sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O que é educar?

Ghandi dizia que a "verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa." Nisto é preciso a arte de educar, a mais difícil e mais bela de todas.
Certa vez Michelangelo viu um bloco de pedra e disse: "aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora!" Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, fez o belo trabalho. Então, lhe perguntaram como tinha conseguido aquela proeza. Ele respondeu: "o anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que estavam sobrando". Educar é isto, é ir com paciência e perícia tirando os maus hábitos e descobrindo as virtudes, até que "anjo" apareça.
É preciso preparar os filhos para que entendam que a própria pessoa é a principal responsável por sua educação e que, quem cultiva as suas qualidades sente a própria dignidade e valor da sua vida.
A educação não é só para as crianças e jovens, mas sim para todos; é uma tarefa que nunca termina na vida. Aliás, alguém disse que a vida é uma escola que nunca tem férias. Cada encontro novo, cada conversa boa, cada aula, cada fato novo, cada livro, acrescenta algo em nossa educação. Na vida, aprendemos com a experiência, nossa e dos outros. É muito mais sábio quem aprende com a experiência dos outros, sem ter que sofrer com os próprios erros.
O homem moderno está, sem dúvida cheio de ciência e de sofisticada tecnologia, mas pobre de sabedoria, e, sem esta o mundo não pode ser feliz; eis a razão pela qual temos tanta dor. Somente homens sábios poderão dar ao mundo o que ele precisa.
O grande filósofo grego Sócrates, mesmo sem conhecer o cristianismo, já dizia que "só é útil o conhecimento que nos faz melhores".
É através da educação que a pessoa vai se apropriando da herança da humanidade, aprende a ler as palavras e a realidade que circunda, torna-se cidadão deste mundo e apto a dar a sua parcela na construção desta obra de Deus, para que o mundo seja um lugar agradável para viver, como irmãos.
Mais do que nunca, hoje, a nossa sociedade precisa de pais e mães de verdade, que se orgulhem destes nomes, a fim de que o mundo possa renascer, como que das cinzas, para uma nova família no próximo milênio. Sem a família vivendo conforme a vontade de Deus, não será possível a Nova Evangelização pedida pelo Papa, pois a família é a primeira evangelizadora de cada homem que vem a este mundo.
Educar os filhos é a grande missão que Deus confiou aos pais. É por causa da importância dessa tarefa, que Deus "encheu de honra" a pessoa dos pais.

Livro: Família Santuário da Vida

Confiar-se a vontade de Deus

“Então, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram em particular: “Por que nós não conseguimos expulsar o demônio?” Jesus respondeu: “Porque a vossa fé é demasiado pequena. Em verdade vos digo, se vós tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, direis a esta montanha: ‘Vai daqui para lá’ e ela irá. E nada vos será impossível”. (Mateus 17,14-20)
Para aqueles que tem fé nada é impossível. A fé é uma caminhada, os discípulos também estavam caminhando.
“E, avistando uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E a figueira secou imediatamente. 20 E os discípulos, vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira? Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; 22 E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis”. (Mateus 21,18)
Deparamos com pessoas que até diziam ter muita fé, mas quando pediram alguma coisa e não aconteceu, muitos perdem as esperanças. E quantas vezes nós pedimos com fé e as coisas não aconteceram como imaginavamos, ai está o detalhe, não pode ser do seu jeito, mas do jeito de Deus.A nossa fé vai crescendo a medida que vamos rezando, na medida que Jesus se torna o primeiro em nossas vidas, a medida em que vamos percebendo o que é vontade de Deus, e o que é vontade nossa. É um caminho que fazemos, até chegarmos ao ponto de entender a nossa vontade e a vontade de Deus.
Se Deus quiser que chova agora, se for da vontade d'Ele irá chover, mas se não for, não vai chover.O objetivo da nossa fé tem que ser Jesus. Nós não podemos colocar culpa em ninguém quando não conseguimos o que pedimos. Um dia uma mulher ligou para mim dizendo que é paralítica, que estava na cadeira de roda, mas era uma mulher perseverante que pregava o evangelho, e ela falou: "Padre eu sairei desta cadeira de rodas se Deus quiser!", E uma coisa aquela mulher não fazia, que era murmurar.Um homem perseverante é o João Paulo II, homem de fé, que mesmo doente continuou caminhando, Deus não o curou, mas ele permaneceu firme, fazendo a vontade de Deus. Ele era um homem de fé e que fez a vontade de Deus.Eu preciso entender que existe a vontade de Deus e a minha vontade e o que deve prevalecer é a vontade de Deus.Precisamos ser homens e mulheres de oração. Faça da sua casa, uma casa de oração. Faça da sua vida uma vida de oração, e no seu interior esteja sempre conversando com Deus. Saiba levantar de manhã e já rezar, saiba entregar sua vida a Deus e viva a sua vida na vontade d'Ele.
Se você fez um pedido a Deus e ainda não se realizou, fique em paz.
Padre José Augusto

Acolher no amor mesmo diante do erro

Para nós, é fácil dizer que Jesus é Deus. Para os Judeus que esperavam a vinda do Messias era difícil entender que Jesus era Deus, pois eles viram Jesus crescer, aprendendo a ler, e depois de 30 anos, Jesus revelou que era Deus. Com isso houve uma rejeição a Jesus.Se em Nazaré Jesus foi rejeitado, na nossa família Jesus precisa ser o primeiro. Ao casar-se, vocês abraçaram o sacramento do matrimônio, que é uma forma visível de enxergar o amor de Jesus pela a Igreja. Ao ver um casal com o sacramento, percebo o amor de Jesus por nós.''Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em ter-nos ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados''. (I Carta de São João 4, 10) Nós não amamos a Deus como devemos amar, mas mesmo assim ele nos ama. Jesus ama a Igreja que somos nós, não porque somos perfeitos. Diante da nossa infidelidade Ele nos ama. O amor também é expressado inclusive quando o outro é infiel, pois devemos amar como Cristo nos amou, e acolher o outro sempre. Desde do dia do seu casamento vocês são convidados a acolher todos os dias a pessoa que você escolheu para casar, na bebedeira, na droga, na doença, você precisa acolher.
Devemos ser luz, precisamos ver a fidelidade de Deus e buscar ser fiel.
Padre José Augusto

Como você corrige as pessoas?

Como você corrige seu filho, seu esposo, sua esposa, seu empregado, seu colega, seu subordinado de modo geral? É um dever e uma necessidade corrigir aqueles a quem amamos, mas isso precisa ser feito de maneira correta. Toda autoridade vem de Deus e em Seu nome deve ser exercida; por isso, com muito jeito e cautela.
Não é fácil corrigir uma pessoa que erra; apontar o dedo para alguém e dizer-lhe: “Você errou!”, dói no ego da pessoa; e se a correção não for feita de modo correto pode gerar efeito contrário. Se esta for feita inadequadamente pode piorar o estado da pessoa e gerar nela humilhação e revolta. Nunca se pode, por exemplo, corrigir alguém na frente de outras pessoas, isso a deixa humilhada, ofendida e, muitas vezes, com ódio de quem a corrigiu. E, lamentavelmente, isso é muito comum, especialmente por parte de pessoas que têm um temperamento intempestivo (“pavio curto”) e que agem de maneira impulsiva. Essas pessoas precisam tomar muito cuidado, porque, às vezes, querendo queimar etapas, acabam queimando pessoas. Ofendem a muitos.
Quem erra precisa ser corrigido, para seu bem, mas com elegância e amor. Há pais que subestimam os filhos, os tratam com desdém, desprezo. Alguns, ao corrigi-los, o fazem com grosseria, palavras ofensivas e marcantes. O pior de tudo é quando chamam a atenção dos filhos na presença de outras pessoas, irmãos ou amigos, até do (a) namorado (a). Isso o (a) humilha e o (a) faz odiar o pai e a mãe. Como é que esse (a) filho (a), depois, vai ouvir os conselhos desses pais? O mesmo se dá com quem corrige um empregado ou subordinado na frente dos outros. É um desastre humano!
Gostaria de apontar aqui três exigências para corrigir bem uma pessoa:
1 – Nunca corrigir na frente dos outros.
Ao corrigir alguém, deve-se chamá-lo a sós, fechar a porta da sala ou do quarto, e conversar com firmeza, mas com polidez, sem gritos, ofensas e ameaças, pois este não é o caminho do amor. Não se pode humilhar a pessoa. Mesmo a criança pequena deve ser corrigida a sós para que não se sinta humilhada na frente dos irmãos ou amigos. Se for adulto, isso é mais importante ainda. Como é lamentável os pais ou patrões que gritam corrigindo seus filhos ou empregados na frente dos outros! Escolha um lugar adequado para corrigir a pessoa.
Gostaria de lembrar que a Igreja, como boa Mãe, garante a nós o sigilo da Confissão, de maneira extrema. Se o sacerdote revelar nosso pecado a alguém, ele pode ser punido com a pena máxima que a instituição criada por Cristo pode aplicar: a excomunhão. Isso para proteger a nossa intimidade e não permitir que a revelação de nossos erros nos humilhe. E nós? Como fazemos com os outros? Só o fato de você dar a privacidade à pessoa a ser corrigida, ao chamá-la a sós, ela já estará mais bem preparada para a correção a receber, sem odiá-lo.
2 – Escolha o momento certo.
Não se pode chamar a atenção de alguém no momento em que a pessoa errada está cansada, nervosa ou indisposta. Espere o melhor momento, quando ela estiver calma. Os impulsivos e coléricos precisam se policiar muito nestes momentos porque provocam tragédias no relacionamento. Com o sangue quente derramam a bílis – às vezes mesmo com palavras suaves – sobre aquele que errou e provocam no interior deste uma ferida difícil de cicatrizar. Pessoas assim acabam ficando malvistas no seu meio. Pais e patrões não podem corrigir os filhos e subordinados dessa forma, gritando e ofendendo por causa do sangue quente. Espere, se eduque, conte até 10 dez, vá para fora, saia por um tempo da presença do que errou; não se lance afoito sobre o celular para o repreender “agora”. Repito: a correção não pode deixar de ser feita; a punição pode ser dada, mas tudo com jeito, com galhardia. Estamos tratando com gente e não com gado.
3 – Use palavras corretas.
Às vezes, um “sim” dito de maneira errada é pior do que um “não” dito com jeito. Antes de corrigir alguém, saiba ouvi-lo no que errou; dê-lhe o direito de expor com detalhes e com tempo o que fez de errado, e por que fez aquilo errado. É comum que o pai, o patrão, o amigo, o colega, precipitados, cometam um grave erro e injustiça com o outro. O problema não é a correção a aplicar, mas o jeito de falar, sem ofender, sem magoar, sem humilhar, sem ferir a alma.
Eu era professor em uma Faculdade, e um dos alunos veio me dizer que perdeu uma das provas e que não podia trazer atestado médico para justificar sua falta. Ter que fazer uma prova de segunda chamada, apenas para um aluno, me irritava. Então, eu lhe disse que não lhe daria outra prova. Quando ele insistiu, fui grosseiro com ele, até que ele pôde se explicar: “Professor, é que eu uso um olho de vidro, e no dia da sua prova o meu olho de vidro caiu na pia e se quebrou; por isso eu não pude fazer a prova”. Fiquei com “cara de tacho” e lhe pedi mil desculpas.
Nunca me esqueci de uma correção que o meu pai nos deu quando eu e meus oito irmãos éramos ainda pequenos. De vez em quando nós nos escondíamos para fumar escondidos dele. Nossa casa tinha um quintal grande e um pequeno quarto no fundo do quintal; lá a gente se reunia para fumar.
Um dia nosso pai nos pegou fumando; foi um desespero… Eu achei que ele fosse dar uma surra em cada um; mas não, me lembro exatamente até hoje, depois de quase cinquenta anos, a bela lição que ele nos deu. Lembro-me bem: nos reuniu no meio do quintal, em círculo, depois pediu que lhe déssemos um cigarro; ele o pegou, acendeu-o, deu uma tragada e soprou a fumaça na unha do dedo polegar, fazendo pressão, com a boca quase fechada. Em seguida, mostrou a cada um de nós a sua unha amarelada pela nicotina do cigarro. E começou perguntando: “Vocês sabem o que é isso, amarelo? É veneno; é nicotina; isso vai para o pulmão de vocês e faz muito mal para a saúde. É isso que vocês querem?”
Em seguida ele não disse mais nada; apenas disse que ele fumava quando era jovem, mas que deixou de fazê-lo para que nós não aprendêssemos algo errado com ele. Assim terminou a lição; não bateu em ninguém e não xingou ninguém; fomos embora. Hoje nenhum de meus irmãos fuma; e eu nunca me esqueci dessa lição. São Francisco de Sales, doutor da Igreja, dizia que “o que não se pode fazer por amor, não deve ser feito de outro jeito, porque não dá resultado”.
E se você magoou alguém, corrigindo-o grosseiramente, peça perdão logo; é um dever de
consciência.

