terça-feira, 30 de novembro de 2010

Personagens do Advento

1.-A FIGURA DA ESPERA: ISAÍAS
A escolha das leituras do Advento tem nos colocado em frequente contato com Isaías. Convém refletir um pouco sobre sua personalidade. Os textos evangélicos não dizem nada da personalidade do profeta Isaías, mas o citam. Podemos até mesmo dizer que, frequentemente, pode-se advinhá-lo presente no pensamento e até nas palavras de Cristo.É o profeta por excelência do tempo da espera; está espantosamente perto, é entre os nossos, de hoje. Está presente por seu desejo de libertação, desejo do absoluto de Deus; o é na lógica bravura de toda sua vida que é luta e combate; o é até em sua arte literária, na qual nosso século volta a encontrar seu gosto pela imagem desnuda mas forte até a crueza.É um desses violentos aos quais o Reino é prometido por Cristo. Tudo deve ceder perante este visionário, emocionado pelo esplendor futuro do Reino de Deus inaugurado com a vinda de um Príncipe de paz e justiça. Encontramos em Isaías esse poder tranqüilo e inquebrantable do que está possuído pelo Espírito que anuncia, sem outra alternativa e como que pesando as coisas que diz o Senhor. O profeta não é conhecido por outra coisa além de suas obras, mas estas são tão características que através delas podemos adivinhar e amar sua pessoa. Surpreendente proximidade desta grande figura do século VIII antes de Cristo, que sentimos no meio de nós, cotidianamente, dominando-nos desde sua altura espiritual.Isaías viveu em uma época de esplendor e prosperidade. Rara vez os reinos de Judá e Samaria haviam conhecido tal otimismo e sua posição política lhes permite sonhos ambiciosos. Sua religiosidade atribui a Deus a fortuna política e a religião espera dele novos sucessos. Em meio deste frágil paraíso, Isaías vai erguer-se valorosamente e cumprir sua missao: mostrar a seu povo a ruína que o espera por sua negligência.Pertencente sem dúvida à aristocracia de Jerusalém, alimentado pela literatura de seus predecessores, principalmente Amós e Oséias, Isaías prevê como eles, inspirado por seu Deus, o que será a história de seu país. Superando a situação presente na qual se misturam covardias e compromissos, vê o castigo futuro que direcionará os caminhos tortuosos.Lodts escreve dos profetas: "Achando até mesmo reclamar uma volta atrás, exigiam um salto adiante. Estes reacionários eram, ao mesmo tempo, revolucionários". Assim as coisas, Isaías foi arrebatado pelo Senhor "no ano da morte do rei Ozias", por volta do ano 740, quando estava no templo, com os lábios purificados por uma brasa trazida por um serafim (Is 6, 113). A partir deste momento, Isaías já não se pertence. Não porque seja um simples instrumento passivo nas mãos de Yahvé; ao contrário, todo seu dinamismo vai ser colocado a serviço de seu Deus, convertendo-se em seu mensageiro. Mensageiro terrível que anuncia o despojo de Israel ao que só lhe restará um pequeno sopro de vida. O início da obra de Isaías, que originará a lenda do boi e do asno no presépio, marcam seu pensamento e seu papel. Yahvé é todo para Israel, mas Israel, mais estúpido que o boi que conhece seu dono, ignora seu Deus (Is 1, 2-3).
A Virgem dará à luz
Mas Isaías não se isolará no papel de pregador moralizante. E assim se torna para sempre o grande anunciador da Parusia, da vinda de Yahvé. Assim com Amós tinha se levantado contra a sede de dominação que avivava a brilhante situação de Judá e Samaria no século VIII, Isaías prediz os cataclismas que se desencadearão no dia de Yahvé (Is 2, 1-17). Esse dia será para Israel o dia do juízo. Para Isaías, como mais tarde para São Paulo e São João, a vinda do Senhor traz consigo o triunfo da justiça. Por outro lado, os capítulos 7 al 11 vão nos descrever o Príncipe que governará na paz e na justiça (ls 7, 10-17).É fundamental familiarizar-se com o duplo sentido do texto. Áquele que não entrar na realidade ambivalente que este comunica, será totalmente impossível compreender a Escritura, inclusive certas passagens do Evangelho, e viver plenamente a liturgia.Com efeito, no evangelho do primeiro domingo de Advento sobre o fim do mundo e a Parusia, os dois significados do Advento deixam constância desse fenômeno propriamente bíblico no qual uma dupla realidade se significa por um mesmo e único acontecimento. O reino de Judá vai passar pela devastação e a ruína. O nascimento de Emanuel, "Deus conosco", reconfortará um reino dividido pelo cisma de dez tribos. O anúncio deste nascimento promete, pois, aos contemporâneos de Isaías e aos ouvinte de seu oráculo, a sobrevivência do reino, apesar do cisma e da devastação. Príncipe e profeta, esse menino salvará por si mesmo seu país.
A Idade de Ouro
Mas, por outro lado, a apresentação literária do oráculo e o modo como Isaías insiste no caráter libertador deste menino, cujo nascimento e juventude são dramáticos, fazem pressentir que o profeta vê neste menino a salvação do mundo. Isaías destaca em suas profecias ulteriores os traços característicos do Messias. Aqui se contenta em indicá-los e reserva para mais tarde tratá-los um a um e modelá-los. O profeta descreve deste modo a este rei justo: (Is. 11, 1-9).Ezequias vai subir ao trono e este poema é escrito para ele. Mas, como um homem frágil pode reunir em si tão eminentes qualidades? Não vislumbra Isaías o Messias através de Ezequias? A Igreja o entende assim e lê esta passagem, sobre a chegada do justo, no segundo domingo de Advento. No capítulo segundo de sua obra, vimos Isaías anunciando uma Parusia que ao mesmo tempo será um juízo. No capítulo 13, descreve a queda da Babilônia tomada por Ciro. E novamente, nos convida a superar este acontecimento histórico para ver a vinda de Yahvé em seu "dia". A descrição dos cataclismas que se produzirão será tomada por Joel e voltaremos a encontrá-las no Apocalipse (Is 13, 9-ll). Esta vinda de Yahvé esmagará àquele que quis igualar-se a Deus. O Apocalipse de João recorrerá a imagens parecidas para descrever a derrota do diabo (cap. 14).Nos maitines do 4.° domingo de Advento, voltamos a encontrá-lo no momento em que descreve o advento de Yahvé: "A terra abrasada se tornará fresca, e o país árido em manancial de águas" (35, 7). É reconhecido o tema da maldição da criação no Gênesis. Mas Yahvé volta para reconstruir o mundo. Ao mesmo tempo, Isaías profetiza a ação curativa de Jesus que anuncia o Reino: "Os cegos vêem, os coxos andam", sinal que João Batista toma deste poema de Isaías (35, 5-6).Poderíamos sintetizar toda a obra do profeta reduzindo-a a dois objetivos:· O primeiro, chegar à situação presente, histórica, e remediá-la lutando. · O segundo, descrever um futuro messiânico mais distante, uma restauração do mundo. Assim vemos Isaías como um enviado de seu Deus a quem viu cara a cara. O profeta não cessa de falar dele em cada linha de sua obra. E, contudo, em suas descrições se distingue por mostrar como Yahvé é o Santo e, portanto, o impenetrável, o separado, Aquele que não se deixa conhecer. Ou, melhor, o conhecer por suas obras que, antes de mais nada, é a justiça. Para restabelecê-la, Yahvé intervém continuamente na marcha do mundo.

Amores possíveis

Aos quinze anos, espera-se que o príncipe encantado venha montado num cavalo branco. Aos vinte, a exigência torna-se menor: o cavalo pode ser pardo. Aos vinte e cinco, admite-se a possibilidade de que o cavalo seja um pangaré. Aos trinta, o cavalo nem é mais necessário, pode vir num jegue mesmo!
É mais ou menos assim que as expectativas vão se acomodando dentro do coração da gente à medida que o tempo passa. Quanto maior o horizonte de possibilidades, maiores são as exigências que fazemos. Isso nos faz lembrar as palavras do filósofo francês Sartre: “A angústia nasce das possibilidades”.
Ter mais de uma opção faz que o coração se divida para exercer a escolha. É mais ou menos isso que o seu coração tão jovem experimenta quando ele tem que escolher alguém a quem você dedicará os seus afetos. E você não pode negar que, de alguma forma, você participa deste grande leilão de amores, onde prevalece a lei da oferta e da procura: às vezes, você se oferta; às vezes, você procura; outras, entra em liquidação. E assim vai.
É muito comum nos dias de hoje encontrar meninas e meninos que, aos 17 anos, já se sentem na liquidação. Passaram por inúmeros “proprietários” e, depois, foram devolvidos. Provaram a triste e dolorosa experiência de sentirem-se descartados como se fossem objetos de consumo que, depois de usados, são jogados fora.
O mito do amor romântico
Assim segue a vida, fortemente marcada pelos signos do amor romântico, onde mocinhas acorrentadas na torre ansiosamente esperam pelos príncipes que virão em seus poderosos cavalos brancos para libertá-las da condição de acorrentadas.
É interessante que, no mito do amor romântico, a força arrebatadora do amor sempre vence a altura das torres e os projetos ardilosos de maquiavélicas madrastas. O beijo final é a concretização feliz de um processo de luta e de busca que parece ser metáfora do sonho humano de, um dia, finalmente descansar nos braços de um amor eterno. É justamente por isso que essas histórias permanecem vivas no inconsciente coletivo, visto que expressam nosso desejo de ser personagens de conto de fadas.
Que seja eterno
Mas a vida é real e, por ser real, os cavalos não são tão brancos, os príncipes não são tão belos e as princesas têm frieiras nos dedos dos pés.
No momento em que percebemos a inadequação entre sonho e realidade, descobrimos que o amor que pensávamos que tínhamos pelo outro na verdade não passava de uma projeção de nossas carências e idealizações.
Não podemos nos esquecer de que o amor humano só é possível a partir da precariedade. Somos a mistura de qualidades e defeitos, de belezas e feiúras. O amor só é verdadeiramente consistente no dia em que descobrimos o que o outro tem de melhor e de pior. O problema é que, na projeção de nossas necessidades, cegamo-nos para o real, para o verdadeiramente possível.
Com isso, passamos a esperar o que não existe, o que não se dará justamente por estar fora do horizonte de nossas possibilidades.Portanto, o seu príncipe tão esperado até pode existir. E a sua princesa tão desejada pode até estar escondida em algum lugar, mas por favor, seja realista! É preciso baixar as expectativas. O amor da sua vida virá, mas não creio que seja tudo isso que você espera.
Cavalos brancos são muito raros nos dias de hoje. É mais fácil o seu príncipe chegar num fusquinha azul clarinho modelo 67.
E a sua princesa, até creio que ela esteja esperando por você, mas não que ela esteja numa torre, envolvida numa atmosfera de encanto. É mais provável encontrá-la atrás de um balcão de padaria ou até mesmo no caixa do supermercado mais próximo.
Mas não tem problema. Embora os moldes sejam diferentes dos contos de fadas, vocês também têm o direito de viverem felizes para sempre! .

