivos. Uma possível gestação antes do casamento é fato que marcará, negativamente e para sempre, a vida dos namorados e noivos. Particularmente a da jovem, que arcará com maior peso da gravidez, desejada ou não. Em tais casos, os pais têm sempre o dever de cercar as próprias filhas de amor, aconselhando-as a aceitar o filho que gestam no ventre. É de todo inconveniente que os jovens e seus pais precipitem ou obriguem seus filhos ao casamento. Além de poder ser nulo, por falta de uma livre decisão ou por imaturidade psicológica, com freqüência serão casamentos destinados ao fracasso. Sintetizando, diria que os anos e o tempo do namoro e do noivado devem levar os jovens muito mais à contemplação e ao encantamento mútuo, aos sonhos e planos, do que às intimidades, frutos de uma paixão sempre grave, que acabarão deixando profundas marcas em ambos, ou pelo menos na jovem, por toda a vida futura. Sexólogos e psicólogos, pais ou amigos que pensam, dizem ou escrevem o contrário são irresponsáveis quando tudo permitem, desde que os jovens usem o preservativo, contraceptivo que acaba subvertendo o plano de Deus e os valores que os adultos têm o dever de transmitir. É incrível, mas lamentável, que pais moderninhos estejam abrindo os seus lares para encontros íntimos, sexuais, das próprias filhas com seus namorados, como dizem, um mal menor. Nada justifica essa irresponsabilidade dos pais, esquecidos dos próprios deveres de ser educadores dos que geraram para a vida, e apontando-lhes o reto caminho que devem seguir. Um verdadeiro processo de educação para o amor e um casamento feliz têm origem no ventre materno, quando os filhos já sentem o acolhimento e a ternura que devem cercar o dom de suas vidas. É processo que acompanhará a todos, nos anos da primeira e segunda infância, da adolescência e juventude. Quando os filhos, menores ou maiores, sentem o amor e o respeito mútuo dos seus pais, além de terem uma idéia mais exata da paternidade do próprio Deus, percebem que também eles poderão constituir um lar digno e feliz. Se as nossas paróquias, comunidades e movimentos juvenis, professores e mestras derem uma séria educação sexual para os adolescentes e jovens, estarão contribuindo para a formação de famílias bem constituídas e responsáveis, ajustadas ao belo plano de Deus.
Trecho do livro: O casal humano na Sagrada Escritura
Dom Amaury Castanho
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