Felipe Aquino

Por que a Igreja guarda o Domingo e não o Sábado?

O motivo mais importante é que Jesus ressuscitou no Domingo, inaugurando a “nova Criação” libertada do pecado. Assim o Domingo (= dominus, dia do Senhor) é a plenitude do Sábado judaico. Sabemos que o Antigo Testamento é um figura do Novo; o Sábado judaico é um figura do Domingo cristão. O Catecismo da Igreja assim explica:
§2175 – “O Domingo distingue-se expressamente do sábado, ao qual sucede cronologicamente, cada semana, e cuja prescrição ritual substitui, para os cristãos. Leva à plenitude, na Páscoa de Cristo, a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. Com efeito, o culto da lei preparava o mistério de Cristo, e o que nele se praticava prefigurava, de alguma forma, algum aspecto de Cristo (1Cor 10,11)”.
Os Apóstolos celebravam a Missa “no primeiro dia da semana”; isto é, no Domingo, como vemos em At 20,7: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para a fração do pão…” Em Mt 28, 1 vemos: “Após o Sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria vieram ao Sepulcro…” Em Ap 1, 10, São João fala que “no dia do Senhor, fui movido pelo Espírito…” e a coleta era feita “no primeiro dia da semana” (1Cor 16,2).
A Epístola de Barnabás (74 d.C.) um dos documentos mais antigos da Igreja, anterior ao Apocalipse, dizia: “Guardamos o oitavo dia (o domingo) com alegria, o diaem que Jesus levantou-se dos mortos” (Barnabás 15:6-8).
Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir no Coliseu de Roma, bispo, dizia: “Aqueles que viviam segundo a ordem antiga das coisas voltaram-se para a nova esperança, não mais observando o Sábado, mas sim o dia do Senhor, no qual a nossa vida foi abençoada, por Ele e por sua morte” (Carta aos Magnésios. 9,1).
“Devido à Tradição Apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal a cada oitavo dia, no dia chamado com razão o dia do Senhor ou Domingo” (SC 106). O dia da ressurreição de Cristo é ao mesmo tempo “o primeiro dia da semana”, memorial do primeiro dia da criação, e o “oitavo dia”, em que Cristo, depois do seu “repouso” do grande Sábado, inaugura o dia “que o Senhor fez”, o “dia que não conhece ocaso”. (Cat. §1166)
São Justino (†165), mártir, escreveu: “Reunimo-nos todos no dia do sol, porque é o primeiro dia após o Sábado dos judeus, mas também o primeiro dia em que Deus, extraindo a matéria das trevas, criou o mundo e, neste mesmo dia, Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dentre os mortos“ (Apologia 1,67).
São Jerônimo (†420), disse: “O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor: pois foi nesse dia que o Senhor subiu vitorioso para junto do Pai. Se os pagãos o denominam dia do sol, também nós o confessamos de bom grado: pois hoje levantou-se a luz do mundo, hoje apareceu o sol de justiça cujos raios trazem a salvação.” (CCL, 78,550,52)
Desta forma a Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição da Apostólica nos mostram porque desde a Ressurreição do Senhor a Igreja guarda o Domingo como o Dia do Senhor.
Prof. Felipe Aquino

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O divórcio começa no coração

As relações conjugais estão em crise, pois cada pessoa quer a sua própria felicidade, e os casais, hoje, estão se divorciando por qualquer motivo.
A raíz do divórcio é a "dureza de coração". Mas hoje Jesus quer falar para as famílias que o divórcio acontece, primeiramente, nos corações dos casais, para depois ir para o papel.
Vou contar-lhes uma história que ouvi, cujo autor é desconhecido:
O homem por detrás do balcão, olhava a rua de forma distraída, enquanto uma garotinha se aproximava da loja, ela amassou o narizinho contra o vidro da vitrina. Os seus olhos da cor do céu, brilharam quando viu determinado objeto. Ela entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis.
- É para minha irmã. Você pode fazer um pacote bem bonito?
O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:
- Quanto dinheiro você tem?
Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão, e feliz disse:
- Isto dá, não dá? (Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.)
- Sabe, continuou, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. Hoje é aniversário dela e tenho certeza que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela.
- O homem foi para o interior da loja. Colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.
- Tome! Disse para a garota. Leve com cuidado.
Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia, quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:
- Este colar foi comprado aqui?
- Sim senhora.
- E quanto custou?
- Ah! Falou o dono da loja. O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o freguês.
- A moça continuou: - Mas minha irmã somente tinha algumas moedas. E esse colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele.
O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.
- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha!
O silêncio encheu a pequena loja, e lágrimas rolaram pela face da jovem, enquanto suas mãos tomavam o embrulho. Ela retornava ao lar emocionada...
Você é capaz de tudo pela sua família? Você precisa dar tudo o que tem por ela. Para que você se casou? Por que você está noivo? O que o motiva a se unir a esta mulher ou a este homem?
Esposa, procure tempo para olhar dentro do olho do seu esposo e dizer que o ama. Isso não é coisa de casal "novinho"; isso é característica de família. Espero que ninguém "morra" em sua casa. Espero que você não durma do lado de um cadáver.
Se as coisas estão mal para sua família, opte por andar pelo verdadeiro caminho que é Jesus. Ele grita ao nosso coração: "Sua família é boa, o seu casamento é bom". Deus acredita na sua família, Deus acredita em você, na sua história. Deixe de ser tonto! Ande pela estrada certa e não se esqueça de que o caminho é Jesus; se você quiser que sua família seja feliz, entregue-a para Ele.
Casais, quebrem a dureza do coração, amem, porque ainda há tempo! Amem seus filhos enquanto há tempo, porque eles vão crescer. Esse é o momento certo, tempo de dar atenção a eles. Quebrem a dureza de coração! Peço-lhes hoje: voltem para suas casas sem medo, o caminho é Jesus.
Há solução para sua família, e ela começa em seu coração. Não se desvie o caminho, pois, você e sua casa são do Senhor".