Padre Fábio de Melo

Quando o amor fere

A idéia que temos sobre o amor se faz de pessoas desejosas em fazer a vontade do outro e de querer favorecer momentos de felicidades. Mesmo ainda dentro da limitação humana, somos impulsionados pelo desejo de fazer com que o outro se realize com a nossa presença e apoio.
O amor nos realiza, nos completa, nos estimula a querer sempre a continuar a caminhada, apesar dos caminhos parecerem difíceis. Mesmo com todos esses exemplos, não é difícil perceber que existem pessoas que sofrem por amar.
Como conceber a idéia de um amor que fere?
Somos responsáveis por aqueles que passam por nós. Isso significa ajudar no seu crescimento, favorecer o ensinamento através da partilha, da reconciliação e do testemunho. Quem ama, precisará estar disposto a viver a eterna reconciliação. Esta prática nos forma e nos ensina a aspirar pelas virtudes, matando as nocivas tendências do homem natural. Do contrário, não seria possível testemunhar o amor que ainda inflama relacionamentos de casais por 25, 30, 40 anos... ou de amizades que se sustentam durante toda uma vida.
Muitas pessoas ainda perambulam por este mundo, se recusando a ser amadas, ou tentando reter o amor que foi plantado na sua alma e que clama ser partilhado com as pessoas que estão ao seu lado. Desta maneira, podemos estar matando aqueles que têm a nos oferecer o “combustível” para a nossa felicidade e estímulo para dizer: Vale a pena amar!
Essas pessoas sofrem porque não foram criadas para ser reservatórios de amor, nem para viver uma clausura que não traz a liberdade da alma de quem repousa na plenitude do puro e fiel sentimento.
Há quem fere os que amam destratando, agredindo fisicamente, subestimando, aprisionando... Mas, também há aqueles que ferem o amor ao se negar a serem amados. Filhos ferem o amor quando se recusam a aceitar o amor puro e fiel de seus pais; irmãos se ferem quando se recusam a aceitar o amor fiel, expresso na amizade fraternal; esposos ferem suas amadas quando se detêm em princípios egoístas. Ferimos a Deus quando recusamos a ser conduzidos por Sua vontade.
Há quanto tempo estamos deixando de ser felizes, sabendo que está no outro o nosso complemento?
Sempre que inflamados pelo desejo de romper com nossos laços afetivos, lembremos que ao romper com nossos relacionamentos estaremos estacionando no vácuo de todos os sentimentos.
Que Deus nos dê a graça por aspirarmos pelas virtudes!

Dado Moura

Depende de nós!

Sem dúvida nenhuma, pensar assim nos faz ser mais coerentes com nossa crença, pois o cristianismo é a religião da decisão, das escolhas e, na ótica cristã, não existe santidade estática e não alcançamos a vitória quando permanecemos estacionados.
O seu amanhã depende do seu hoje, se você quer saber como você será daqui a alguns anos, é só olhar para suas escolhas de hoje, pois elas constroem o seu amanhã.
Não existe destino, existe futuro e é você quem o constrói. Por isso, não fique esperando cair do céu o que você deseja. Vá à luta, persiga seus ideais, suas metas e saiba que depende de você, para que o plano de Deus se concretize em sua vida, pois Ele é fiel e, sempre realizará o que lhe é devido.
Não se alcança a felicidade como num passe de mágica, mas nós a conquistamos quando decidimos por ela, no hoje.
O que você está esperando... vá a luta, e não se esqueça: "Quem é livre, decide; quem não é livre, apenas concorda."
Confio a você o refrão desta canção que, certa vez, eu fiz e creio que muito o ajudará nessa reflexão.
"Depende de nós,
construir o seu futuro
é tarefa sua, só você pode fazer.
E saibas que Deus,
seu auxílio te acompanha
eis que a santa liberdade,
das escolhas e dos fins
se derrama sobre ti;
Não te esqueças o amanhã
depende do seu hoje."

Adriano Zandoná

Como podemos nos preparar para o Advento?

O Ano Litúrgico gira em torno das duas grandes festas do mistério de nossa salvação: o Natal e a Páscoa. A fim de nos prepararmos bem para essas duas solenidades de máxima importância, a Santa Igreja, com seu amor de mãe e sua sabedoria de mestra, instituiu o Advento, que nos predispõe para o Natal e a Quaresma e nos prepara para a Páscoa. Praticamente um mês e meio de Advento-Natal e três meses de Quaresma-Páscoa. O tempo chamado “Comum”, durante o ano, ajuda-nos a caminhar com a Igreja nas estradas da história, iluminados por esses mistérios de nossa fé e conduzidos pelo Espírito Santo.
Iniciamos o tempo do
Advento, que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico. No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado para preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que, há dois mil anos, nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judeia, deseja ardentemente nascer em nossos corações, conforme as santas palavras da Sagrada Escritura: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo" (Ap 3, 20).
No Advento temos a oportunidade de nos aprofundar na expectativa do "Senhor que virá para julgar os vivos e os mortos" e na semana que antecede a festa natalina a preparação próxima para celebrar o "Senhor que nasceu pobre no Oriente". Entre essas duas vindas, o cristão celebra, a cada dia, o seu coração que se abre para o “Senhor que vem” em sua vida e renova a sua existência.
Celebrar o Natal é reconhecer que "Deus visitou o seu povo" (cf. Lc 7, 16). Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro. A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações. Somos convidados, em primeiro lugar, a aprender a "estar com Jesus", e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça.
O Advento constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração. Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal. Celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto, pois "não desprezas, ó Deus, um coração contrito e humilhado" (Sl 51, 19). Um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com o Senhor e com os irmãos. Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. "Ele não tira nada, Ele dá tudo".

Dom Orani João Tempesta

Cultive a amizade

"A amizade é como os títulos honoríficos: quanto mais velha mais preciosa" (Goethe – 1749-1832).
Não preciso falar aqui da importância de se cultivar as boas amizades para ser feliz. O povo diz, com sabedoria, que “mais vale um amigo do que dinheiro o bolso”; é verdade. O dinheiro não resolve tudo, mas um bom amigo pode realmente resolver aquilo que o dinheiro não resolve. A Bíblia diz que quem conquistou um amigo, adquiriu um tesouro.Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu livro "A Identidade", que “a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu". Chama os amigos de "testemunhas do passado" e diz que eles "são nosso espelho, através dos quais podemos nos olhar.”
Diz que “toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos. Os amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contraído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão.”
Há uma fábula antiga que mostra a importância da amizade concreta: é a da pomba e da formiga.
"A pomba percebeu que a amiga formiga caiu em um rio e se debatia para não morrer afogada; muito depressa a pomba tomou um pequeno galho no bico e colocou na água ao lado da formiga, e assim esta se salvou.
Passados os dias, um caçador apontava a sua espingarda para a mesma pomba, que dormindo no galho de uma árvore não percebeu o perigo que corria. Eis que a formiga viu; e antes que o caçador atirasse na pomba, jogou-se sobre ele e deu-lhe uma ferroada; o caçador errou o tiro e assim a pomba se salvou."
A verdadeira amizade nos socorre quando menos esperamos. Podemos esquecer aquele com quem rimos muito, mas nunca nos esqueceremos daquele com quem choramos. O laço da tristeza é mais forte que o laço da alegria. Os corações que as tristezas unem permanecem unidos para sempre.
Na prosperidade os verdadeiros amigos esperam ser chamados; na adversidade, apresentam-se espontaneamente. A fortuna faz amigos. A desgraça prova se eles existem de fato.É preciso saber fazer e cultivar amizades; isso depende de cada um de nós; antes de tudo do nosso desprendimento e fidelidade ao outro. A grandeza de um homem é medida pela sua capacidade de comunhão. Quem busca um amigo sem defeito fica sem amigo.
Muito cuidado para não perder o amigo por uma futilidade. Seja amigo daquele que pode lhe ensinar muitas coisas, mesmo que ele tenha de lhe dizer verdades amargas. Uma amizade só é valiosa quando um faz o outro crescer.
Para conquistar um amigo é preciso criar um “deserto” dentro de si, aceitando que o outro venha ocupá-lo. Acolher o amigo é, em primeiro lugar, ouvir. São poucos os que sabem ouvir, porque poucos estão vazios de si mesmos, e o seu “eu” faz muito barulho. Se você souber ouvir, muitos virão lhe fazer confidências.
Se você quiser agir sobre o seu amigo, de verdade, para que ele mude, comece por amá-lo sincera e desinteressadamente. O maior esforço da amizade não deve ser apenas mostrar seus defeitos a um amigo, mas fazer com que ele veja os dele, sem lhe causar mágoa. O maior bem que podemos fazer a ele não é lhe oferecer nossa riqueza, mas levá-lo a descobrir a dele.

Felipe Aquino

Por que se expõe Jesus na Eucaristia?

O culto da exposição, ousamos afirmar, é a necessidade de nossa época; impõe-se esse testemunho público e solene da fé dos povos na divindade de Jesus Cristo e na veracidade de Sua presença sacramental. É a melhor refutação que se pode fazer aos renegados, aos apóstatas, aos ímpios e aos indiferentes, refutação que cairá sobre eles qual montanha de fogo do amor e da bondade.
O culto da exposição é necessário para salvar a sociedade, que morre por não ter mais um centro de verdade nem de caridade, tampouco de vida de família. Cada membro se isola, se concentra, procura bastar a si mesmo; a dissolução é iminente.A sociedade renascerá, entretanto, cheia de vigor, quando todos os seus membros vierem se reunir em torno de nosso Emanuel (cf. Mt 1,23). É mister refluir à fonte da vida, a Jesus na Eucaristia, fazê-Lo sair de Sua reclusão, a fim de que se coloque novamente à frente das sociedades cristãs, para dirigi-las e salvá-las; é mister reconstruir-Lhe um palácio, um trono real, uma coorte de servos fiéis, uma família de amigos, uma multidão de adoradores. O culto da exposição é necessário para despertar a fé adormecida em tantos homens de caráter que não conhecem mais Jesus Cristo, porque se esqueceram de que Ele mora na vizinhança, de que é amigo e Deus deles. Esse culto é necessário para estimular a verdadeira piedade, retida desde muito na porta do santuário onde Jesus está sempre disposto a nos abençoar e nos abrir Seu Coração.
O grande mal de nossa época é não dirigirem a alma a Jesus Cristo como a seu Deus e Salvador. Despreza-se o único fundamento, a lei única, a graça única de salvação. O mal da piedade estéril é que ela não parte de Jesus Cristo e não converge para Ele. A alma se detém no caminho, distrai-se com uma flor… O amor divino não tem sua vida, seu centro, no Sacramento da Eucaristia, e, portanto, não está em suas verdadeiras condições de expansão. Somente em Jesus Cristo, presente entre nós, pode haver salvação. O mal é tão grande que somente Ele é capaz de nos salvar. É a batalha decisiva. Um santo, um anjo, um taumaturgo, um gênio, um grande orador, tudo isso é ineficaz. É necessário Jesus Cristo em Pessoa: eis o Santíssimo Sacramento, Seu combate e Seu triunfo.

