quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ninho do amor

No início de 2000, estava em missão no Espírito Santo e li uma revista semanal, que trazia segundo eles uma grande notícia; devido ao número surpreendente de jovens que não se drogavam na Colômbia, foi realizada uma pesquisa para se estudar a grande causa deste fenômeno, já que a maioria se droga.
Espantados os pesquisadores constatavam que jovens que tinham “liberdade controlada” pelos pais, que exerciam sobre eles uma “autoridade dialogada”, e que tinham seus “afetos declarados publicamente”, acabavam por não encontrar motivos para enveredar pelos atalhos tortuosos da droga.
Assustados os pesquisadores resolveram realizar no Brasil a mesma pesquisa especificamente no Rio de Janeiro, onde obtiveram o mesmo resultado e daí a decisão de publicar o grande resultado da pesquisa: “a solução está na família”, estavam pasmos ao ver que os jovens que tinham os pais presentes e atuantes em sua vida, são equilibrados.
A pesquisa do Rio de Janeiro trazia ainda um testemunho marcante de um pai, que ao ver seu filho começar a usar droga não desgrudava, e ia com ele onde quer que fosse, e dizia: “Vou ficar com você, porque te amo, e não quero te perder”, com pouco tempo o rapaz deixou a droga.
Nesses dias uma outra revista semanal traz uma reportagem sobre os “novos tipos de família”, onde existem apenas duas mães, ou dois pais. Homossexuais e lésbicas que estão adotando crianças, e trazia o testemunho de alguns desses filhos que sofreram traumas e precisaram de análise, e outros que vivem o dia a dia com a gozação dos amiguinhos. Trazia também o exemplo de duas mulheres que viveram juntas, e um amigo doou o esperma e através da inseminação artificial uma delas teve duas crianças, mas hoje as duas já se separaram, ficando as meninas com a mãe biológica, e esses são os “novos tipos de família”.
Os jovens drogados, as crianças abandonadas, os marginais nas penitenciárias, para onde quer que olhemos, vemos os frutos de famílias que não podem ser consideradas como uma família, e vemos também pessoas de bem equilibradas, pessoas comuns ou pessoas que se tornam até um exemplo para todos, muitas vezes filhos de pais simples, honrados trabalhadores, cheios de uma noção de moral, verdadeiras famílias! Não há dúvida: “O futuro da humanidade passa pela família” (João Paulo II ), as causas do presente estão na família, as soluções do que vivemos também está no amor em família, nesse bendito ninho de amor, criado por Deus, basta olhar aqueles que retomam o caminho, basta olhar famílias que adotam crianças, adotam trabalhos, passam a ser verdadeiros apóstolos em família, se você olhar ao seu redor, nas Igrejas, nas comunidades, verá casais, filhos, netos, famílias à serviço, do povo, estamos assistindo a tudo isso, por um lado o mundo e as conseqüências do pecado gerando vítimas nas famílias mais descuidadas, ou menos preparadas, e já que todos somos filhos, gerando verdadeiras “famílias vítimas” com todas as suas conseqüências.
Por outro lado vemos famílias severas que lutam, que se dedicam, que se consomem, dentro de casa para fazer valer ali “a lei da família”: a lei do amor; a partilha, a participação, a comunhão, a ajuda, a sinceridade, a verdade, a autenticidade, a vigília, e com o tempo, isso acaba ultrapassando as paredes das casas, seus membros acabam vivendo naturalmente o que aprenderam dentro de casa, a lei que viveram, e a trazem para os ambientes em que vivem, trabalham, e muitas vezes tomados pelas necessidades do mundo, acabam por colocar em comum os dons que receberam, para que o reino de Deus aconteça em nosso meio, acabam sendo servos.
Esses são frutos da lei vivida em casa: o amor. Se temos olhos para ver que dúvida ainda poderemos ter sobre a importância da família?
Laércio Oliveira / Com. Canção Nova

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