Alexandre de Oliveira

Dizer não é também amar

Amar não é e nunca será tarefa fácil, exige de nós empenho e decisão. O amor sincero comporta o sofrimento e a doação em favor do outro. Pelo bem do outro, inúmeras vezes, enfrentamos dificuldades que nos causam dor e pesar.
Existem situações nas quais temos de desagradar a quem amamos em virtude de seu próprio bem. Tais decisões são difíceis e doem mais em nós do que naqueles que são objetos de nossa repreensão. Porém, é importante salientar que corresponder sempre e irrefletidamente aos desejos de quem se ama pode se tornar algo negativo, que tende a deformar e não formar. Dentro dessa perspectiva, afirmo que: “Dizer ‘não’ também é uma forma de amar”.
Limites são necessários para qualquer ser humano, pois, por meio deles, alcançamos equilíbrio e maturidade. Pais que não impõem limites aos filhos acabam criando pequenos reis e rainhas e, conseqüentemente, tornando-se seus súditos.
Somente quem já recebeu um “não” na vida consegue compreender a especificidade da palavra humildade. Somente aqueles que não foram correspondidos no que queriam, em algum momento de sua história, sabem compreender que sua vontade não é absoluta e que nem sempre estão certos.
É no “não” e no “sim”, no equilíbrio das possibilidades, que se forma uma pessoa, é assim que o orgulho se ausenta e o ser humano consegue entender que os outros também são bons.
Nem tudo o que queremos é o melhor para nós, porém, nem sempre conseguimos enxergar assim. É aí que descobrimos quem nos ama, pois os que sinceramente se interessam por nós não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir quando necessário.
Não é fácil corrigir e dizer 'não'; seria mais fácil e conveniente dizer sempre 'sim' e estar sempre sorrindo, pois quem diz 'não' se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro.
Só quem nos ama nos diz 'não'. Só quem se interessa por nós tem a sensibilidade de cuidar de nós, através da poda.
Precisamos ter sensibilidade para detectar e aceitar o amor que se manifesta em uma multiplicidade de formas e que nos encontra também naquilo que tanto nos desagrada.
Se enxergarmos assim, sentiremo-nos mais amados e cuidados, evitaremos muitas contrariedades, além de descobrirmos belezas antes não contempladas. Faça essa experiência!

Adriano Zandoná

Família, lugar dos valores do reino de Deus

Quando um casal forma uma família, nasce um novo espaço sagrado no mundo, um lugar reservado por Deus para que os valores do Reino sejam implantados e vividos. Nesta perspectiva, o lar cristão precisa se tornar o próprio Reino de Deus, local de Sua santa morada. Mas isto só é possível com a colaboração dos próprios cônjuges, que têm a missão de implantar este reino de amor, paz e justiça.
O reino do amor começa com o próprio relacionamento do casal, que deve ser construído a cada dia através de gestos de acolhida, carinho, proteção, afeto mútuo, compreensão. Também uma dose de emoção e sentimentos que terão que se renovar no dia a dia, recheado de palavras que elevam a outra pessoa e revelam o que ela tem de mais precioso. Infelizmente, em alguns lares não vemos casais apaixonados e se apaixonando pela aventura de viver juntos, acabam esfriando a paixão do namoro, deixando de lado o prazer sexual como fonte de alegria, relegando isto a busca de prazer às custas do outro. O sexo sem amor é alienante, pois "leva" a pessoa à categoria de “animal”, que quer prazer a todo custo. O componente do amor, enquanto vivência de carinho e de afeto demonstrados, faz a diferença na vida conjugal. O Reino de Deus é repleto de amor, deste amor que se dá mais do que se recebe. Que é mais doação de vida, sacrifício pelo outro do que busca de se preencher pessoalmente. O Reino de Deus acontece quando promovemos o amor e fazemos dele o centro de nossas vidas.
O Reino também é de paz, e esta paz só acontece a partir da presença do Príncipe da Paz, que é Jesus Cristo. Toda família precisa ter como fonte de paz, a pessoa de Jesus. E isto acontece a partir da participação dos membros da família na Igreja: a vivência sacramental. Se fizéssemos uma enquete sobre o assunto, certamente iríamos descobrir que famílias que participam da Santa Missa todo domingo, por exemplo, conseguem conservar a paz e banir a discórdia, as divisões internas, brigas, no interior de seus lares. Não há paz longe de Jesus Cristo, Ele é o Shalom de Deus, paz completa, paz duradoura. Este valor do Reino não se consegue implantar com as próprias forças, mas é fruto da presença de Jesus. Somos cooperadores desta graça, nos expondo e nos colocando na presença de Cristo através da Igreja.
Outro valor do Reino a ser implantado na família é a justiça. Não a justiça de quem pensa em fazer o que é correto perante a lei tão somente. Isto é até fácil, mas a justiça do Reino de Deus é tirar de si e dar ao outro. Tudo que temos e que não estamos utilizando não nos pertence, portanto não é nosso, mas de outro que está precisando. Não podemos reter para nós o que não necessitamos para ter uma vida digna, sabendo que outra pessoa não tem esta mesma vida digna porque não partilhamos com ele o que nos sobra. O Reino de Justiça é o Reino da solidariedade, da partilha, da caridade expressa em ajuda mútua. É bem fácil achar-se justo dentro da nossa individualidade e a partir do egocentrismo que é tão presente na atual sociedade. Na família cristã deve-se viver a fraternidade, para que o mundo seja melhor a partir de cada um de nós.
Tudo isto começa na família, a partir dos conceitos cristãos que precisamos absorver , ensinar os nossos filhos a viverem: o amor, a participação sacramental em busca da paz e a justiça. É esta a nossa missão: implantar o Reino de Deus a partir da formação moral de homens e mulheres, para se tornarem novos para um mundo novo, o que só é possível no ambiente familiar.
Deus abençoe você e sua família.
Diácono Paulo Lourenço

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O “Ficar” é de Deus?

Muito se tem discutido inda sobre uma frase dita pelo Bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Dimas Lara Barbosa, dita em 2007, o qual condenou o hábito de "ficar", comum entre jovens e adolescentes. O bispo assinalou na ocasião: “O senso do descartável do 'ficar', que era próprio das garotas de programa, é hoje vivenciado pelas adolescentes. Os meninos apostam entre eles para saber quem fica com mais garotas numa noite. No dia seguinte, eles não sabem nem o nome delas, o que significa que essa pessoa, com quem 'ficou', não vale absolutamente nada. O problema é grave e atinge adolescentes e pré-adolescentes”.(O Globo Online 08/05/2007) Alguns veículos de informação assinalaram que ficar é do “Capeta”. Bem, queria ir pelo outro viés: “Ficar é de Deus?”
Bem, eu sou jovem, sou professor de História, tenho 29 anos, sou católico, sou catequista e líder pastoral, atuo com crianças, adolescentes e jovens no meu bairro desde 1998. E nunca tive medo de assumir minha fé, os valores morais e a doutrina religiosa católica. Fiquei muito triste de ver parte da juventude católica criticando essa atitude de Dom Dimas. Jovens católicos aceitando relacionamentos superficiais, sendo verdadeiros “copos descartáveis”. Os católicos precisam levar o Cristo incondicionalmente, não nos conformando com o mundo, mas o que vemos são pessoas buscando apenas uma “fé de supermercado”, ou seja, você apenas assimila das “prateleiras” aquilo que gosta e descarta o restante da doutrina. O que está acontecendo? O bispo nos lembra que não podemos brincar de ser Igreja! Não podemos buscar um Cristo “Light”, segundo um “quinto Evangelho” o qual aceita meus erros e pecados. Nós não podemos aceitar que os católicos tenham valores mundanos, modismos que vão de encontro com a Doutrina Cristã e acabam, assim, escrevendo “seu próprio Catecismo”.E o que vem a ser a prostituição? É a comercialização da prática sexual ou, é o oferecimento de satisfação sexual em troca de vantagens monetárias, prazeres ou favores. A Bíblia é clara sobre esse assunto. Em várias passagens vemos a condenação dessa prática: “Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” (1 Cor 6, 18) Não se discute esse assunto, pois é um pecado muito grave, pois o nosso corpo é Templo do Espírito Santo (1Cor 3, 16-17). Um jovem paulista, em uma comunidade do site de relacionamentos Orkut assinalou: “Eu prefiro Ficar... Ficar esperando no Senhor. Quem fica está se prostituindo, pois esta trocando de parceiros. Lembrando que adultério não é só quando se tem um ato sexual...” E vemos a comparação do bispo do ato do “ficar” com “as garotas de programa”. Bem, quem está “ficando”, acaba também oferecimento o seu próprio corpo em troca do seu prazer pessoal e também em busca de “status” perante os amigos e colegas. “Ficam” com um enorme número de pessoas, beijam, trocam carícias, algumas vezes termina com o ato sexual e, no dia seguinte, partem para outros relacionamentos. Foi por isso que o bispo usou o termo “descartável”. As garotas e garotos de programa ficam por dinheiro, contudo, os adolescentes e jovens seguem um caminho próximo, usando seus corpos para relacionamentos sem nenhum tipo de preocupação com o outro, quantas vezes for necessário para se satisfazerem. Isso também é pecado. Algumas pessoas dizem que o “ficar” é o antigo ato de paquerar, contudo, quando você paquera alguém você não visa simplesmente utilizar o corpo do outro para o benefício próprio, mas a busca de um relacionamento duradouro e sincero. O “ficar” prega atitudes anticristãs, tais como: a desonestidade, desconfiança, descompromisso, a superficialidade, desrespeito contra vida, não valoriza o verdadeiro amor, prega a infidelidade, a impureza, indecisão, crueldade, ato de pura atração física... O relacionamento entre duas pessoas cristãs dever ser sincero, fiel, puro, honesto, fraterno, compromissado e, principalmente, santo. O bispo apenas seguiu a Bíblia, a doutrina católica, assinalando que devemos ser cristãos autênticos, e se mostrou preocupado com a realidade dos jovens de hoje. Nós precisamos ser exemplo perante nossas famílias, nossos ministérios, nossos colegas da escola / faculdade, na nossa Igreja... Sempre em todo o lugar e a toda a hora!!! O que adianta ser uma pessoa na igreja, nos encontros e eventos e outra totalmente diferente com a minha namorada, meu esposo, meus filhos, com meus amigos... Mascarado não dá mais pra viver! A pergunta precisa ser feita. Então: O “ficar” é de Deus? Claro que não. A castidade precisa ser vista pelos cristãos não como uma opção, mas como meta de vida. Tanto no namoro, como no noivado e até dentro do casamento, um sendo fiel ao outro. O sexo só poder ser feito após o matrimônio, pois no namoro e noivado um ainda não pertence ao outro. Precisamos abolir a camisinha, pois não podemos banalizar o ato sexual que vem sendo visto nas últimas décadas. Precisamos nos manifestar contra o aborto, pois são seres humanos assim como nós. A juventude precisa rever seus valores, as canções que estão escutando (com letras pornográficas e violentas). Isso não vem de uma “Igreja totalmente ultrapassada” (como foi dito por uma leitora na última edição), mas de uma igreja fiel à Bíblia e atualizada. Quem disse que seguir Jesus é fácil?? É necessário renunciar muitas coisas!! Não vamos à Igreja porque alguém nos obriga... Não rezamos porque temos medo de Deus... Ninguém nos proíbe ou nos condena. A nossa igreja apenas nos orienta, nos mostra o caminho, porque nossa fé é expressão de nossa liberdade! "Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou." (1Jo 2, 6)

Fonte:http://www.catequisar.com.br

Por que o namoro não é o tempo de viver a vida sexual?