Padre Luizinho

domingo, 28 de novembro de 2010

As velas do Tempo do Advento

1º Domingo do Advento - Acende-se a PRIMEIRA VELA
A luz nascente nos conclama a refletir e aprofundar a proximidade do Natal, onde Cristo, Salvador e Luz do mundo brilhará para a humanidade. Lembra ainda o perdão concedido a Adão e Eva. A cor roxa nos recorda nossa atitude de vigilância diante da abertura e espera do Senhor que virá.
Oração: Deus da Esperança no tempo da espera. Deus da Coragem nas dificuldades. Deus da Serenidade no meio do medo. Deus da Paz no mundo em guerra. Deus da Luz no coração da noite: Vem e acende em nós a esperança, a coragem, a serenidade, a paz e a luz com a tua graça. Amém. (Acender a vela)
2º Domingo do Advento - Acende-se a SEGUNDA VELA
A segunda vela acesa nos convida ao desejo de conversão, arrependimento dos nossos pecados e também o compromisso de prepararmos, assim como São João Batista, o caminho do Senhor que virá. Esta vela lembra ainda a fé dos patriarcas e de São João Batista, que anuncia a salvação para todos os povos.
Oração: Ramo do tronco de Jessé, enxerta-nos no teu espírito. Senhor da Justiça e da paz, tem compaixão dos fracos e dos pobres, e defende a vida dos oprimidos. Deus da paciência e da consolação, dá-nos esperança e ensina-nos a acolher os outros e a perdoar. (Acender a vela). Deus dos profetas e do batismo, batiza-nos no Espírito Santo e no fogo, e conduz-nos pelo caminho reto da conversão e das boas obras.
3º Domingo do Advento - Acende-se a TERCEIRA VELA (Rosa)
A terceira vela acesa nos convida à alegria e ao júbilo pela aproximação da chegada de Jesus. A cor litúrgica de hoje, o rosa, indica justamente o Domingo da Alegria, ou o Domingo Gaudette, onde transborda nosso coração de alegria pela proximidade da chegada do Senhor. Esta vela lembra ainda a alegria celebrada pelo rei Davi e sua promessa que, agora, está se cumprindo em Maria.
Oração: Deus do amor e da vida, da liberdade e da festa: Fortalece as mãos cansadas e os nossos passos vacilantes, encoraja todos os corações que estão perturbados e cessem a dor e os gemidos.Vem salvar-nos, Senhor! (Acender a vela)Derrama sobre nós o teu Espírito para anunciarmos a boa nova aos pobres e prepararmos a tua vinda abrindo caminhos novos de paz e de alegria nos desertos do mundo.Vem salvar-nos, Senhor!
4º Domingo do Advento - Acende-se a QUARTA VELA
A quarta vela marca os passos de preparação para acolher o Salvador, nossa expectativa da chegada definitiva da Luz ao mundo. Simboliza ainda nossa fé em Jesus Cristo, que ilumina todo homem que vêm a este mundo e também os ensinamentos dos profetas, que anunciaram a chegada do Salvador.
Oração: A Virgem vai conceber e dar à luz um Filho, que será chamado Emanuel, Deus Connosco. O Senhor virá salvar o seu povo! (Acender a vela)Jesus Cristo, descendente de Davi, constituído Filho de Deus pelo Espírito que santifica e pela tua ressurreição: Tu és o nosso Senhor! Tu dás a todos a graça e a paz. Vem, Senhor, salvar o teu povo!

Padre Antônio Carlos de Oliveira

O Advento e seu significado

O Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como pode-se deduzir da própria palavra advento que origina-se do verbo latino advenire, que quer dizer chegar. Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória.O tempo do Advento formou-se progressivamente a partir do século IV e já era celebrado na Gália e na Espanha. Em Roma, onde surgiu a festa do Natal, passou a ser celebrado somente a partir do século VI, quando a Igreja Romana vislumbrou na festa do Natal o início do mistério pascal e era natural que se preparasse para ela como se preparava para a Páscoa. Nesse período, o tempo do Advento consistia em seis semanas que antecediam a grande festa do Natal. Foi somente com São Gregório Magno (590-604) que esse tempo foi reduzido para quatro domingos, tal como hoje celebramos.Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância. A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até a figura geométrica da coroa, o círculo, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade. Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida em que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas, quase em todas as partes do mundo é usada a cor vermelha. No Brasil, até pouco tempo atrás, costumava-se usar velas nas cores roxa ou lilás, e uma vela cor de rosa referente ao terceiro domingo do Advento, quando celebra-se o Domingo de Gaudete (Domingo da Alegria), cuja cor litúrgica é rosa. Porém, atualmente, tem-se propagado o costume de velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.
Pe. Agnaldo Rogério dos Santos

Qual o significado da Coroa do Advento?

É um círculo de folhagens verdes, sua forma simboliza a eternidade e sua cor representa a esperança e a vida… Deus se faz presente na vida de todo ser humano e de todas as formas deixa-nos sentir seu amor e desejo de nos salvar. A palavra ADVENTO é de origem latina e quer dizer CHEGADA. É o tempo em que os cristãos se preparam para a vinda de Jesus Cristo. O tempo do advento abrange quatro semanas antes do Natal.Atualmente há uma grande preocupação em reavivar este costume muito significativo e de grande ajuda para vivermos este tempo. A coroa ou a grinalda do Advento é o primeiro anúncio do Natal. É um círculo de folhagens verdes, sua forma simboliza a eternidade e sua cor representa a esperança e a vida. Vem entrelaçado por uma fita vermelha, símbolo tanto do amor de Deus por nós como também de nosso amor que aguarda com ansiedade o nascimento do Filho de Deus.No centro do círculo se colocam as quatro velas para se acender uma a cada domingo do Advento. A luz das velas simboliza a nossa fé e nos leva a oração, elas simbolizam as quatro manisfestações de Cristo:1° Encarnação, Jesus Histotico;2° Jesus nos pobres e necessitados;3° Jesus nos Sacramentos;4° Parusia: Segunda vinda de Jesus.No Natal se pode adicionar uma quinta vela branca, até o término do tempo natalino e, se quisermos, podemos por a imagem do Menino Jesus junto à coroa: temos que nos atentar, porém, que o Natal é mais importante do que a espera do Advento.Essa coroa é originária dos países nórdicos (países escandinavos, Alemanha), a qual contém raízes simbólicas universais: a luz como salvação, o verde como vida e o formato redondo como eternidade.Simbolismos esses que se tornaram muito adequados ao mistério natalino cristão, e que por isso, adentraram facilmente nos países sulinos. Visto que se convertera rapidamente em mais um elemento de pedagogia cristã para expressarmos a espera de Jesus como Luz e Vida, em conjunto com outros símbolos, certamente mais importantes, como são as leituras bíblicas, os textos de oração e o repertório de cantos.O comércio e o sistema deste mundo fazem questão de esquecer o verdadeiro sentido do Natal e nós podemos cair nessa, mas é possível dar presente e celebrar o verdadeiro sentido: O Menino Jesus é o nosso grande presente! Sugestão: você pode fazer uma coroa do Advento em sua casa e celebrar com sua família à luz da nossa fé a chegada de Jesus Cristo nosso Salvador. E a cada Domingo ir acendendo as velas, convidando seus familiares para rezar.Oração: Senhor Jesus celebrar o teu Natal é fazer da minha vida, da minha casa um lugar de eternidade e salvação. Que a Tua luz brilhe em cada coração. Acendendo cada vela desta coroa do Advento queremos acender a esperança, o amor, a fraternidade e a Salvação que é o grande presente que queremos dar a todos que amamos através do menino Jesus que vai nascer em nossa família.Como você se prepara para celebrar esta grande festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo?

Padre Luizinho

Não importa saber que Deus existe

Não importa saber que Deus existe, importa saber que Ele é amor (dizia um filósofo). Quando penso nesta afirmação, quase ouço São Tiago dizendo: "Crês que há um só Deus? Fazes bem! Pois até os demônios crêem e tremem".
O que Deus quer conosco é um relacionamento íntimo, pessoal, de pai para filho, de amigo para amigo; não só que acreditamos em sua existência; até mesmo por que esta é definição de pagão: sabendo que Deus existe vivem como se Ele não existisse; esquecem-se dele, colocam-no em segundo lugar.
Deus ama você... e quer ser amado por você! Ele ama você de verdade, está atento a sua vida, sabe de seus sofrimentos, conhece os seus segredos; o que você nunca contou a ninguém, Ele sabe, e é assim que o ama, aceitando-o como você é.
Deus nos cerca de cuidados, com certeza Ele protege você!
Certo dia voltávamos para Cachoeira Paulista -SP, de uma missão em Valinhos (SP) o carro estava na velocidade permitida na Rodovia Dutra (110 km/h), quando de repente, o volante começou a trepidar, a motorista tentou estabilizar o carro mas a trepidação era cada vez maior; jogamos o carro para o acostamento e por "coincidência", já era a entrada para um posto de gasolina.
Quando saltamos do carro, qual não foi a nossa surpresa? A roda dianteira esquerda tinha perdido os 03 parafusos na estrada e o último que restava estava em sua última volta. Se aquele parafuso tivesse soltado, na velocidade em que estávamos, talvez estivéssemos capotando até hoje!
Mas o que me assusta não é aquele parafuso ter ficado ali, nem os outros 03 que soltaram... o que me assusta são as expressões que escutei "Nossa , que sorte"! ou "Que coincidência! Vocês pararam na hora certa"!
Eu não tenho dúvidas de que a mão poderosa de Deus preservou nossa vida e nos salvou da morte naquela noite. Não foi sorte, foi Deus! Não foi coincidência mas o seu amor que nos livrou!
Deus fez o que fez, não porque existe, mas porque me ama. Ele cuidou de mim e está cuidando de você neste momento.
Quando recolocamos a roda do carro no lugar havia uma só palavra em nossos lábios: "Graças a Deus! Como o Senhor é bom!"
Ainda que o mundo todo diga o contrário, ainda que os fatos atestem em desfavor, saiba que o Senhor não esqueceu você e que neste momento Ele o abraça e protege! Alguns, porém, perguntam: "Por quê tantas pessoas são atingidas por males, acidentes e desgraças? Por quê tantos não experimentam esta proteção? Isso você vai acompanhar na próxima semana.

Márcio Mendes

Quando o amor bate a nossa porta.

