sábado, 17 de abril de 2010

Anorexia do Amor

A psicologia mostra hoje com toda clareza que as graves perversões morais tem quase sempre como causa principal uma “frustração de amor”. Os jovens se encaminham para as drogas, para o sexo vazio, para o alcoolismo e para tantas violências, porque são carentes de amor, “ desnutridos” de amor. A pior anemia é a do amor. Leva à morte do espírito. Ninguém pode ser feliz se não for amado; se não fizer uma experiência de amor. Se isto é importante na infância e na adolescência, também na vida conjugal isto é verdade. E esse “amor conjugal” começa a ser aprendido e treinado no namoro.
Na longa viagem da vida conjugal, que começa no namoro, você precisa levar a bagagem do amor. Você amará de verdade seu namorado, não só porque ele é simpático, bonito ou porque é um atleta, mas porque você quer o bem dele e quer ajudá-lo a ser ainda melhor, com a sua ajuda. Muitas vezes você quis e procurou uma namorada perfeita, ou um rapaz ideal, mas saiba que isso não existe.
A primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Só assim você poderá ajudá-lo a crescer, amando-o como ele é. Alguém já disse que o amor é mais forte do que a morte, e capaz de remover montanhas.
O amor tem uma força misteriosa; quando você ama o outro gratuitamente, sem cobrar nada em troca, você desperta-o para si mesmo, dá-lhe ânimo e vida, “ressuscita-o”. É com a chama de uma vela que você acende outra. É com a doação da sua vida que você faz a vida do outro reviver.
Desde o namoro você precisa saber que “amar não é querer alguém construído, mas construir alguém querido”. É claro que um casal se aproxima pelo coração, mas cresce pelo amor , que transcende os sentimentos e se enraíza na razão.
Todo relacionamento humano só terá sentido se implicar no crescimento dos envolvidos. De modo especial no namoro e no casamento isto é fundamental. A ordem de Deus ao casal: “ crescei”. Deus não nos dá uma “ ajuda adequada” para “ curtirmos a vida” a dois; mas para crescermos a dois. Isto vale desde o namoro. E o que o faz crescer é o “fermento” do amor.
Ninguém melhor do que São Paulo expressou as exigências do verdadeiro amor: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa. Tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acabará”. Medite um pouco em cada linha deste hino do amor, e pergunte a você mesmo, se você está vivendo isto no seu namoro.
Você é paciente com a namorada ou não, sabe se controlar diante dos defeitos dela? Você é bondosa para com ele, ou será que algumas vezes exige “ vingança”, e quer ir à desforra por causa de algo que ele fez e que você não gostou? Ser bondoso é saber perdoar, é ser compreensivo e tolerante, sem ser conivente com o erro, claro.
Será que você tem inveja dele porque ele a supera em certas atividades? Será que você é um namorado orgulhoso, que acha que só por ser homem já é suficientemente superior a ela? Se você não admite ser ultrapassado pelo outro nas coisas boas, saiba que não o ama de verdade; pois quando se ama queremos que o outro seja melhor que nós.
Será que você não é arrogante, que se acha superior ao outro, e que quer sempre impor a sua vontade? Até que ponto você permite que a sua presunção o domine, fazendo-o achar-se “ o bom”? Saiba que a arrogância e a prepotência atravancam o caminho do amor e do crescimento do casal.
Será que você é escandalosa, e parte para a chantagem emocional para conseguir aquilo que você não consegue pela força dos argumentos?
Saiba que a gritaria é muitas vezes a linguagem dos fracos, que agem assim por falta de razões. Será que você é egoísta no seu namoro, e ele tem que fazer tudo o que você quer? Aqui está a pedra de tropeço principal para muitos casais.

Felipe Aquino

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