As coisas da vida somente são boas e nos fazem felizes se são usadas dentro de sua finalidade. Você não pode, por exemplo, usar o seu celular como um martelo!… Desvirtuando a sua finalidade, você provoca dano. Com o sexo se dá o mesmo; se for vivido fora do seu sentido, estraga tudo. Qual o sentido do sexo? O sexo, no plano de Deus, tem duas dimensões, finalidades: “unitiva” e “procriativa”; elas se completam. Deus fez do casal humano “a nascente da vida” (Paulo VI); e assim deu ao homem a honra, a glória e a missão de gerar e educar os filhos. Nenhuma outra missão é mais nobre do que esta.
Se é belo construir casas, carros, aviões …, mais belo ainda é gerar é educar um ser humano, imagem e semelhança de Deus. Nada se compara à missão de ser pai e mãe. Na aurora da humanidade Deus disse ao casal: “multiplicai-vos”. “A dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus” ( Paulo VI).
É através da atividade sexual que o casal se multiplica e se une profundamente; isto é um desígnio de Deus. O ato sexual é o ato “fundante” da geração do filho, porque é por ele que a doação amorosa do casal acontece. É por isso que a Igreja não aceita outra maneira de gerar a vida humana. A geração de um filho tem de ser um ato de amor dos pais; por isso a fecundação não pode ser passada para as mãos dos médicos e bioquímicos.
Por outro lado, a relação sexual une o casal. Há muitas maneiras de se manifestar o amor: um gesto atencioso, uma palavra carinhosa, um presente, uma flor, um telefonema…, mas a mais forte manifestação de amor entre o casal, é o ato sexual. É a “liturgia” do amor conjugal. Ali cada um não apenas dá presentes ao outro, nem só palavras, mas “se dá” ao outro física e espiritualmente. É a expressão da “entrega da vida”.
Ora, você só pode entregar a sua intimidade profunda a alguém que o ama e que tem um “compromisso de vida” com você para sempre!
Qual é a diferença entre o sexo no casamento, realizado com amor e por amor, e a prostituição? É o amor baseado num compromisso de vida para sempre. Se você tirar o amor, o sexo se transforma em prostituição, comércio.
No plano de Deus o sexo é diferente, é manifestação do amor conjugal; é a “marca” na alma, de duas pessoas que se uniram para sempre, na dor e na alegria, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza; é uma verdadeira liturgia desse amor, cujo fruto será o filho do casal. Cada um é “responsável pelo outro” até a morte, em todas as circunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este “compromisso de vida” o ato sexual não tem sentido, e se torna vazio e perigoso.
Na fusão dos corpos se celebra profundamente o amor de um pelo outro: a compreensão recíproca, a paciência exercida, o perdão dado, o diálogo mantido, as vitórias conquistadas, as lágrimas derramadas… é a “festa do amor conjugal”. Por isso é o ato fundante da vida.
O ato sexual vai muito além de um mero ato físico; a união dos corpos sinaliza a “união dos corações” e dos espíritos pelo amor. Por isso não pode ser um ato improvisado, um mero momento de prazer ou de celebração emotiva; é muito mais, é a celebração de uma vida vivida a dois para sempre, na renúncia e na alegria.
Nesta “festa” do amor conjugal, o casal se une fortemente, e no ápice do seu prazer, Deus quis que o filho fosse gerado. Assim, ele não é apenas carne e sangue dos seus pais, mas “amor do seu amor”.
É por isso que a Igreja ensina que o ato sexual, para não ser desvirtuado, deve sempre estar aberto à geração da vida, sem que isto seja impedido por meios artificiais.
Ora, se o ato sexual gera a vida de um novo ser humano, ele precisa ser acolhido em um lar pelos seus pais. É um direito da criança que vem a este mundo. Nem o namoro, nem o noivado oferece ainda uma família sólida e estável para o filho. Não existe ainda um compromisso “ até que a morte os separe”.
Quantos rapazes engravidaram a namorada, e tiveram de mudar totalmente o rumo de suas vidas! Às vezes são obrigados a deixar os estudos para trabalhar; vão morar na casa dos pais … sem poderem constituir uma família como convém.
É por isso que o sexo não deve ser vivido no namoro e no noivado. Ao contrário do que acontece hoje comumente, a última entrega ao outro deveria ser a do próprio corpo, só depois que os corações e as vidas estivessem unidas e compromissadas por uma “aliança” definitiva. Isto está longe de acontecer ainda no namoro que é apenas um tempo de escolha.
Se você apanhar e comer uma maçã ainda verde, ela vai fazer mal a você, e se estragará. Se você viver a vida sexual antes do casamento, você terá problemas e não alegrias. E poderá ferir a outra pessoa. Além do mais, quando o namoro termina, as marcas que o sexo deixou ficam no corpo da mulher para sempre. Para o rapaz tudo é mais fácil.
Então, como é que você quer exigir da sua namorada o seu corpo, se você não têm um compromisso de vida assumido com ela, para sempre? Não é justo e nem lícito exigir o corpo de uma mulher antes de colocar uma aliança – prova de amor e de fidelidade – na sua mão esquerda.
São Paulo há dois mil anos já ensinava aos Coríntios: “A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7,4). O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao noivo.
As conseqüências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e pais solteiros, despreparados; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ouem orfanatos. Muitos desses se tornam ás vezes abandonados e delinqüentes que cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas dores. Quantos abortos são cometidos porque busca-se apenas egoisticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios pais!
As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do flagelo da AIDS. Por causa dessa desvalorização da vida sexual, e da sua vivência de modo irresponsável e sem compromisso, assistimos hoje esse triste espetáculo de milhões de meninas adolescentes de 12 a 15 anos, grávidas.
A nossa sociedade é perversa e irresponsável. Incita o jovem a viver o sexo de maneira precoce e sem compromissos, e depois fica apavorada com a tristeza das meninas grávidas. Isto é fruto da destruição da família, do chamado “amor livre”, e do comércio vergonhoso que se faz do sexo através da televisão, dos filmes eróticos, das revistas pornográficas e, agora, até através do telefone e da internet.
E o que se oferece agora, a essas pobres meninas, é o veneno da Pílula do Dia Seguinte, uma bomba hormonal abortiva, com uma carga 10 vezes maior que a pílula anticoncepcional comum. É a promoção pública da depravação sexual e destruição da família. Veja jovem, quanta tristeza causa o sexo fora e antes do casamento. Além disso, a jovem, na sua psicologia feminina, não esquece os menores detalhes da sua vida amorosa. Ela guarda a data do primeiro encontro, o primeiro presente, etc…; será que ela vai esquecer a primeira relação sexual? Esta primeira relação deve acontecer num ambiente preparado, na lua de mel, onde a segurança do casamento a sustenta.
O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar a sua alma, e não o seu físico.
Um casal de namorados que souber aguardar a hora do casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal. Eu sei que o mundo lhe diz exatamente o contrário, pois ele não quer “entrar pela porta estreita” (Mt 7,14), mas que conduz à vida.
Peço que você faça esta experiência: veja quais são as famílias bem constituídas que você conhece; veja quais são os casamentos que estão estáveis, e verifique sob que bases eles foram construídos. Você verá que nasceram de casais de namorados que se respeitaram e não brincaram com a vida do outro.
Eu vivi assim; não tivemos vida sexual até o nosso casamento; somos casados há 36 anos e felizes, com os nossos cinco filhos e seis netos.