Como poderíamos definir a palavra 'namoro'
É um tempo de conhecimento mutuo e partilhado entre o homem e a mulher objetivando o casamento.
Normalmente quando estamos entrando na juventude, o casamento é algo que nós não pensamos a respeito, mas nos atiramos na grande aventura de amar. Nisto consiste a nossa primeira experiência do encontro de nossa privacidade, nossa cultura e fragilidades com o sexo oposto o qual nos atrai. Esta experiência deverá nos ajudar a nos conhecer, a trabalhar e controlar nosso equilíbrio emocional. Este relacionamento precisa nos ensinar em como devemos aplicar todos os conceitos adquiridos de nossa formação com nossos pais, pois iremos trilhar por caminhos que nos são atraentes, os quais não conhecemos tampouco, mas nos traz grandes riscos e desafios, não obstante queremos viver esta experiência.
Por esta razão, torna-se importante, embora tenhamos apenas 16 ou 17 anos, e o primeiro amor bate a nossa porta; necessitamos ser informados e com maturidade necessária, apesar da pouca experiência a respeito.
Seguramente essas possam ser a grande preocupação dos pais. 'Aquele que dá ensinamentos a seu filho será louvado por causa dele, e nele mesmo se gloriará entre seus amigos'.

Dado Moura

Por uma fé inteligente

Todo cristão católico precisa conhecer com profundidade a fé que professa, e compreender significa aderir aos ditames e restrições que esta fé comporta.
Todo católico precisa saber que Eucaristia não é somente festa e banquete, mas que também é sacrifício. Na Eucaristia vivenciamos todo o mistério de Cristo: Encarnação, Vida, Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Cristo, a Igreja não fragmenta o mistério, ela o assume por inteiro.
Isso nos leva à compreensão de muitas realidades, dentre elas a dimensão sacrifical da Igreja e de sua missão.
O catolicismo não vive somente do louvor e do gozo espiritual (visto que estes ocupam seu lugar no seio da Igreja), ele também é marcado pelo sacrifício, e precisamos ter a consciência de que nem todas as crenças experimentam tais realidades.
Muito me preocupa o grande número de católicos que têm assimilado supostas "teologias" que se fixam somente na prosperidade e no gozo espiritual, doutrinas que buscam somente o Cristo dos prodígios, glorioso, esquecendo-se do Cristo humilde e obediente, que soube sofrer esperando o tempo certo de cada coisa.
O Cristo da cruz não cede ao imediatismo de uma fé que não é madura o suficiente para compreender o sentido da palavra "paciência"...
Nossa fé comporta o sacrifício e não vive somente de milagres, visto que não são apenas estes que nos dão fundamentos e razões para que creiamos, mas sim, a própria doação de Cristo na cruz.
O Jesus do católico é o Jesus da Ressurreição, mas também o Jesus do Calvário. Se para cada sofrimento e enfermidade humana existisse um milagre, o homem nunca cresceria com a devida parcela de maturidade que somente o sofrimento pode nos acrescentar. Sem sofrer não crescemos, contudo, é triste constatar a veracidade das palavras de São João da Cruz com relação às nossas vidas: "Muitos querem os benefícios que vêm através da cruz, porém, poucos querem carregá-la".
Alcançar milagres todos querem, no entanto, "completar na carne o que falta nas tribulações de Cristo” – com os sofrimentos que a vida apresenta – ninguém quer. "Ressuscitar" é fácil, porém, para enfrentar o calvário é preciso amar muito a Jesus Cristo.
Gradativamente tem aumentado o número de pessoas que querem fazer a experiência do Cristo do aleluia, do glória, mas é preciso também que cresça o número dos que desejam fazer a experiência do Crucificado.
Nossa fé será madura quando participarmos da missa pelo o que ela é em si, e não porque ela traz o título “de cura e libertação”.
Seja um CATÓLICO consciente e não engula quaisquer idéias que lançarem sobre você! Analise bem o que você ouve e lê, pois nem tudo que tem uma “simpática” embalagem é verdadeiramente bom. Tenha uma fé inteligente e assuma o Cristo por inteiro e não apenas alguns belos fragmentos de sua Pessoa.

Adriano Zandoná

A Soberba

A soberba é o pior de todos os pecados. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência e ao pecado original. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que "só morre meia hora depois do dono".
Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é grande virtude, e que mais caracterizou o próprio Jesus: "Manso e humilde de coração" (cf. MT 11,29) e também marcou a vida de Maria: "Serva do Senhor" (Lc 1, 38), José e todos os santos da Igreja.
São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo soberbo, não sabe se defender contra a humildade. Por isso, com esta arma ele foi vencido por Jesus, Maria, José, São Miguel e pelos santos. A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: "Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes" (Tg 1,17).
O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, d'Ele depende em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, ele [maligno] “rouba a glória de Deus”, pois quer para si os aplausos que pertencem só a Deus. São Paulo lembra aos coríntios que: "Nossa capacidade vem de Deus" (2 Cor 3,5). A soberba tem muitos filhos: orgulho, vaidade, vanglória, arrogância, prepotência, presunção, auto-suficiência, amor-próprio, exibicionismo, egocentrismo, egolatria, etc.
Podemos dizer que a soberba é a “cultura do ego”. Você já reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra "eu"? "Eu vou"; "Eu acho"; "Eu penso que"...; "Mas eu prefiro"..., etc... A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para Deus e não para o ego. Jesus, nosso Modelo, disse: "Não busco a minha glória" (Jo 8,50). São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus” (Gl 1,10).
Adão e Eva, sendo criaturas, quiseram “ser como deuses” (cf. Gen 3,5); Jesus, sendo Deus, fez-se criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Jesus foi vivida na humildade e na humilhação. Por isso, Jesus afirmou que no Reino de Deus os últimos serão os primeiros e quem se exaltar será humilhado.
Façamos como Santa Teresinha que procurava o último lugar...

Felipe Aquino

Tempo de Esperança

A Igreja acompanha os mistérios de Jesus Cristo durante os diversos ciclos da Liturgia. Com o primeiro domingo do Advento inicia-se um novo ano litúrgico. Não se trata de girar continuamente em torno de um eixo, mas de reencontrar a presença de Deus em etapas novas de nossa vida, nas quais a morte e a ressurreição de Cristo, o núcleo de nossa fé, iluminam a compreensão dos desafios de cada hora presente.
O primeiro olhar do tempo do
Advento descortina o horizonte de sua volta do fim dos tempos. Olhamos para a definitiva manifestação do Cristo, quando vier em Sua glória, e clamamos com a Igreja “Vem, Senhor Jesus”. Verdadeiramente, o Senhor voltará e seremos julgados pelo amor, como Ele mesmo indicou no sermão escatológico do Evangelho de São Mateus. “O Senhor virá!”
Na conjugação do verbo da esperança, diremos depois que o Senhor vem. De fato, as duas semanas centrais do Advento abrirão nossos corações para a experiência da presença de Cristo em nossa história. Presente no próximo, especialmente nos mais pobres, presente na Comunidade, em sua Palavra e na Eucaristia. E Ele nos espera ainda no silêncio orante de nosso coração.
Para acompanhar-nos, a Igreja oferece dois "padrinhos" de Advento, o profeta Isaías e São João Batista. O profeta viu de longe e anunciou a chegada do Salvador. Com ele se aprende a sonhar alto! "Sim! As velhas angústias terminaram, desapareceram de minha vista. Sim! Vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento. Mas haverá alegria e festa permanentes, coisas que vou criar, pois farei de Jerusalém uma festa, do meu povo, uma alegria. Eu farei festa por Jerusalém, terei alegria no meu povo. Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos. Não haverá ali crianças que só vivam alguns dias, nem adultos que não completem os seus dias, pois será ainda jovem quem morrer com cem anos. Não alcançar os cem anos será maldição. Quem fizer casas, nelas vai morar, quem plantar vinhedos, dos seus frutos vai comer. Ninguém construirá para outro morar, ninguém plantará para outro comer. A vida do meu povo será longa como a das árvores, meus escolhidos vão gozar do fruto do seu trabalho. Ninguém trabalhará sem proveito, ninguém vai gerar filhos para morrerem antes do tempo, porque esta é a geração dos abençoados do Senhor, ela e seus descendentes. E, então, antes que me chamem, já estou respondendo, ao começarem a falar, já estou atendendo. Lobo e cordeiro pastarão juntos, o leão comerá capim junto com o boi... Ninguém fará o mal, ninguém pensará em prejudicar na minha santa montanha" (Is 65, 17-25). "O Senhor vem!"
João Batista, por sua vez, anunciou a proximidade do Reino de Deus e pregou a conversão dos corações, para preencher vales e abaixar os montes. Indicou estradas até para os desertos da vida, veredas que se abrem para o encontro com o Salvador.
Na última semana antes do Natal, aí sim, é que voltaremos os olhos para o nascimento de Jesus Cristo em Belém de Judá. É o tempo do presépio, tempo de fazer festa para o Aniversariante, que é Jesus. Com Maria, José, pastores e magos, meditaremos de novo a cena sempre nova do Deus feito homem para a nossa salvação, nascido num estábulo e reclinado numa manjedoura. “O Senhor veio!”
O tempo do Advento não é em primeiro lugar uma preparação para o Natal, já que a Igreja só reserva a última semana para isso. Advento é tempo de conhecimento de Deus que está sempre se dirigindo a nós, homens e mulheres de cada tempo. Batendo à porta dos corações, quer encontrar uma reposta de amor. É o dinamismo da fé cristã, que vai ao encontro do Senhor que vem. A madrinha que a Igreja oferece para a última etapa do Advento é a Virgem Maria. O grande Papa Paulo VI considerava o Advento o tempo mais adequado para o cultivo da devoção mariana.
Conduzidos por tais testemunhas, a Santíssima Virgem Maria, João Batista e Isaías, deixemo-nos tocar pela graça de Deus. É hora de arrumar a casa de nossa vida, para receber carinhosamente a visita de Nosso Senhor Jesus Cristo. Certamente, são muitas as coisas que ocupam nossos corações. Desfazer-se do supérfluo, olhar ao redor para a prática da caridade, escutar mais e melhor a Palavra de Deus. Tempo de graça, pois o Senhor, virá, vem e veio, Nosso Salvador, Jesus Cristo! Maranathá! Vem, Senhor!

