Ora, diante disso, podemos concluir rapidamente que é lucro ser criança. Ser adolescente é um lucro menor, pois já começamos a perder algumas belíssimas características da nossa infância. Se formos jovens e não estivermos vivendo conforme os ensinamentos de Cristo, então nem lucro existe mais. Ainda podemos ser adultos ou até idosos: talvez aí já estejamos com um prejuízo imenso e uma dívida terrível aos olhos de Deus.
Vemos novamente que quanto mais novos formos, mais tranqüila e em paz estará a nossa alma. Sendo assim, por que as crianças não gostam mais de serem chamadas de crianças? Por que os adolescentes brigam para serem jovens? E por que os jovens querem tanto ser adultos? Certamente você já ouviu (ou pior, disse) palavras como: “Mãe, eu não sou mais criança, sou jovem” – pessoa com 10 anos; “Pai, eu não sou mais um adolescente, já cresci, sou adulto, não percebe?” – pessoa com 14 anos. Nessas horas é possível até que aquele que está revoltado não haja educadamente ou com o devido respeito.
Normalmente as pessoas querem ser mais velhas para poderem fazer mais coisas: quase sempre essas coisas são prejudiciais à própria vida ou, no mínimo, não levam a lugar algum.
É preciso resgatar a beleza dos termos “criança”, “adolescente” e “jovem”. O sentido dessas palavras está cada vez mais deturpado, assim como a maioria das coisas na sociedade em que vivemos. Urge um trabalho de conscientização para que não continuemos a temer esses vocábulos, como se utilizá-los fosse o mesmo cometer alguma gafe. Além disso, precisamos formar as pessoas de modo a ensiná-las que não devemos querer pular etapas da nossa vida. Aliás, é necessário que os próprios pais e educadores tratem seus filhos e alunos de acordo com o solicitado e recomendado para cada fase. Há pouco tempo fui convidado a pregar num retiro onde me passaram um tema e disseram que era um retiro para jovens. Ao chegar lá, grande foi a minha surpresa ao constatar que a pessoa mais velha devia ter uns quinze anos. Ou seja, até as paróquias, pastorais e movimentos têm medo de “ofender” as crianças e adolescentes se assim os chamarem. Não dá pra continuar assim. É hora de mudar!
Se Jesus dissesse, nos dias de hoje, para que deixássemos ir até Ele as “criancinhas”, com certeza Ele iria ouvir delas próprias: “Hei, aqui não tem criança alguma, só tem adulto”. Imagine a decepção d’Ele.
Seja criança, sem medo. Adolescente, sem medo. Jovem, sem medo. E permita que os outros também sejam. Mesmo porque, quando você for velho (sem sentido pejorativo, se é que pode haver), certamente irá querer voltar a ser simplesmente criança
Fonte: http://www.portalcatolico.org.br/
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