Do livro “Namoro” - Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Entregue seu filho para Deus

Os pais precisam preparar os filhos para o céu e os filhos precisam preparar seus pais. Jesus era um judeu e seus pais também. Os judeus quando preparam os filhos, eles os preparavam para Deus, pois esta era a determinação do Senhor.
Para um mulher judia era uma humilhação não ter filho, então Ana vai diante de
Deus e se derrama em lágrimas para que o Senhor concedesse-lhe a graça de ter um filho(cf I Samuel 1,10) e ela promete a Deus entregá-lo.
Vocês pais precisam entregar seus filhos para
Deus, consagrá-los ao Senhor. A primeira educação que vocês devem dar aos seus filhos é isso, entregá-los para Deus, primeira, segunda, terceira, etc. Vocês já tem o filho, já entregaram para Deus e agora, o que fazer? “Os mandamentos que hoje te dou serão gravados em teu coração, tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também os atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos” Deut 6,7-8. Você deve incutir os ensinamentos de Deus neles, desde de crianças. Você que está grávida, deve ler a sagrada escritura em voz alta para a criança ouvir.
Se na sua casa você liga a TV com filmes de guerra, com tanta violência, seu filho vai crescer violento, pois não é questão de ficar na mente, fica na
alma, por isso os pais tem que ser leitores assíduos da Palavra, senão como eles irão ensinar uma coisa de que não sabem? Desde o namoro é preciso criar esse hábito, para quando se casarem e nascerem os filhos, já estarem acostumados, e as crianças crescerão com a palavra de Deus no coração, mesmo se quando elas crescerem, se desviarem, um dia elas voltarão, pois a palavra de Deus estará em seu coração
Quando a criança for dormir, coloque um CD cristão e com isto a criança vai se enchendo da palavra de
Deus. Uma garota veio me testemunhar que quando ela era pequena sua mãe sempre cantava uma música de Nossa Senhora, depois ela cresceu, chegou naquela idade em que os adolescentes ficam meio rebeldes, e ela chegou no fundo do poço, até o dia em que ela passou na frente da igreja e ouviu aquela música que sua mãe cantava. Tinha ficado no seu inconsciente, na sua alma e ela voltou para igreja, graças o que sua mãe tinha alimentado sua alma.
Filhos, lembrem da tua mãe do tempo que vocês ficaram na barriga dela, os perigos e sofrimentos que ela passou por causa de vocês. Não importem o que eles são. São preciosos para você, vocês podem ter o melhor amigo, mas os seus melhores amigos são os seus pais, eles que darão a vida por vocês. Se vocês correrem perigos, os amigo de "skate", não farão nada por vocês, mas seus pais são capazes de morrerem por vocês
Pais, quando seu filho errar nunca diga “Papai do céu vai brigar com você”, porque seu filho vai crescer achando que
Deus é mal, eduque seu filho, mas não diga que Deus vai acabar com ele, se fizer algo errado, eduque de outras formas, é preciso apresentar as coisas que Deus faz dia a dia, para que seus filhos amem a Deus.
Filhos, sempre peçam a proteção de
Deus, que conduza os seus passos, quando for à praia, futebol, ao vôlei, à praça. E vocês, pais, rezem para que Deus vá com eles, para que não desviem os seus passos de Deus. Eduquem seus filhos para Deus, dêem seu filhos para Deus. A esperança de vocês, pais, deve repousar no Senhor, porque se a tua esperança repousa no Senhor, a esperança dos filhos também repousarão no Senhor, pois o que os pais fazem os filhos fazem, pois os filhos imitam o pai, se os pais rezam o terço, mesmo que as crianças não entendam, elas irão pegar o terço e começar a rezar.
Hoje os pais trabalham, trabalham e deixa seus filhos com a vizinha, com a empregada, de depois fala 'eu queria tanto dar uma faculdade para meu filho e agora eu tenho um traficante, um viciado dentro da minha casa', porque eles não criaram seus filhos, foram outros que criaram.
Hoje se tem muito problema porque os filhos ficam em casa sozinhos com o controle remoto na mão, ou na internet, e quando os pais chegam em casa, não tem tempo para os filhos, e os filhos ficam se sentindo rejeitados, com isso buscam maconha, sexo desregrado, para suprir a falta que sentem de seus pais.
Dê o seu filho para
Deus e o resto o Senhor fará. E vocês verão que quando alguém oferecer alguma coisa para eles, não se deixaram levar tão fácil, hoje os filhos estão sendo levados facilmente, pois o Espírito não tem como recordá-los de alguma coisa que ele não tiveram, a Sagrada Escritura diz 'que o Espírito nos recordará de todas as coisas', dêem Deus aos seus filhos para que o Espírito possa recordá-lo das coisas de Deus. E essas crianças estando com Deus não darão trabalho, serão 99% de complicação a menos, não digo 100%, porque ninguém é perfeito.
As
famílias precisam estar diante de Deus, Deus quer as famílias unidas, se amando. Que as benção dos céus, a benção dos patriarcas, a benção de Deus estejam sobre vossos filhos.

Viver o bem ou o mal? A escolha é sua!

Muitas vezes, reclamamos que Deus é injusto, pois se esqueceu de nós, não nos dando isso ou aquilo. Mas ignoramos que os desastres da nossa vida são decorrentes do nosso próprio comportamento. Frequentemente, os problemas de saúde são consequências de uma vida de desamor, de ressentimento, de mágoas, vingança e rancor. O coração está poluído, e como o homem naturalmente é um todo, quando não estamos bem de espírito, nossa cabeça, vontade e corpo também não vão bem. A pessoa que vive rancorosa, ressentida, com sentimentos de ciúmes ou inveja terá isso refletido em seu corpo, tornando-se um indivíduo adoentado.A ansiedade e a agitação são pecados, porque significam desconfiança em Deus. E Ele não deseja isso para nossa vida, pois quer que os seus filhos vivam com confiança. Nosso organismo, que é uma “máquina”, não foi criado para viver angustiado e preocupado. É como se fosse um motor, que aguenta uma forçada, mas logo quebra. Se vivemos agitados, angustiados, preocupados, ansiosos, totalmente fora do caminho de Deus, é porque nosso coração está poluído, ou foi poluído no passado, com malícias e desejos, concupiscências e cobiças inflamadas. Porém, nosso organismo, mente, pensamentos, desejos foram feitos para a pureza, de forma que a sexualidade fosse vivida corretamente no amor. Deus coloca diante de nós o bem e o mal para escolhemos um dos dois. Se optarmos pelo mal, teremos que nos responsabilizar por todas as suas consequências. Portanto, não se trata de nenhum castigo de Deus, e sim uma opção nossa.Não há mal que não nos faça mal. Até as coisas mais simples, como a gula. Muitas doenças são carregadas por nós em virtude da nossa má alimentação. Por buscarmos somente o prazer no comer e beber, esquecemos de nos alimentar racionalmente. Nossa própria gula acarreta-nos problemas estomacais, intestinais, no fígado, nos rins etc. Não é castigo de Deus, mas nosso organismo é uma máquina e, portanto, criado a partir de um projeto. Deus disse: “Filhos, a máquina é assim. Vocês são um projeto perfeito, mas fazem a máquina funcionar do jeito que querem e a estragam. Vocês acabam fazendo de vocês mesmos uma arma e tornam-se suas próprias vítimas”.Se temos sofrido tanto, se não sentimos paz nem alegria, é porque infelizmente insistimos em viver nos descaminhos. Acreditamos mais em Satanás, nosso inimigo, do que em Deus, que é nosso Pai e que nos ensina o caminho da vida. O Senhor nos diz: “Ponho diante de você a água e o fogo, o bem e o mal, escolha aquilo que quer. Eu o estou chamando para viver nos meus caminhos, nos caminhos da fé, do meu evangelho, da felicidade e da paz, mas quem escolhe é você”.

Trecho do livro "Curados para amar" de monsenhor Jonas Abib

Onde estamos colocando os nossos talentos?

Quando nos colocamos em oração - entendendo oração como intimidade e diálogo entre duas pessoas que se amam (o Senhor e eu, eu e o Senhor) –, logo nos deparamos com uma grande dificuldade: o que dizer a Deus? Muitas e muitas vezes, no momento da nossa oração, somos invadidos por pensamentos e lembranças, os quais temos até medo de imaginar que possam existir e vir até nós.
Quero dizer que tudo aquilo que o Senhor quer nos falar neste diálogo de amor, que é a oração, não é acerca dos dons, talentos e virtudes que venhamos a possuir; quanto a isso, no máximo Ele quer que agradeçamos e coloquemos tudo a serviço dos irmãos, pois tudo é graça d’Ele. O que Deus quer conversar conosco, na oração, é sobre aquilo que não veio d’Ele, ou seja, nossas misérias, infidelidades, pecados e feridas. Por isso Deus quer curar e transformar todos esses males que temos em nós, em carismas, em vida, em dom.
Contudo, não quero me ater às realidades próprias da nossa oração, mas a tudo aquilo que é dom, virtude, talento, capacidade; realidades que são puro dom, pura graça, pura gratuidade de Deus em nossa vida, para que possamos colocar tudo a serviço dos irmãos. Tudo o que temos, que é presente de Deus, Ele nos deu para que possamos nos santificar, nos tornando canais de santificação para nossos irmãos.
Um dos maiores pecados existentes é o da omissão; maior não no sentido de materialidade de pecado, mas no sentido dos efeitos que ele nos causa, como a paralisação da capacidade de amar a partir dos talentos que Deus nos deu.
Onde estamos colocando os dons que Deus nos deu para a nossa santificação e a santificação dos nossos irmãos? Quantas pessoas estão escondendo seus dons e talentos dentro das vasilhas e embaixo das camas do preconceito, da prostituição, da preguiça e da indiferença religiosa!?
Entendamos que a nossa felicidade passará pelo bom uso dos dons e talentos que Deus nos deu, mas nós reclamamos muito das situações que se encontram em nossa sociedade, no nosso mundo. As dificuldades pelas quais passamos não são porque os maus possuem força, mas porque os cristãos não são melhores, não são santos.
Santidade é colocar tudo aquilo que temos de melhor a serviço dos irmãos, nos gastando por amor a eles e colocando nossas misérias no coração de Jesus para que Ele nos cure para melhor servirmos aos outros.