Dom Alberto Taveira Corrêa

O essencial é invisível aos olhos

Você já percebeu que o mundo está dominado pelo consumismo, pela vaidade do corpo, pelo amor à vanglória e pela busca do prazer (hedonismo). O importante hoje é a "cultura do corpo", não mais a do espírito; e esta inversão pôs o homem de cabeça para baixo. Por isso ele está desnorteado, sem norte. As academias de ginástica, os salões de beleza e os consultórios dos cirurgiões plásticos se multiplicam a cada dia, mas os homens e as mulheres continuam infelizes. Falta-lhes algo invisível... A indústria de cosméticos é uma das que mais faturam em todo o mundo.
O valor maior da pessoa humana é o espírito, a alma criada à imagem do Criador; depois vem o corpo, a bela morada da alma. Se o corpo pesa sobre o espírito, este agoniza e o homem fica aniquilado, frustrado, vazio. Se você bater num tambor cheio d'água, ele não fará barulho; mas se você bater num tambor vazio, vai fazer um barulhão.
Os homens também são assim, fazem muito barulho quando estão vazios... Se a hierarquia de valores for invertida, a grandeza do homem fica comprometida. Quando você permite que as paixões do corpo sufoquem o espírito, não há mais homem ou uma mulher em você, mas uma "caricatura" de homem ou de mulher.
O homem do século XX dominou a matéria e a tecnologia, mas lamentavelmente está de cabeça para baixo. É por isso que vimos a matança de dez milhões de irmãos na Primeira Guerra Mundial, o extermínio de cinquenta milhões na Segunda e de mais de cem milhões de vítimas do comunismo na União Soviética e na China.
Além disso, jovem, saiba de uma realidade muito triste: neste século das maravilhas da tecnologia, não houve um dia sequer sem que houvesse, em algum lugar do planeta, uma guerra. Em nenhum dia deste século XX, que há pouco terminou, a humanidade conheceu cem por cento o gosto da paz!
Não é à toa, caro jovem, que a nossa geração é a que mais consome antidepressivos e remédios para dormir e necessita cada vez mais de psicólogos e psiquiatras. Não é mais o corpo que está doente; é a alma. E quando o espírito adoece, toda a pessoa fica enferma.
A cultura do corpo, da glória e do prazer deixa um vazio; porque o homem só pode se satisfazer com aquilo que está acima dele; não com o que está abaixo.
O prazer, sobretudo, se é imoral, passa e deixa sabor de morte; a alegria, por outro lado, que é a satisfação do espírito, deixa gosto de vida.
Se você se frustrar no nível biológico, porque tem algum defeito físico, pode sublimar essa frustração e ser feliz se realizando num nível mais alto, o da cultura, o do saber.Se você não pode se realizar no nível racional, pode se realizar no nível espiritual, que é o mais elevado, numa relação íntima com Deus. Mas se você desprezar o nível espiritual, não poderá se realizar porque acima deste não há outro no qual você possa buscar a compensação.
O grande poeta francês Exupèry dizia que "o essencial é invisível aos olhos". A razão é simples: tudo que é visível e material passa e acaba; o invisível, o espiritual, fica para sempre.
Você sabe que os todos os seres criados voltam ao seu nada, voltam ao pó da terra. Por quê? Porque a força que os mantém vivos está em cada um, mas não lhes pertence. O poder de ser uma rosa está na rosa, mas não é dela. Quando você vê uma bela flor murchar é como se ela estivesse lhe dizendo: "A beleza estava em mim, mas não me pertencia; Deus a tinha me emprestado". Da mesma forma, o poder de ser um cavalo está no cavalo, mas não é dele. Se fosse dele, jamais ele morreria. Ele foi criado por Alguém que o mantém vivo. Assim como quando uma bela artista envelhece, e surgem as rugas, ela está dizendo que a beleza estava nela, mas não era propriedade dela.
Deus disse a Moisés: "Eu Sou Aquele que Sou! Yahweh!" Isso quer dizer: Somente Deus é a fonte da vida, e todos os seres dependem d'Ele para existir. Se você ficar cultivando apenas o seu belo corpo e se esquecer de sua alma, amanhã estará amargurado, pois, do mesmo jeito que a rosa murchou, o seu corpo também envelhecerá; e isso é para todos, de maneira inexorável.
Por outro lado, quanto mais você viver, tanto mais a alma poderá se tornar bela e jovem, tanto mais o espírito poderá se renovar.São Paulo expressou muito bem esta mensagem cristã:
"É por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia [...] Porque não miramos as coisas que se veem, mas sim as que não se veem. Pois as coisas que se veem são temporais e as que não se veem são eternas" (II Cor 4, 16-17).
Jovem, você não foi criado apenas para esta vida transitória e passageira, na qual tudo fica velho e se acaba. Você foi feito para a eternidade; para uma vida que nunca acaba.
O jovem fogoso que foi Santo Agostinho, um dia, chegou a esta conclusão: "De que vale viver bem, se não posso viver sempre?"Para você viver sempre, vai precisar cultivar a sua alma, muito mais do que o seu corpo.
Uma pergunta intrigante: Se você conhecesse uma mulher que está grávida, e já tem 8 filhos, dos quais 3 são surdos, 2 são cegos, um é retardado mental, e ela tem sífilis, recomendaria que ela fizesse um aborto? Se sua resposta foi "sim", você teria impedido de nascer e viver o grande gênio da música, o compositor alemão Ludwig van BEETHOVEN (1770-1824).

Felipe Aquino

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Você tem consciência de que é filho de Deus?

“Sabei que o Senhor é bom!” Foi Ele quem nos fez Seus filhos amados e queridos. Mas esse anúncio tem de fazer eco no coração de todas as pessoas, principalmente daquelas que têm a vida dificultada por inúmeras circunstâncias. Esse anúncio tem de ser uma profecia, tem de ecoar na vida de todos aqueles que complicam tudo e, talvez, não deem sentido à própria vida e pensam em decisões negativas.
Feliz de quem encontra em Deus o seu refúgio! Somos filhos do Senhor também na doença, quando somos especiais, porque a vida vale pela vida; não por aquilo que merecemos. Toda vida é um dom e precisa ser acolhida desde o ventre materno. Por isso, com a nossa Igreja, dizemos "não" a tudo aquilo que é contra ela. Infelizmente, batem à nossa porta tantas práticas contrárias à vida e nos fazem nos revoltar diante das situações que nos são apresentadas. Hoje, muitos nomes se levantam em impérios que querem tirar a vida dos filhos de Deus. Somos a favor da vida, pertencemos à nova Jerusalém. Somos felizes convidados para a Ceia do Senhor. Este banquete de Jesus com a humanidade é a nova e eterna aliança, na qual o Senhor derrama o Seu Sangue. O dia da condenação, o dia em que Jerusalém será destruída, será também o dia da desgraça para uns e de libertação para outros. Se você vive a vida como um dom, se a administra como o maior dom conferido por Deus a você; esse dia não será de desespero para você, mas de A nossa libertação se aproxima e não há condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus! Se você crê nisso, abra-se para a vida, levante-se da depressão. A sua vida é seu maior dom; só depois dela é que Deus nos concede muitos outros talentos. Um dom que se iguala à vida é nosso batismo, pois, por meio dele, nos tornamos filhos de Deus, convidados para participar da cruz de Cristo. Você é feliz, porque há 2 mil anos Jesus Cristo deu a vida por você e hoje Ele quer que você viva esse momento de felicidade. Ele quer que você erga sua cabeça e faça, diante d'Ele, uma opção pela vida. Você tem consciência de que é filho de Deus? erguer a cabeça, porque sua salvação se aproxima.
Padre João Rosa

Mande notícias

O mundo hoje corre desesperadamente atrás de informação. Pessoas que fabricam notícias existem por todos os lados. Pessoas que falam a verdade também. A internet trouxe agilidade e também acelerou todos nós. Ainda me lembro do tempo em que a velha máquina de escrever era uma companheira e tanto. A tecla “alte” ditava a pausa para a inspiração. Era uma arte escrever nas entrelinhas e estimular o raciocínio de quem iria ler ou ouvir seu texto.
Hoje estamos mais preocupados em ter centenas, milhares, bilhares de seguidores no Twitter. E o pior de tudo é que nem sempre seguimos quem realmente precisamos seguir. Nós nos preocupamos em mandar e receber notícias de gente que nem sempre vamos ter a chance de conhecer pessoalmente e, às vezes, nos esquecemos dos que nos amam e há meses não temos tempo de falar com eles.
Conheci, recentemente, Willian, um andarilho artesão, que não fala com a mãe há vários meses. Sem recursos, sem rumo, sem esperança de mandar notícias para a genitora. Na conversa ele abriu o coração e foi ousado. “Me ajude a falar para minha mãe que estou bem”, disse-me ele. E, por Providência Divina, conseguimos ligar para ela e, em menos de um minuto, ele conseguiu dizer que estava bem e que estava decidido a ir para uma casa de recuperação e que, em breve, mandaria, ele mesmo, boas notícias para ela. O mais importante é que finalizou a conversa dizendo: “Mãe, eu te amo!”. Foi comovente. Mais tarde a mãe de Willian, Dona Elzir, me ligou querendo saber mais do filho (...).
Você já parou para pensar quantos corações de mãe estão apertados por este mundo. Filhos preocupados com os milhares de seguidores e se esquecendo de apenas dar um “olá” para quem sempre os seguiu, antes mesmo de virem ao mundo. Willian não desperdiçou a primeira chance que Deus lhe deu e tranquilizou a mãe e expressou seu sentimento por ela.
Agora cabe a cada um de nós encontrar um tempinho, em nossa vasta lista de seguidores, para também expressarmos o que sentimos por aqueles que realmente nos amam e sentem saudades.
Deus abençoe!
Wallace Andrade - Com. Canção Nova

Relação sexual pré-matrimonial

É um grande desafio para a juventude viver a castidade até o matrimônio, a chamada "castidade da juventude". Segundo o Catecismo da Igreja Católica, a castidade "significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pessoal". É uma vivência que, aliada à ordenação dos desejos, torna-nos sempre mais semelhantes a Cristo, conduzindo-nos a uma busca pela santidade de maneira responsável.
Entretanto, a castidade é um grande desafio para os casais de noivos no tempo que antecede o matrimônio, pois vários são os fatores que servem de estímulo à prática da relação sexual antes do casamento em uma sociedade supererotizada.
Nesse contexto, no qual o jovem vive a sua sexualidade, eles são incentivados a todo o momento, e por diversos meios, à busca pelo prazer a qualquer preço, resultando na prática de relações sexuais pré-matrimoniais, também conhecida como fornicação.
Há os que buscam o sexo por "aventura" ou uma relação sexual "ocasional", tipo de envolvimento que ocorre quando o jovem, na busca pelo prazer, numa simples experiência pessoal e prazerosa, faz da outra pessoa um objeto de satisfação momentânea. Trata-se daqueles encontros que, de modo geral, acontecem em bailes, festas, na rua ou mesmo em casas de prostituição.
Existe também a relação sexual entre namorados que ocorre quando o casal inicia um relacionamento heterossexual com algumas características singulares (conhecimento mútuo, amizade, respeito, carinho), mas, apesar disso, se encontram em um estágio de superficialidade, pois desconhecem a linguagem do amor. Como nos casos citados anteriormente, mesmo entre namorados trata-se de um modo de satisfação momentânea, uma busca irresponsável pelo prazer, pois ainda não existe um compromisso amadurecido.
Outra forma de praticar o ato sexual que vai totalmente contra os preceitos da Igreja está presente na relação sexual "extramatrimonial": o adultério.
A relação sexual vivida em um amor autêntico é entrega pessoal total e definitiva, por isso precisa estar acompanhada do compromisso definitivo selado diante de Deus e da comunidade.
Qualquer que seja o propósito dos que se envolvem em relações sexuais prematuras, ainda que realizadas com sinceridade e fidelidade, por si só, não é o meio mais adequado para garantir a relação interpessoal verdadeiramente honesta entre um homem e uma mulher e para protegê-los contra os devaneios, as fantasias e os caprichos das paixões. Portanto, a Igreja convida os noivos a viver a castidade na continência. "Nessa provação, eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus" (CIC 56).
Torna-se cada dia mais necessário e urgente que as famílias cristãs católicas deem testemunho de respeito, de fidelidade, de amor, de carinho e do verdadeiro valor do matrimônio e da família. Assim, serão exemplos de um amor verdadeiro e honesto.

Padre Mário Marcelo Coelho - SCJ

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Campanha Nacional de Doação de Sangue



Campanha - Doação de Sangue

Tipos de sangue:

O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos, sendo os mais importantes o ABO (A, B, AB e O) e o Rh(positivo e negativo).
No Brasil, os grupos sanguíneos mais comuns são o O e o A. Juntos eles abrangem 87% de nossa população. O grupo B contribui com 10% e o AB com apenas 3%.
O sangue O Negativo é conhecido como universal. Pode ser transfundido em qualquer pessoa. Mas apenas 9% dos brasileiros possuem esse tipo sanguíneo. É muito utilizado pelos hospitais pois é o sangue que salva em situações de emergência.
O O Positivo é o sangue mais utilizado no Brasil. O estoque de um hemocentro deve ter, no mínimo, 50% desse tipo sanguíneo.
A+
Pode receber de A+ A- O+ O-
Pode doar para A+ AB+

B+
Pode receber de B+ B- O+ O-
Pode doar para B+ AB+

AB+
Pode receber de A+ A- B+ B- AB+ AB+ O+ O-
Pode doar para AB+

O+
Pode receber de O+ O-
Pode doar A+ B+ AB+ O+

A-
Pode receber de A- O-
Pode doar para A+ A- AB+ AB-

B-
Pode receber de B- O-
Pode doar para B+ B- AB+ AB-

AB-
Pode receber de A- B- AB- O- AB+
Pode doar para AB+ AB-

O-
Pode receber de O-
Pode doar para A+ A- B+ B- AB+ AB- O+ O-

Fonte: site da Fundação Pró-Sangue - Hemocentro de São Paulo

Quem não pode doar sangue

Estão relacionadas abaixo as principais causas de inaptidão à doação de sangue. Entretanto, esta relação não esgota o assunto e algumas situações não estão inclusas nesta lista e serão definidas no ato da triagem clínica pela enfermeira ou pelo médico que analizarão o seu questionário.
Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade;
Mulheres grávidas ou amamentando;
Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas;
Usuários de drogas;
Aqueles que tiveram relacionamento sexual com múltiplos parceiros
.

O dia da doação de sangue

Recomendações para o dia da doação:
Nunca vá doar sangue em jejum;
Faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior a doação;
Não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores;
Evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação;
Evitar alimentos gordurosos nas 3 horas antecedentes a doação;
Interromper as atividades por 12 horas as pessoas que exercem profissões como: pilotar avião ou helicóptero, conduzir ônibus ou caminhões de grande porte, subir em andaimes e praticar pára-quedismo ou mergulho.
O que acontece depois da doação?
O doador recebe instruções referentes ao seu bem-estar e cuidados que deverão ser tomados, tais como:
Beber bastante líquido nas primeiras 6 horas e alimentar-se normalmente.
Não fumar nas primeiras 2 horas.
Não praticar esportes radicais ou atividades de risco.
Se for necessário confirmar algum destes testes, o doador será convocado para coletar uma nova amostra e se necessário, encaminhado a um serviço de saúde.

Fonte: http://www.facaalguemnascerdenovo.com.br/odiadadoacao

Campanha de Doação de Sangue

Tem sempre alguém esperando sua doação. Não cruze os braços para esse problema. Doar sangue não dói, é fácil, rápido, não afeta a sua saúde e você salva muitas vidas. O sangue é um composto de células que cumprem funções como levar oxigênio a cada parte do nosso corpo, defender nosso organismo contra infecções e participar na coagulação. Não existe nada que substitua o sangue. Assim, ele é vital e quando uma pessoa precisa de uma transfusão de sangue, ela precisa de você! A quantidade de sangue retirada não afeta a sua saúde porque a recuperação é imediatamente após a doação.
Um simples gesto pode salvar a vida de muita gente:
Em uma pessoa adulta tem em média cinco litros de sangue e em uma doação são coletados no máximo 450ml de sangue. É pouco para você e muito para quem precisa! Você passará por uma entrevista que tem o objetivo de dar maior segurança para você e aos pacientes que receberão o seu sangue. Seja sincero ao responder as perguntas! Neste momento você também receberá informações e poderá tirar todas as suas dúvidas.
Condições básicas para doar sangue:
Sentir-se bem, com saúde;
Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional;
Ter entre 18 e 65 anos de idade;
Ter peso acima de 50Kg
Benefícios de doar sangue:
Salvar vidas, imagine que poderia ser um ente querido seu necessitando desta doação.
A satisfação de beneficiar pessoas que não têm outra opção e dependem do gesto de pessoas como você para se sentir melhor.
Algumas unidades de coleta emitem carteiras de doador constando nº de doações realizadas e tipagem sanguínea.

Fonte:http://www.facaalguemnascerdenovo.com.br/quempodedoar

O reino está entre nós, mas não se completou

Os judeus eram orgulhosos de seu Templo e dos símbolos externos de sua religião. Jesus, por iniciativa própria, visitava o Templo anualmente, rezava em seu interior e pregava, mas, em sua visão profética e na perspectiva de sua nova promessa, toda a instituição religiosa era transitória e relativa.Era relativa porque faltava o significado externo de uma adoração a Deus, em espírito, em verdade e em amizade. Era transitória porque, no final, estava se tornando um impedimento para os judeus captarem sua nova lei de amor universal. Portanto, vemos claramente que a destruição do Templo é também um símbolo de inauguração do Reino de Deus e de seu sacramento que é a Igreja.O universo está destinado a participar da própria história íntima de Deus: por isso, nada se perde; tudo será transformado e transfigurado. Nessa perspectiva, todas as coisas que acontecem ao cristão aconteceram antes a Jesus. No entanto, só se salvará quem perseverar. A vinda do Senhor é, para quem crê, plenitude, segurança, eternidade.Uma das expressões do Reino de Deus presente em nosso meio é o retiro anual em que os sacerdotes unidos ao seu Bispo Diocesano tiram uma semana de intimidade com Deus, de oração, momento de reflexão, de santificação, de reconciliação e de busca das forças mais renovadoras para servir a Deus e ao próximo na dilatação do Reino de Deus que é Reino de Justiça, de misericórdia e de paz!Que todos nós possamos viver uma religião mais autêntica, que supere as dimensões do templo edifício transformando o nosso corpo como templo vivo do Espírito de Deus, assim seja!

Padre Wagner Augusto Portugal

Os países religiosos são pobres

Essa falácia já está na sua segunda edição. Durante muitos anos, num tempo a perder de vista, sem haver falsete no piscar dos olhos, se afirmava que os países de maioria protestante eram todos prósperos, e os de maioria católica eram inexoravelmente atrasados. Essa sentença levou tempo para ser desmontada. O perverso da afirmação consistia na insinuação de que ser católico seria sinônimo de atrasado, e ser protestante estaria garantido ser próspero. Isso levava à consideração de que Deus abençoava os protestantes, e entregava os católicos à sua própria sorte. Portanto, a religião verdadeira seria a de linha protestante. Hoje nem os nossos irmãos evangélicos (como hoje os protestantes preferem ser chamados), seguem essa teoria absurda. Dentro dessa chave de leitura atualmente as religiões aprovadas por Deus seriam as do Japão, da China, e das religiões dos tigres asiáticos. Porque por lá é que está o sumo do progresso... “Do trabalho de tuas mãos comerás” (Sl 128, 2). Só quem trabalha (com inteligência), é que pode “ver a prosperidade todos os dias” (Sl 128, 5).Nos dias atuais aparece uma teoria requentada. Agora o sucesso econômico tem outra causa. Está definitivamente garantido – dizem os fautores da nova teoria – que os países prósperos são geridos por povos sem religião, frios no fervor religioso, que “não vão à igreja”. As populações piedosas, as que tem vida comunitária, estariam fadadas a patinar no atraso e deglutir o pó que os países prósperos levantam. O ensinamento falso dessa afirmação está em dizer que os povos que se voltam para o alto, não tem iniciativa, são parcos de inteligência, e não acreditam em si. Portanto, fadados ao marasmo e à pobreza. Mas os agnósticos, não. Esses estariam com tudo, pois acreditam em si, e por isso são prósperos. Essa audácia se derruba com um simples exemplo que nos vem à mente, e que deleta essa torpe teoria. Vejam o país - ainda o mais próspero do planeta - a América do Norte. É um país, cujo povo é muito religioso, e tem alto índice de praticantes. E conheço também uma região do nosso Brasil, com várias cidades, umas próximas às outras. E aí se vê exatamente o contrário: as cidades muito religiosas são as mais progressistas. E as menos religiosas são as mais fraquinhas. É preciso buscar outra teoria melhor. Essa não pegou. Está eivada de fanatismo.
DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN

A cura e a libertação pela Sagrada Escritura

No Evangelho de São Marcos aprendemos que a cura e libertação acontecem pela Palavra e pelo Corpo de Jesus. Em Marcos 1,23-26 lemos sobre o Senhor libertando um homem de um espírito impuro apenas com Sua palavra: "Cala-te e sai dele". Em Marcos 1,30-31 Cristo cura a sogra de Pedro com Seu toque: "[...] tomando-a pela mão, levantou-a e a febre a deixou". E em Marcos 1, 40-42 temos Jesus unindo as duas coisas – Palavra e Corpo – para curar um leproso: "[…] o tocou, dizendo: 'Eu quero, fica purificado'".
Por isso a Santa Missa é o ápice da nossa oração, pois nela recebemos Jesus na Sua Palavra e no Seu Corpo. E também por isso precisamos nos aprofundar na leitura das Sagradas Escrituras, para que, pela Palavra de Jesus, nos tornemos, cada vez mais, pessoas curadas e libertas.
Denis Duarte

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Declaração de papa sobre camisinha é bem recebida por ativistas