Padre Pacheco

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Precisamos nos revestir de Cristo para combater o combate

Paulo exorta o seu discípulo, o seu filho espiritual diante do combate espiritual, pois Timóteo começou a vacilar. Se enfrentamos um combate, é preciso que tenhamos um objetivo. Para vencer as tribulações, a realidade do mundo relativista é preciso ter uma meta, e a nossa meta é conquistar a vida eterna! A Bíblia nos diz que enfrentamos três inimigos. O primeiro deles somos nós, o nosso pecado. O segundo é o mundo, pois o amigo do mundo é inimigo de Deus. O terceiro é satanás. Você que vencer o combate? É preciso, então, a vontade de permanecer em Deus. A fidelidade a Ele nos capacita a luta. Timóteo professou a sua fé em Jesus Cristo. "O ladrão vem só para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (São João 10,10). O objetivo de satanás é tirar a sua fé, aproveitando-se das suas decepções.O Senhor está perto de nós! Não estamos sozinhos no combate! Jó, diante das atribulações, como relata no capítulo 19, faz uma grande profissão de fé: "Eu sei que meu Redentor esta vivo, e mesmo que me arranque essa carne, os meus olhos verão Deus." Jó permaneceu fiel a Deus. Permaneça fiel ao Senhor e conquiste a vida eterna! A recompensa é o céu. "Enfim, fortalecei-vos no Senhor, no poder de sua força; revesti-vos da armadura de Deus para que possais resistir às ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso, os espíritos malignos espalhados pelo espaço." (Efésios 6, 10)O inimigo trabalha para nos destruir. Precisamos nos revestir de Cristo, do homem novo que vive segundo a vontade d'Ele, segundo a Sua Palavra. Muitas vezes, somos tomados pela mentalidade velha, estragada e nos envolvemos com mentiras, assumindo-as como a verdade plena. A nossa verdade está corrompida. Precisamos que Jesus seja tudo em nós. "Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim" (Gálatas 2,20). Jesus pensa com o seu pensamento? Jesus fala nas suas palavras? Com os seus atos?
O homem novo é aquele que no Senhor prevalece. O nosso inimigo é o pai da mentira, ele não suporta a luz que é Cristo na Palavra. Ao confessarmos, derrotamos as mentiras de satanás, pois reconhecemos que somos pecadores. Precisamos viver na justiça e não nos tornarmos justiceiros. Deus conta com a nossa fidelidade para anunciar a Boa Nova. Santo Agostinho disse: "O nosso inimigo é como um cachorro acorrentado. Ele morde as pessoas que se aproximam dele". Jesus Cristo é o salvador da humanidade. O objetivo de satanás é matar, roubar e destruir. O cristão não pode possuir vínculos com outras doutrinas através de livros, revistas e filmes, porque eles estão contra a Igreja, e, assim, você será derrotado. Jesus Cristo é o Senhor da vida e não da morte, por isso é necessário colocar o capacete da fé.
Proclame: Jesus Cristo é meu salvador e quero renunciar toda mentira de satanás pregadas com falsas doutrinas. Eu renuncio a toda medida de satanás. "Pois quem quiser salvar sua vida a perderá; e quem perder sua vida por causa de mim a encontrará." (São Mateus 16,25) Essa é a lógica de Deus.O anjo disse a Maria que para Deus nada é impossível! (São Lucas 1,37). Derrote satanás com a Palavra. A nossa grande arma é a oração! "As armas do nosso combate não são carnais. São armas poderosas aos olhos de Deus, capazes de derrubar fortalezas." (II Coríntios 10, 4)

Padre Roger Luís

Ver o invisível através dos olhos da fé

"A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se vê. Por ela, os antigos receberam um bom testemunho de Deus. Pela fé compreendemos que o universo foi organizado pela palavra de Deus, de sorte que as coisas visíveis provêm daquilo que não se vê” (Hb 11,1-3). A Carta aos Hebreus oferece uma série de exemplos de homens e mulheres, dos quais o mundo não era digno, pessoas que viveram como se estivessem vendo o invisível (Cf. Hb 11,27.38). A lista de testemunhas se enriqueceu no correr dos séculos, capitaneada por aquela jovem de Nazaré que nos atrai e convoca ao seguimento de Jesus Cristo, a Virgem de Nazaré. Durante o Círio, aumentou a lista.
Maria experimentou a visita do Anjo, portador da boa notícia vinda de Deus, dando, em nome de toda a humanidade, a resposta que mudou a história. Deus quis contar com aquela mocinha de uma pequena cidade, cujo interior era repleto dos valores da eternidade, e onde Verbo se fez Carne e habitou entre nós. Após a anunciação, “o Anjo retirou-se de junto dela” (Lc 1,38). Toda a sua aventura se desenvolveu no claro-escuro da fé, apostando tudo Naquele que tudo pode. De fato, "para Deus nada é impossível" (Lc 1,37).
Trata-se da fé que mergulha no mistério, muito maior e mais autêntica do que qualquer "fé na vida". É encontrar em Deus, por graça que vem dele mesmo, o rumo da existência e comprometer-se com o Evangelho de Jesus Cristo, acolhido como norma de vida. Tal experiência de fé fez de Maria a mulher fiel no cotidiano, mãe de família exemplar e discípula do Filho que nela foi gerado. Com ela, aprendemos a não desprezar as lições da vida e a guardar tudo no coração, mantendo a solidez das escolhas feitas.
A fé autêntica não é trocada como se muda de roupa, mas ela se aprofunda nos sulcos abertos pelas lutas da vida. Aos muitos heróis da fé, escondidos no meio da multidão, mas conhecidos por Deus, dirija-se a Palavra da Escritura para que continuem firmes: "Com tamanha nuvem de testemunhas em torno de nós, deixemos de lado tudo o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve. Corramos com perseverança na competição que nos é proposta, com os olhos fixos em Jesus, que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição.
Em vista da alegria que o esperava, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensai, pois, naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo. "Vós ainda não resististes até ao sangue, na vossa luta contra o pecado, e já esquecestes as palavras de encorajamento que vos foram dirigidas como a filhos: 'Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, não te desanimes quando ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho'”.
Na realidade, na hora em que é feita, nenhuma correção parece alegrar, pois causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça para aqueles que nela foram exercitados. Portanto, firmai as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes; tornai retas as trilhas para os vossos pés, para que não se destronque o que é manco, mas antes seja curado" (Hb 12,1-6.11-13).

Dom Alberto Taveira Correa

A importância do tempo

O melhor presente é o tempo presente, por isso é preciso aproveitá-lo bem. Há uma ciência para utilizar o tempo. Não se trata de fazer as coisas correndo, mas de não desperdiçá-lo com coisas sem sentido.
Para viver bem é preciso saber usar o tempo; é nele que construímos a nossa vida. Cada momento de nossa existência tem consequências nesta vida e na eternidade. Por isso, não podemos ficar “matando o tempo”; pois seria o mesmo que estar matando a nossa sua vida aos poucos.
Na verdade, o presente é a única dádiva que temos, porque o passado já se foi e o futuro a Deus pertence. Viva intensamente o presente e tenha sempre em mente que a pessoa mais importante é essa que está agora na sua frente. O trabalho mais importante é este que você está fazendo agora; o dia mais importante da vida é este que você está vivendo hoje; o tempo mais importante é o agora.
Alguns me perguntam como consigo fazer tantas coisas; a resposta é simples: se não perder tempo, pode-se para fazer tudo que é importante. É claro que precisamos priorizar as atividades.
Viver é como escrever um livro, cujas páginas são nossos atos, palavras, intenções e pensamentos.
As coisas pequenas, mas vividas com amor, assumem um valor elevado; enquanto muitos momentos aparentemente brilhan­tes são comparáveis a bolhas de sabão.
Abrace com toda força as oportunidades que você tiver para crescer nos estudos e numa profissão. A vida não nos dá muitas chances, e se você não as aproveitar bem, poderá chorar mais tarde.
Nunca fique sem fazer nada, ainda que você esteja desempregado ou de férias; pois sabemos que “mente vazia e desocupada é oficina do diabo”. Descansar não quer dizer ficar sem fazer nada, é mudar de atividade. Mesmo no campo ou na praia de férias, você pode fazer algo que o descanse e que seja útil.
Se fizermos as contas, veremos que todas as manhãs são creditados 86.400 segundos para cada um de nós; e todas as noites este saldo é debitado como perda e não nos é permitido acumulá-lo para o dia seguinte. Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia anterior se evaporam.
Não há volta. Você precisa aplicar, vivendo o presente, o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor, em bens definitivos e não fugazes. Faça o melhor cada dia.
Para você perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para perceber o valor de um mês, pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente.
Para você perceber o valor de uma semana, pergunte a um editor de jornal semanal. Para perceber o valor de uma hora, pergunte aos namorados que estão esperando para se encontrar.
Para você perceber o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu o ônibus. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.
Para você perceber o valor de um milésimo de segundo, pergunte a alguém que conquistou a medalha de ouro em uma Olimpíada.
Lembre-se: o tempo não espera por ninguém. O dia de ontem é história, o de amanhã é um mistério, o de hoje é uma dádiva; por isso é chamado Presente!
Não deixe que o tempo escorra por entre os dedos abertos de suas mãos vazias. Segure-o de qualquer maneira para que ele vire eternidade.
Por que esperar amanhã para viver?
O presente está cheio do passado e repleto do futuro. O bom aproveitamento do dia de hoje é a melhor preparação para o dia de amanhã. O tempo é sagrado, porque o evento da salvação se inseriu no seu histórico; mas é preciso ter uma noção correta do uso do tempo. Alguns pensam que “tempo é dinheiro” e não conseguem parar. Não é assim.
Emmir Nogueira tem uma bela reflexão baseada em Jacques Phillippe, autor de “Liberdade Interior” (Ed. Shalom, 2004), o qual nos ensina que há dois tempos: um exterior (contato pelo relógio) e outro interior (contado pelo amor). Transcrevo aqui uma reflexão desse livro:
"O tempo exterior é o tempo do fazer, do trabalhar, estudar, produzir, produzir, produzir. É o tempo das horas marcadas, das agendas lotadas, dos compromissos importantes e inadiáveis. É o momento que estressa, envelhece, desgasta e irrita. Período que me fecha em mim mesmo, que me leva a pensar mais em mim do que nos outros, tempo de receber e acumular. Tempo de usura."
"O tempo interior é o de ser, de trabalhar com gratuidade, estudar com extasiamento, produzir para o bem de todos, ainda que me 'prejudique'. É o momento de esquecer o relógio diante da necessidade do outro. Tempo das agendas, em cujas páginas sempre cabe mais uma horinha, tempo dos importantes e inadiáveis compromissos com a vontade de Deus."
"Tempo interior é o tempo que pacifica ao ser doado e rejuvenesce, porque tudo espera; tempo que refaz, porque tudo crê; paciente, porque tudo suporta. É quando me abro para o outro e para as boas surpresas de Deus, tempo de dar e partilhar; de gratuidade. É aquele tempo que se chama "paciência histórica", ciente de que Deus tem o comando de tudo; por isso não se apressa em julgar e se recusa a imprimir sentenças."
"Tempo interior é momento de quem ora, de amor registrado pelos relógios da eternidade, sem ponteiros nem dígitos; tempo que sempre sobra. É o tempo em que Deus vive, quando se partilha com Ele carregado dos seus segredos de amor. Tempo que "guarda tudo em seu coração", submete-se inteiramente à vontade do Senhor. O tempo da eternidade vivido no espaço que se chama hoje."
Usamos tanto a palavra URGENTE, que ela perdeu sua força. O que é urgente de fato? As nossas correrias? Não. Urgente é saber perguntar: qual o sentido de tudo o que estou fazendo? O mais iminente é saber agradecer a Deus o nascer do Sol que se repete a cada dia, é o relacionamento com os filhos, o abraço na esposa, é saber gastar o tempo com os outros. Urgente é não se esquecer de viver a vida.
As pessoas não se tornam grandes por fazerem grandes coisas. Fazem grandes coisas por serem grandes pessoas. Para ser grande é preciso, pacientemente, construir-se a cada dia.