Grupos progressistas da Igreja Católica e ativistas da luta contra o HIV/Aids receberam bem a declaração do papa Bento 16 de que o uso da camisinha é aceitável “em certas situações”.
A afirmação, que será publicada em um livro nesta terça-feira, marca uma posição mais branda do Vaticano em relação ao uso de preservativos e ao combate à Aids, segundo analistas.
Enquanto anteriormente o papa havia dito que o uso de camisinhas punha em risco a saúde pública e ampliava o problema da Aids, em vez de ajudar a conter a doença, agora o pontífice afirma que no caso de homens que se prostituem, por exemplo, o uso de proteção seria "um ato de responsabilidade moral", ainda que as camisinhas "não sejam realmente o caminho para lidar com o mal da infecção pelo HIV".
O programa das Nações Unidas contra o HIV/Aids, UNAids, classificou os comentários do papa de "um passo adiante significativo e positivo".
"A declaração reconhece que um comportamento sexual responsável e o uso de preservativos têm um papel importante na prevenção do HIV", disse o diretor-executivo do UNAids, Michael Sidibe.
O Movimento de Acesso ao Tratamento do Quênia, que combate o avanço do HIV, disse que o papa havia aceitado a realidade de que a abstinência nem sempre funciona.
"É aceitar a realidade da vida. Se a Igreja fracassou em conseguir que as pessoas sigam seus valores morais e pratiquem a abstinência, ela deveria aceitar a segunda melhor opção e encorajar o uso do preservativo", afirmou David Kamau, líder da organização.
'Colapso dos ensinamentos da Igreja'
O grupo católito progressista We Are Church (Nós Somos a Igreja) disse que a declaração do papa mostra que ele aprendeu com a experiência, enquanto o ativista do movimento gay britânico Peter Tatchel disse à BBC que os comentários do papa são importantes, mas "esclarecimentos" ainda são necessários.
Para o coordenador do grupo Catholic Voices (Vozes Católicas), Austen Ivereigh, mesmo que seja a primeira vez que o papa esteja divulgando essa opinião em relação à camisinha, ela está de acordo com o que teólogos católicos têm dito há muitos anos.
"Os ensinamentos da Igreja em relação à contracepção são anteriores ao surgimento da Aids. O surgimento do HIV levantou a questão sobre o uso do preservativo para prevenir a doença. Se a intenção é impedir a transmissão do vírus, e não impedir a gravidez, teólogos diriam que esta é uma questão de uma ordem moral diferente", disse Ivereigh.
Mas a mudança de posição do papa não agradou a todos. Clifford Longley, que escreve para o jornal católico britânico The Tablet, disse que a declaração não é apenas uma pequena mudança na postura da Igreja.
"Uma pequena concessão pode facilmente se tornar o colapso de todo o edifício dos ensinamentos da Igreja Católica sobre contracepção", disse ele.
"As implicações me parecem muito mais vastas até do que o papa poderia prever."
'Luz do mundo'
O L'Osservatore Romano, jornal do Vaticano, publicou no sábado trechos do livro escrito por um jornalista alemão com base em uma série de entrevistas com o papa Bento 16.
Ainda sem lançamento previsto no Brasil, o livro se chamará "Light of the World: The Pope, the Church and the Signs of the Times" (Luz do mundo: o papa, a igreja e os sinais dos tempos).
Quando questionado se a Igreja Católica era “fundamentalmente contra o uso de camisinhas”, o papa teria dito:
“Ela certamente não a vê como uma solução real e moral. (...) Em alguns casos, quando a intenção é reduzir o risco de infecção, ela pode todavia ser um primeiro passo no caminho para uma outra sexualidade, mais humana.”
O papa citou o exemplo do uso de camisinha por homens que se prostituem como um “primeiro passo no sentido da moralização”
Bento 16 disse que a “obsessão quanto à camisinha implica a banalização da sexualidade”, o que tornaria o sexo não mais uma expressão do amor, “mas somente uma espécie de droga que as pessoas administram a si mesmas”.
A posição da Igreja sobre métodos de contracepção tem gerado críticas à instituição, principalmente após a Aids se alastrar pelo globo.
Médicos e especialistas dizem que a camisinha é um dos únicos métodos capazes de frear a disseminação do vírus HIV.

Fonte: www.bbc.co.uk

EFEITO ESTUFA - e hiper sexualização dos jovens

Muitos de nós, mesmo sem sermos especialistas, já ouvimos falar do Efeito estufa. Ao chegar à Terra, parte da energia do sol é aprisionada na atmosfera e isso a mantém "quentinha", a uma temperatura média de 30 graus Celsius. É esse efeito benéfico que os cientistas chamam de Efeito Estufa.
Sem o efeito estufa, não haveria
vida na terra e nos oceanos, pelo menos com a riqueza, a diversidade e complexidade que conhecemos hoje.
O problema é que, nas últimas décadas, os climatologistas perceberam que a temperatura média do planeta estava aumentando, ou seja, está acontecendo uma intensificação do efeito estufa.
A temperatura média do planeta já subiu 6º C no século 20 e as projeções indicam que subirá entre 1,4º C e 5,8º C até o ano 2100, se nada for feito para deter o processo.
E por que estou me referindo ao Efeito estufa? Porque, é apenas um exemplo no meio de muitos. Como podemos verificar em vários campos da ciência, muitos paradigmas foram radicalmente mudados em função das consequencias nocivas que causavam ao planeta e ao homem.
Diga-se de passagem que me parece que as necessidades do planeta tem muitas vezes prioridade sobre as dos homens....
No campo da saúde também verificamos essas mudanças de comportamento. Alimentação rica em fibras, muita hidratação, exercícios físicos, exames preventivos, já fazem parte da rotina de muitos. É impressionante ver as pessoas sempre com sua garrafinha de água, onde quer que estejam !
Também há uma grande preocupação com novas formas de energia sustentável, que possam substituir a madeira, o petróleo, o carvão, por ar, água e massa orgânica.
Que bom! Mas, todas essas descobertas devem ter ocorrido em decorrência de muitas doenças, mortes, abusos, e certamente muito sofrimento.
Analogicamente podemos pensar na forma como nossos jovens estão formando sua sexualidade.
Se observarmos bem, veremos que estão sofrendo uma hiper estimulação sexual. Um porcentagem muito grande de vídeos do You Tube, filmes, cenas de TV, músicas, e toda a mídia, estão fortemente carregadas de estimulação sexual.
Assim como o excesso de calor na superfície da terra preocupa a Humanidade, a “superfície” da nossa juventude está fortemente aquecida com estímulos sexuais em excesso que a levará, se nada for feito para deter o processo, a uma deterioração.
O que se deteriora? A sua capacidade de amar. Porque para que o nosso corpo seja uma expressão do amor pessoal, é preciso dominá-lo, para que não fique subjugado a um prazer imediato e egoísta e possa atuar a serviço do amor.
Como isto acontece? São três os elementos que levam a deteriorização: mente, hábitos e atitudes. Se mente, hábitos e atitudes estiverem fortemente impregnados de desejos sexuais não encaminhados para um amor pleno, o egoísmo vai pouco a pouco ficando dono da imaginação, da memória, dos sentimentos e dos desejos e a sua mente vai se enchendo de um modo egoísta de ver o sexo.
Sabemos que é um verdadeiro desafio , mas seria muito oportuno ajudar os nossos jovens a “higienizar” a imaginação, limpar a memória, e clarear os sentimentos, e desejos. A mente de nossos jovens e também dos não tão jovens, está verdadeiramente “intoxicada” de imagens banalizadas, toscas e rudes sobre o sexo.
Essa “intoxicação” está deixando toda uma geração enfraquecida, débil na sua capacidade de amar, de entregar-se de se comprometer. E isso é muito grave!
Como tudo na vida, é preciso um certo esforço, um treino mesmo, para conseguir mudanças de comportamento. Veja por exemplo, uma pessoa que quer emagrecer, quantos esforços não tem que fazer.
Ajudar os jovens a “treinar” seu olhar e sua imaginação, ajuda-os a ver as pessoas enquanto tais e não como objeto de prazer.
Tal como o uso abusivo do álcool conduz ao alcoolismo, o uso inadequado do sexo provoca uma dependência e uma super excitação sexual que reduzem a capacidade de amar.
É possível usando a inteligência educar a vontade para que atue em benefício de nossos jovens. Eles são inteligentes, e quando são levados a pensar sobre o que está acontecendo, muitos reagem positivamente.
Precisamos mudar esse paradigma! Quando o sexo estiver relacionado ao amor, à vida e à família, toda a sociedade sairá vencedora!
Fonte: doritaporto.blogspot.com

Sinais dos tempos

Uma catástrofe natural ou uma grande convulsão social podem suscitar reações diversas nas pessoas. Os noticiários dos meios de comunicação, muitas vezes, entram em nossas casas e podemos, sem que nada nos abale, acompanhar os detalhes de um tsunami em alguma parte do mundo ou o último crime em nossa vizinhança, com a mesma frieza de quem fica sabendo de um acontecimento da sociedade ou o resultado de uma competição esportiva de um time de longe, do qual não somos torcedores. É que no mais das vezes não nos diz respeito diretamente. Podemos ficar vacinados, sem prestar atenção, sem interpretar corretamente os sinais dos tempos.
Também a política ou os grandes problemas sociais envolvem as pessoas e, passadas as emoções, impera a insensibilidade e o acomodamento. Há buracos nas ruas ou obras inacabadas que já tiveram bolo de aniversário! E as promessas eleitorais, se concretizadas, já teriam implantado um novo paraíso terrestre! No entanto, todos se esquecem delas, não existindo mecanismos consistentes de fiscalização e cobrança, até porque, depois de alguns meses, muitos até se esquecem dos nomes dos candidatos em que votaram. Por outro lado, diante dos grandes problemas, pululam anúncios de fim de mundo, até usados como instrumentos de pressão para conversões que duram pouco, pois tão acostumados estamos que os escândalos duram apenas poucos dias e as ameaças também são esquecidas, mesmo quando usam o nome de Deus.
Jesus Cristo, com a força do Evangelho e com a graça com que nos prodigaliza, quer mover as consciências a uma mudança profunda, sem pretender aterrorizar com anúncios catastróficos. Lamentavelmente, o mundo contemporâneo criou terrores e desastres muito maiores do que os que ouviam o Senhor (cf. Lc 21, 5-19) nos começos do Cristianismo possam ter escutado e estes não conduziram a uma mudança substancial, apenas por serem graves e desafiadores. A Jesus interessa muito mais a finalidade da história do que o fim do mundo, pois os últimos tempos já começaram com o Seu mistério de Morte e Ressurreição.
Muitos se detêm em aspectos secundários, desviando-se do essencial. O cristão não se fixa no que desperta curiosidade, em investigações futurológicas nem muito menos astrológicas, mas se abre à novidade do dia a dia, cheio de esperança e disposição, preparado para o dia do Senhor, mesmo sem saber o dia nem a hora. Chegará, sim, o dia do juízo sobre todo o mundo e ninguém poderá ficar indiferente. Cristo anuncia algo muito sério, ainda que misterioso. Trata-se de um fim que diz respeito a todos.
Caminhamos em direção a um fim do mundo e a um juízo universal, mas estes se realizarão primeiro na vida pessoal de cada ser humano, chamado a acolher o Senhor ou rejeitá-Lo. Em nossa vida, ao largo do tempo que nos é dado, se realiza a decisão.
A indiferença e o alarmismo são as atitudes a serem evitadas e superadas. Diante dos acontecimentos, a Palavra de Deus nos ajudará a considerá-los sinais dos tempos, sinais do próprio Deus, os quais pedem responsabilidade. Não passe ninguém ao nosso lado sem que tomemos a iniciativa de amar a cada pessoa, fazendo concretamente o bem que estiver ao nosso alcance. Na sociedade, comprometendo-nos com as iniciativas que efetivamente promovam o bem comum. Cada pessoa, segundo a vocação e os dons que lhe foram concedidos pelo próprio Senhor, dedique-se a transformar-se para melhor, plantando sementes de bondade em torno de si.
Supere-se o julgamento dos que aparentemente fazem menos do que se espera, mas são igualmente importantes, pois Deus olha para o pequenino e ninguém escapa ao Seu amor. Novos Céus e nova terra serão assim preparados, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador. Então, tudo estará pronto, chegará ao fim a obra da salvação, e Deus será tudo em todos!

Dom Alberto Taveira Correa

Onde está a sua esperança?

Talvez você diga: "Eu não tenho mais nenhuma esperança, meu casamento, minha família e minha situação financeira estão perdidos. Eu estou perdido". Só que Deus não pensa assim. Ele quer que vejamos a Sua obra se realizando em nós.Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ó meu povo, vou abrir vossas sepulturas! Eu vos farei sair de vossas sepulturas e vos conduzirei para a terra de Israel. Ó meu povo, quando abrir vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. Quando incutir em vós o meu espírito para que revivais, quando vos estabelecer em vossa terra, sabereis que eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor. (Ez 37,12-14).O Espírito Santo é o sopro da boca do Pai que nos dá a vida: "Quando incutir em vós o meu espírito para que revivais, quando vos estabelecer em vossa terra, sabereis que eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor" (Ez 37,14).Essa é a obra do Espírito Santo: ressuscitar, tirar do pó aquilo que está sem vida. "E, se o Espírito daquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós" (Rm 8,11).O Espírito Santo, enviado pelo Pai, ressuscitou Jesus dentre os mortos. Jesus que, por causa dos nossos pecados, jazia no sepulcro. O Senhor quer colocar em nós esse mesmo Espírito. Na situação em que vivemos, com grandes ou pequenos problemas, situações que nos amarram, que nos desanimam, arrastando-nos como mortos. O Espírito Santo que ressuscitou Jesus dos mortos nos ressuscitará!Tenha a certeza de que “Teus mortos reviverão”: seu casamento, sua família e todos os seus entes queridos ressuscitarão. Mas é preciso que você pronuncie a Palavra de Deus. O Senhor está investindo o mesmo Espírito que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Reze assim: "Obrigado, Senhor! Aquele mesmo Espírito Santo que ressuscitou Jesus dentre os mortos é dado hoje para nos fazer ressuscitar. Obrigado, Senhor, porque me dás esta certeza".Estamos vivendo uma época privilegiada: “É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação” (2Cor 6,2b). Estamos no tempo da graça. Reze com confiança, pensando em seus entes queridos:"Tenho confiança, Senhor, os meus mortos ressuscitarão. Os cadáveres deles haverão de ressuscitar. Eu ressuscitarei. Porque o Pai está investindo em mim o mesmo Espírito Santo que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Os meus ressuscitarão, a minha família ressuscitará. Muito obrigado, Senhor! É a certeza que o Senhor está imprimindo em meu coração".

Trecho do livro "O Espírito sopra onde quer" de monsenhor Jonas Abib

Cultive a alegria

A alegria é um farol luminoso, em cujas lentes esbarram todos os pássaros da noite" (M. De Backer).

É preciso vencer a tristeza para ser feliz; ela é fonte de muitos sofrimentos; muitas vezes, ela vem acompanhada do mau humor. Jamais dê guarida à tristeza e ao mau humor se você quiser ser feliz. Rejeite e expulse esses sentimentos do seu coração com um ato de vontade e de fé. A tristeza nos adoece e nos mata.
A Bíblia diz que "A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade. A alegria do homem torna mais longa a sua vida" (Eclo 30,22-26). Lance fora a tristeza; ela não é uma boa companhia. Não guarde mágoas, ira, inveja, rancores e ressentimentos, pois esses sentimentos envenenam o coração. Faça como o sol:
"Se algum dia você se sentir desprezado pelas pessoas, não se aborreça. Se algum dia você perceber que não valorizam os seus esforços para melhorar, não fique aborrecido, isto só lhe faria mal. Se algum dia você se sentir rejeitado e esquecido, colocado em segundo lugar, não se aborreça, não será menor por causa disso.
Se algum dia as pessoas não notarem a beleza de sua inteligência e a grandeza da sua alma, também não fique com raiva delas, você não perderá nada por causa disso.
Se você se levantar todos os dias para fazer o bem aos outros, e mesmo assim ninguém lhe agradecer por isso, não fique aborrecido, você não perdeu o mérito de suas boas obras.
Se você fez um belo trabalho e ninguém o parabenizou e aplaudiu, não fique frustrado, a sua obra continuará grande.
Se você renova todos os dias, incansável e gratuitamente, o seu amor às pessoas, e elas não são gratas a isso, não fique triste, pois também o sol nasce todos os dias, gratuitamente, e a maioria não repara nisso. Todos os dias ele dá um grande espetáculo ao nascer, mas a maioria da plateia está dormindo e não pode aplaudi-lo".
Precisamos criar em torno de nós um ambiente feliz e alegre, expulsando dele, decididamente, o mau humor, a lamentação, a acusação dos outros, etc. Especialmente o lar deve ser um lugar onde os filhos respirem um “oxigênio” puro, e gostem dele.
Os psicólogos hoje advertem que muitos jovens são levados às drogas porque fogem de suas casas por não suportarem o ambiente de brigas, confusões e tristezas.
Alguém me contou esta história:
"Um homem chegou em casa, naquela noite, trazendo o mau humor que o caracterizava há alguns meses. Afinal, eram tantos os problemas e as dificuldades, que ele se transformara em um ser amargo, triste, mal-humorado. Colocou a mão na maçaneta da porta e a abriu. Deteve o passo e pôde ouvir a voz do filho de seus quatro anos de idade:
– Mamãe, por que papai está sempre triste?
– Não sei, amor, respondeu a mãe, com paciência. Ele deve estar preocupado com seus negócios.
O homem parou, sem coragem de entrar e continuou ouvindo:
– Que são negócios, mamãe?
– São as lutas da vida, filho. Houve uma pequena pausa e depois, a voz infantil se fez ouvir outra vez:
– Papai fica alegre nos negócios?
– Fica, sim, respondeu a mãe.
– Mas, então, por que fica triste em casa?
Sensibilizado, o pai pôde ouvir a esposa explicar ao pequenino:
– Nas lutas de cada dia, meu filho, seu pai deve sempre demonstrar contentamento. Deve ser alegre para agradar ao chefe da repartição e aos clientes. É importante para o trabalho dele. Mas, quando ele volta para casa, ele traz muitas preocupações. Se fora de casa, precisa cuidar para não ferir os outros, e mostrar alegria, gentileza, não acontece o mesmo em casa.
– Aqui é o lar, meu filho, onde ele está com o direito de não esconder o seu cansaço, as suas preocupações. A criança pareceu escutar atenta e depois, suspirando, como se tivesse pensado por longo tempo, desabafou:
– Que pena, hein, mãe? Eu gostaria tanto de ter um pai feliz, ao menos de vez em quando. Gostaria que ele chegasse em casa e me pegasse no colo, brincasse comigo. Sorrisse para mim. Eu gostaria tanto...
Naquele momento, o homem pareceu sentir as pernas bambearem. Um líquido estranho lhe escorreu dos olhos e ele se descobriu chorando.
– Meu Deus, pensou, como estou maltratando minha família. E, ainda emocionado, irrompeu pela cozinha, abriu os braços, correu para o menino, abraçou-o com força e o convidou: – Filho, vamos brincar?"
Todos nós temos problemas e os teremos a vida toda. O importante é não deixá-los nos sufocar. Deus nos manda buscar e cultivar a alegria, mesmo nas horas difíceis: "Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos! O Senhor está próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus" (Fil 4, 4-7).

Felipe Aquino

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Por que o mal existe?

A existência do mal, sobretudo, do moral, é uma pedra de escândalo para os que não crêem, um obstáculo à fé. Por que existe o mal, se Deus é Pai todo poderoso, criador do mundo e cuida de todas as suas criaturas?
A resposta a esta pergunta só podemos encontrá-la tendo em vista tudo o que ensina a fé cristã sobre a bondade da criação, o drama do pecado, o amor paciente de Deus para com a criatura humana pecadora, as Alianças que fez com o seu povo, a vinda de seu Filho à terra, o dom do Espírito Santo, o chamado da criatura humana à visão eterna de Deus. Visão que ela pode livremente recusar.
Deus com seu infinito poder poderia criar um mundo melhor. Mas, quis criar um mundo que caminha para sua perfeição última. Assim aparecem uns seres e desaparecem outros. Uns evoluem, outros são destruídos. Até que a criação atinja sua perfeição, haverá o bem físico ao lado do mal físico.
Os anjos e os homens, por serem criaturas inteligentes e livres devem crescer e chegar ao seu destino último por uma opção livre. Podem desviar-se deste destino último. Daí o pecado. E com o pecado, a entrada no mundo do mal moral, que é muito mais grave que o mal físico. Mas, Deus não é nem direta, nem indiretamente, a causa do mal moral. Ele o permite por respeitar a liberdade de sua criatura. Mas, Deus sabe tirar o bem do mal.
Lembremo-nos da história de José no Livro Sagrado. Diz a seus irmãos:
'Não fostes vós, que me enviastes para vós, foi Deus... o mal que tínheis a intenção de fazer me, o desígnio de Deus o mudou em bem a fim de... salvar a vida de um povo numeroso' (Gen 45,8; 50,20).
Assim também, do grande mal que foi a morte de Jesus por mãos humanas, Deus tirou o maior de todos os bens: a glorificação de Jesus e a nossa Redenção.
Dizia Santa Catarina de Sena: 'Tudo procede do amor, tudo está ordenado à salvação do homem. Deus nada faz que não seja para esta finalidade'.
Pouco antes de morrer, Santo Tomás More consola sua filha com estas palavras: 'Nada pode acontecer que Deus não tenha querido. Ora, tudo o que ele quer, por pior que possa parecer-nos, é o que há de melhor para nós'.
Cremos que Deus é o Senhor do mundo e da história. Mas, os caminhos de sua providência em relação a nós são muitas vezes misteriosos e desconhecidos. Só teremos conhecimento pleno dos desígnios divinos para conosco, quando virmos a Deus 'face a face'.
Então veremos que, malgrado o mal e o pecado que há no mundo, Deus conduziu sua criação para seu destino último.

Dom José Freire Falcão