Felipe Aquino

Viver a fé

Viver pela fé é condição essencial na história de quem teve um encontro pessoal com Jesus. Uma vez que tomamos consciência de que somos olhados amorosamente por Ele, não há mais espaço para um estilo de vida que não seja pautado pela confiança plena, pela certeza de que o Altíssimo é por nós.
No entanto, o encontro pessoal com o Senhor não pode ser entendido como um fato meramente histórico, aprisionado no passado. Precisamos urgentemente compreender que esse encontro precisa se tornar uma espécie de seiva vivificante da nossa caminhada: é daí que haurimos forças para enfrentar toda e qualquer tribulação e não nos damos por vencidos frente à primeira queda ou dificuldade.
Jesus nos dá esta graça especialíssima, a qual recorremos, infelizmente, com tão pouca frequência: vivenciar o encontro pessoal com Ele no nosso hoje, diante de cada situação; não apenas como algo a se rememorar, mas fato concreto que perdura em nossa história de salvação e ajuda a dar sentido à caminhada, ainda que em meio a tantas adversidades.
Somente vive pela fé quem busca atualizar no dia a dia a experiência do encontro pessoal com o Senhor, quem vive de modo perene esse deixar-se encontrar e invadir pelo Amado. Por isso, podemos afirmar que aquele que vive pela fé, vive a experiência constante do encontro com o Senhor.
“Embraçai o escudo da fé” (Ef 6, 10), exorta São Paulo. Esse escudo não apenas nos protege do Maligno, mas também de nós mesmos. Apenas quando vivemos de modo comprometido a realidade da fé conseguimos entender que não somos propriedade nossa, mas de Alguém, cujo poder salvífico somos constituídos testemunhas.
Viver na fé, no encontro com o Senhor, é condição fundamental para conseguirmos contemplar e discernir de modo correto a ação d’Ele em nossa vida, especialmente quando ela foge do esquema por nós planejado. Caso contrário, corremos o sério risco de viver sob o jugo de um legalismo maldito, no qual já não há mais espaço para uma ação livre do Senhor, como alerta São Paulo: “Todos os que se apoiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição” (Gl 3, 10).
Viver na fé, no encontro com o Senhor é abraçar com convicção a verdade de que a única lei bendita é a liberdade para amar e construir comunhão. “Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído. [...] Quem não está comigo, está contra mim” (Lc 11, 17.23).
O Senhor deixou-se encontrar e revelou-se a nós para que vivêssemos esta grande alegria: pela fé, viver, estar com Ele e resplandecer Sua presença no mundo.
Peçamos o auxílio do Senhor:
Senhor, não desejo nada mais senão viver a confiança plena, a certeza de que Tu és por mim.
Fortificai em mim a vontade de viver o encontro pessoal contigo como realidade concreta do meu hoje!
Preciso viver na fé, Senhor. Dai-me a graça de discernir a Sua ação em minha vida e o ardor inquebrantável por buscar-Lo. Quero ser Sua testemunha no mundo. Amém!

Leonardo Meira

Dependência tecnológica

Aceitamos plenamente que a realidade em nosso tempo é o uso cada vez mais frequente, e nas mais diferentes culturas, das tecnologias como forma de comunicação, informação, formação e entretenimento; embora seja um grande desafio gerenciar a quantidade do tempo que passamos diariamente frente a estas máquinas. Muito do nosso trabalho está ligado a equipamentos e softwares que facilitam nossa vida, mas diminuem o contato e o relacionamento humano.
Quando falamos em crianças em plena fase de desenvolvimento, podemos pensar no seguinte: quanto tempo elas ficam on-line, jogando? Qual a frequência de tempo frente ao computador? Já parou para analisar estas questões de família? O tempo é apenas uma forma de “medir” se estamos ou não dependentes, mas há outros fatores a serem considerados.
Há alguns indicadores para saber o quanto uma criança (e até mesmo um jovem) está com dificuldade de trocar o computador [por outra atividade] ou até mesmo tem um comportamento de dependência [ao equipamento], são:
- Quando o jogo ou o uso de mídias sociais como MSN, Orkut etc., torna-se a atividade mais importante da vida da criança, dominando seus pensamentos e comportamentos.
- Modificação de humor/euforia: experiência subjetiva de prazer, euforia ou mesmo alívio da ansiedade quando está no ato de jogar.
- Necessidade de usar o computador por períodos cada vez maiores para atingir a mesma modificação de humor, ou seja, para “sentir-se bem”.
- Fase de Abstinência: estados emocionais e físicos desconfortáveis quando ocorre descontinuação ou redução súbita do uso do computador (intencional ou forçada).
- Vivência de conflitos: pode ser entre aquele que usa o computador excessivamente e as pessoas próximas (conflito interpessoal), conflito com outras atividades (trabalho, escola, vida social, prática de esportes etc.) ou mesmo do indivíduo com ele mesmo, relacionado ao fato de estar jogando excessivamente (conflito intrapsíquico).
Não podemos negar as maravilhas oferecidas pela tecnologia, a facilidade de acesso, a disponibilidade de informações e a realidade que se encontra com este tipo de acesso e relacionamento, porém, cada vez mais frequente se torna a realidade das famílias dividas pela individualidade gerada no uso de tecnologia. Enquanto um fala ao telefone no quarto fechado, o outro está ligado no computador horas sem falar com ninguém, e a outra prende-se à TV, sem parar.
Quantas vezes as crianças, além do uso em casa, deixam de comprar lanche para jogar nas lan houses? São capazes de passar dias inteiros, finais de semana longe do relacionamento interpessoal. O uso do computador e seus jogos, que era reservado apenas como lazer, torna-se praticamente a atividade principal delas. O sono é prejudicado, a alimentação também, pois as crianças comem em frente ao computador sem ao menos saber quanto e o que, gerando obesidade. O isolamento continua e a irritação, por não usar o computador ou imaginar que vão ficar sem ele, se torna imensa, com um grande desconforto emocional.
Como família, é muito importante que possamos voltar nossa atenção para este assunto para que possamos desenvolver crianças e jovens com uma vida mais saudável, favorecendo as relações humanas mais sadias.

Elaine Ribeiro

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cris jovem 2010














Simões Filho: 17 de Outubro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Quando se pensa ter falhado

De tempos em tempos, surgem na mídia informações de pais que, desesperados, tomam atitudes nada convencionais para com os filhos. Na tentativa de salvar a vida ou a integridade deles, lançam mão daquilo que pensam ser uma possível solução. Na aflição de vê-los envolvidos em situações que julgam perigosas fazem de tudo: desde a solicitação da interdição de seus direitos até mesmo a aplicação da força. Temos visto na TV alguns casos de pais que acorrentavam os filhos ao pé da cama, denunciando-os à polícia, e em outros casos se negando a pagar fiança. Para quem assiste a esses acontecimentos, essas atitudes podem parecer muito estranhas, especialmente, vindas daqueles que condenam ao cárcere seu próprio sangue e própria carne.
Frustra o coração dos pais quando deparam com situações contrárias àquelas que planejavam para os filhos. A tranqüilidade deles é abalada quando o que tinham como expectativa para o futuro dos filhos desmorona. Pensar ter falhado na missão, como educadores, traz sérios efeitos “colaterais” como a irritação, o sono perturbado, a dificuldade de relacionamento com o filho e/ou com o cônjuge. Transtornados emocionalmente, certamente, também terão dificuldades de concentração no trabalho ou em outras tarefas domésticas.
Nessas situações parece que a casa está à “deriva” e muitas pessoas tentam ajudar com conselhos. Algumas podem até criticar, dizendo que tudo aconteceu em função da ausência materna e/ou paterna, ou que a culpa foi o excesso de mimo... Outras podem dizer que faltou direcionamento espiritual e psicológico; enfim, todos têm uma solução para os problemas daqueles que sofrem. No entanto, elas se esquecem de que aquilo que foi acerto numa família, não necessariamente será regra para outras.
Talvez seja doloroso para os zelosos pais constatar que a sua influência – direta – no comportamento dos filhos acontecia apenas enquanto eram crianças, que dependentes de seus carinhos colocavam-se sob os seus cuidados. Hoje, mais adultas aspiram a viver a mesma a liberdade, que por eles [pais], um dia, também foi reivindicada. Sabemos que transferimos na educação dos nossos filhos o conhecimento. Entretanto, a experiência de vida se obtém por meio do exercício da liberdade – associado à prudência da boa educação.
Por mais que os pais sofram com as atitudes “descabeçadas” dos filhos, eles não devem se sentir culpados pelas conseqüências de seus atos. Para o coração deles, tolerar uma situação que lhes desagrada, certamente não será uma tarefa fácil de engolir.
Embora frustrados com os acontecimentos, precisarão romper com o sentimento de fracasso e exercitar a tolerância para aquelas situações que não podem mudar. Nesse momento, eles precisarão de amparo e ajuda para ter a coragem de realizar aquilo que está ao seu alcance e acreditar que os valores e princípios fecundados no coração dos filhos não foram perdidos. Ainda que estes possam estar por algum tempo “embriagados” por valores vis, no futuro, eles terão a chance de reconhecer que por muito tempo caminharam como viajantes errantes.
É nessa certeza que repousará na paz inquieta o coração dos pais.

José Eduardo Moura

Precisamos aprender a ser filhos

Em muitas situações de sofrimento e de angústia chegamos a dizer que Deus nos abandonou. Ainda que nos precipitemos e nos afastemos, o Senhor nunca se esquecerá de nós. Deus não nos escolhe pelo que fazemos. Deus sempre acredita em você, sempre acreditou e sempre continuará acreditando!
Que prova maior preciso ter do amor de Deus senão a minha própria vida?
Arrisco dizer que existe algo que é impossível para Deus: deixar de nos amar, nos perdoar e nos acolher!
Quando foi que o Senhor não nos amou, não nos acolheu e não nos perdoou?
Sempre nos perguntamos o porquê das coisas tristes que acontecem em nossas vidas e quase nunca nos não perguntamos o para quê.
Você já parou para pensar no quanto Deus já fez em sua vida? Talvez muitos da sua família, dos seus amigos ainda não tiveram um encontro com o Senhor, porque você ainda não reconheceu aquilo que o Senhor fez por você e em você. Veja as obras de Deus na sua vida; não só as perceba, mas anuncie essas maravilhas aos demais. Ele tem uma obra para cada um de nós.
Você já se perguntou o porquê do chamado de Deus e para que Ele o chamou?
O Senhor quer que façamos a diferença onde quer que estejamos. Anunciar o Evangelho com toda a força do nosso coração significa levar as pessoas a terem – a partir de nosso testemunho – uma experiência com o amor de Deus.
Deus sempre acredita e aposta em cada um de nós. Muitas vezes, nós não acolhemos o amor de Deus porque não temos atitudes de filhos para com Ele. Minha mãe me dizia: "Vocês precisam aprender a ser gente!" Na época, eu não entendia isso bem, mas, hoje, eu o compreendo. Ela estava certa. Precisamos aprender a ser filhos!
Lembro-me da história de um bispo que, discutindo com sua mãe, disse: "Mãe, a senhora me respeite porque eu sou um bispo", quando sua mãe lhe disse: "Você que me respeite, pois sou sua mãe".
Precisamos agir como filhos em nosso relacionamento com Deus. Eu preciso reconhecer que o Senhor me acolhe. Deixe-se amar por Ele. Precisamos confiar no Senhor e ver as maravilhas que Ele faz em nossas vidas. Mesmo que sua vida esteja parecendo impossível, o Senhor nunca o abandonará, pois para Ele tudo é possível e Ele está com você.
Não queira andar na frente de Jesus, deixe-O lhe mostrar o caminho.

Padre Cido

Namorados que nasceram para ser amigos

Muitos namoros, por terem assumido propósitos diferentes, não conseguem fluir ou atingir o amadurecimento que deveriam ao longo dos anos, conforme o desejado. Talvez, sem perceber ou por falta de coragem em admitir a insatisfação diante do outro, alguns casais, no tempo em que estão juntos, limitam-se a poucas palavras ou até mesmo mal manifestam interesse pelo outro.
A insatisfação gera descontentamento e este pode ser refletido nas atitudes de grosseria, rispidez nas palavras e até de isolamento por parte dessas pessoas que não conseguem se encontrar no relacionamento. Quando isso acontece, como se costuma dizer, quem “paga o pato” são as pessoas mais próximas, neste caso: familiares e amigos.
Diante de alguma dificuldade ou quando os nossos projetos não estão se desenvolvendo como gostaríamos, pouco a pouco, a falta de estímulo e o ardor para assumir novas atitudes desaparece. Pode-se até admitir que foi diferente a maneira como se iniciou o relacionamento ou que a pessoa não seja tão romântico(a) como se gostaria que ele(a) fosse.
Quando os namoros começam a patinar, entrando numa rotina sem progresso, muitos acabam se limitando à superficialidade de uma amizade. Muitas vezes, seja por comodismo ou por alguma liberdade que se acredita ter adquirido no convívio, os namorados podem correr o risco de preferir continuar arrastando o relacionamento em vez de definir a situação, mesmo que os sinais vitais deste indiquem “falências múltiplas”. Ainda que os casais se esforcem em simular uma alegria com este relacionamento, o olhar contesta com a falta do brilho de vigor. A situação se agrava ainda mais quando ambos caem na tentação de buscar a frieza do isolamento, evitando partilhar com alguém que possa oferecer ajuda sensata sobre aquilo que estão vivendo. Talvez a falta de coragem para definir o rompimento dessa relação débil é adiada pelo medo de não encontrarem outra pessoa por quem possam novamente se apaixonar.
Infelizmente, muitas pessoas tentando remediar a situação – e por julgarem que o sexo poderia mudar alguma coisa na relação –, acabam se complicando ainda mais com uma gravidez. Se o namoro já manifestava sinais de fraqueza, poderia o casal ser forte o bastante para suportar uma responsabilidade que o acompanhará por toda uma vida? Ou se a pessoa com quem estamos nos relacionando não parece ser o homem ou a mulher ideal, que se esperava encontrar, poderia ser agora uma muleta somente para não se ficar sozinho(a)?
Se entendemos que a nossa vida é composta de etapas, as quais vamos vencendo e aprendendo com cada uma delas, não podemos insistir na direção errada ao percebermos que as placas de nossa “estrada” indicam outra direção. Da mesma forma, se depois de algum tempo, percebemos que o namoro não corresponde com o que desejávamos, por que então insistir em “malhar em ferro frio”?
Deixar de acreditar na sua própria capacidade de decisão e escolha é fechar as portas das oportunidades para a felicidade que se almejava alcançar.
Que o Espírito Santo venha em auxílio de nossas fraquezas, e abrindo nossos olhos não corramos o risco de subestimar os toques d’Aquele que caminha conosco.
José Eduardo Moura

A amizade que "sub-trai"

As amizades com o sexo oposto – quando não trabalhadas de maneira equilibrada – podem colocar em risco outros relacionamentos. Dependendo do tipo de vínculo que se estabelece com alguém, as partilhas e confidências tendem a levar a amizade para uma esfera de maior proximidade entre as pessoas. Assim, não será difícil retribuir, tamanha atenção, com outros gestos de carinho.
A interferência de uma situação ou pessoa em nossos relacionamentos pode gerar crises dentro da vida conjugal e da família, ganhando relevância e fugindo do controle se não evitadas de maneira preventiva e madura... Pois uma amizade – quando se torna mais intensa do que os laços existentes entre o casal – gera o ciúme e rouba a atenção da pessoa comprometida. Esse tipo de relacionamento provoca transtorno, sem que, de fato, haja uma maior intimidade entre os amigos.
Como sabemos, os contatos promovidos pela Internet – por meio dos “chats” e “messengers” – são caminhos que favorecem a aproximação entre as pessoas. De um modo especial, quando os propósitos – nesses contatos – não são tão puros quanto pode parecer para um dos internautas, não será impossível que, escapando do mundo virtual, venham a viver no mundo real tudo aquilo que foi anteriormente promovido e incitado pelos encontros cibernéticos.
Se a intenção do encontro não for estritamente a de conhecer um novo amigo, essa atitude torna-se uma ameaça à estrutura familiar, como verdadeiramente o é.
Uma traição conjugal é comumente definida como um relacionamento paralelo, no qual muitas vezes se vive intimidades sexuais. Na maioria das vezes, ouve-se dizer que a causa do envolvimento num relacionamento desse tipo originou-se de uma crise conjugal, entre outras coisas.
Não são poucos os casos que encontramos de pessoas solteiras ou até mesmo casadas que se envolvem em relações paralelas. Em muitas situações, as “desculpas” se fundamentam na dificuldade de se sentir compreendido ou de encontrar alguém que também compartilhe de seus sonhos e projetos; o que acreditam não possuir dentro da vida a dois. Mas nem sempre isso é a razão principal; tal envolvimento pode acontecer, também, quando a atenção dispensada a alguém é misturada com sentimentos e carências por parte do outro ou até de ambos.
Para que ninguém viva no vácuo de um relacionamento ou tente preencher o seu vazio com aquela pessoa, que não poderá ser mais que um amigo verdadeiro, deve-se saber discernir e estabelecer as fronteiras para suas amizades.
Assim, para que outros relacionamentos externos não se tornem um perigo, os casais precisam se fazer, cada vez mais, inteiros para o outro e, dia após dia, mais cúmplices em pensamentos e atitudes. Dessa maneira, ambos devem se empenhar para desenvolver a segurança e a satisfação de viver o vínculo que extrapola a união física e que alcança a essência do seu cônjuge.
Um abraço
José Eduardo Moura