sexta-feira, 30 de abril de 2010

A carência de um amor

A vida parece ficar mais leve e colorida quando temos o apoio de alguém do nosso lado. Amar e se sentir amado ajuda em nossos trabalhos, melhora nossa qualidade de vida e nossos relacionamentos. Sentir-se amado parece ser a fórmula para resolver nossos problemas; contudo, na contramão da nossa vida poderá surgir a falta desse amor: a carência!
Infelizmente, muitos de nós já sofremos, temos sofrido ou ainda sofreremos os efeitos malévolos desse sentimento. Quem já não presenciou histórias de alguém que – por estar vivendo um período de carência – buscou suprir o amor que não consegue encontrar em si mesmo? Em muitas ocasiões, relacionamentos assim se iniciaram numa noite em que – cansada de estar sozinha, a pessoa sai literalmente à caça de alguém. Animada com a ajuda de algumas doses de bebida alcoólica e com os estímulos de alguns “amigos”, ela se atira nos braços daquele cujas verdadeiras intenções poderiam ser questionadas. Não desejando terminar a noite sozinha, inicia-se ali um relacionamento que poderá durar apenas alguns dias; quem sabe alguns meses ou até a alvorada do dia...
O que todos nós procuramos é um relacionamento estável, que nos propicie segurança, amor recíproco e cumplicidade, os quais, juntos, trazem luz para nossas vidas. A pessoa, que desejamos encontrar, certamente não é aquela que nos rouba um beijo ou que tenta preencher o vazio de nossas carências com um prazer efêmero, o qual somente vai aumentar ainda mais o sentimento de dependência.
Em alguns relacionamentos, o carente vive como se quisesse comprar a companhia do outro, colocando-o num pedestal e fazendo dele o “sol” da sua vida.... Doa-se inteiramente a este, abrindo mão de sua própria vida apenas para viver em função da pessoa que julga poder suprir suas necessidades. Família, amigos, trabalho, estudo e outras atividades vêm em segundo plano, simplesmente para se ter mais tempo dedicado à pessoa que acredita ser “a ajuda adequada”. Ainda que perceba no “namorado” algum comportamento desagradável, falta-lhe coragem para exigir a mudança de alguns hábitos, satisfazendo-se com a frieza da indiferença.
A baixa auto-estima o ilude, fazendo-o acreditar que pior seria se não tivesse a companhia do outro. Acredita que quanto mais fizer pelo companheiro, tanto mais poderá se sentir amado. No começo, a pessoa – que é objeto da carência – pode até gostar dos carinhos, mimos e tempo dispensados a ela, mas logo se cansará, perdendo o interesse pelo relacionamento. E na tentativa de conseguir escapar dos tentáculos sufocantes de alguém assim começará a maltratar aquele que acabou se anulando.
Com medo de não ter a companhia do outro, a pessoa carente, muitas vezes, se sujeita ao menosprezo e até aos maus-tratos do companheiro. Faltando-lhe coragem para romper com a dependência dispõe-se ao outro até que este se canse e tome a iniciativa de abandonar a relação, a qual jamais deveria ter acontecido sob os efeitos de um coquetel de emoções desordenadas.
Para se evitar cair nas teias da carência é importante ter clareza dos objetivos que almejamos e buscamos viver. Somente dessa forma poderemos dar início à conquista de um relacionamento seguro e sadio. A pessoa – com quem buscamos partilhar nossas vidas – precisa manifestar maturidade e disposição para manter um relacionamento estável – no qual cresçamos juntos. E isso certamente não encontraremos num encontro casual e sem compromisso de uma noite.
Não podemos esquecer que num relacionamento vivemos numa via de mão dupla, ou seja, se podemos nos doar ao parceiro com gestos de carinho e atenção, procurando melhorar a saúde do relacionamento, a recíproca tem de ser verdadeira. Se faltar alguns desses valores em nossos relacionamentos, precisamos nos questionar se não estamos vivendo também às margens de nossa própria carência.
Deus abençoe, um abraço

Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção

Quando Deus se torna uma aspirina

Existe um problema em nossas orações: constantemente lembramos de Deus somente quando estamos necessitados de algo, pedindo a Ele que faça a nossa vontade. Mas nem sempre as coisas são assim, pois, muitas vezes, o que desejamos não é o melhor para nós.
Um exemplo bem prático disso é uma criança pequena pedindo à mãe que lhe deixe brincar com uma faca. Por mais que isso seja a vontade dela [criança], uma mãe – em plena consciência – nunca a deixaria brincar com esse objeto. Do mesmo modo, Deus age assim conosco, sempre visando primeiramente o nosso bem; mesmo que a situação que estamos vivendo não esteja coerente com a vontade divina.
A lógica de Deus é muito diferente da nossa, porque Ele vê e tem idéia perfeita sobre todas as coisas, enquanto nossa visão é meramente limitada. Já experimentou olhar o lado avesso de um bordado feito à mão? O que vemos são apenas traços de um desenho; é difícil imaginar como realmente é o bordado. Assim nós também vemos a realidade, não a vemos por todos os ângulos, nossa visão a respeito dela é parcial.
Acreditamos – por meio de nossa fé – que Deus é Onisciente, ou seja, sabe tudo; logo, sabe o que é melhor para nós, muito mais do que nós mesmos. Portanto, o melhor que temos a fazer é nos deixar guiar pelo Senhor e pedir que se faça a vontade d’Ele em nossa vida e não a nossa, pois somos passíveis de erros.
Há de se ter muito cuidado em nossas orações para que não nos tornemos meramente pedintes, pois nossa tendência é a de esquecer de Deus quando conseguirmos o que queremos. Imagine você uma pessoa que orasse tão somente por causa de uma dor de cabeça, e agisse assim a vida toda. Qual seria o conceito que ela tem de Deus? Eu acredito que como o de uma grande aspirina, e é aí que mora o perigo, pois com esse conceito reduzido sobre Deus, quando ela tomar consciência de que a aspirina resolve seu problema, ela deixará de orar por crer que não precisa mais de Deus.
Com isso, não afirmo que é proibido pedir qualquer coisa a Deus; muito pelo contrário, no Evangelho de São João, podemos encontrar a seguinte passagem: “Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei de tal forma que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14,13-14). Digo que apenas é necessário ter cuidado para que nossas orações não se tornem apenas um ato de somente pedir. Repito aqui que a melhor solução é deixar-se guiar por Deus.
Erick Walker

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Acreditar sem ver

Deus não decepciona aquele que busca e espera n’Ele. É belíssima a passagem de quando Moisés é levado pelo movimento das águas e é encontrado pela filha do faraó. Para o povo sair da escravidão, o mar precisou se abrir. O povo, diante da impossibilidade de vencer as águas, se volta contra o profeta e lhe pergunta por que ele os retirara do Egito, se eles não têm como ultrapassar o mar. Diante do questionamento dele, o Senhor lhe diz apenas uma frase: "Diga ao povo que caminhe". Deus não lhe proferiu uma frase que garantisse o milagre, mas que requeria fé.
A expressão de Deus não é uma expressão que facilita a vida, mas que encoraja. O Senhor não facilita, pois quem facilita corre o risco de infantilizar o facilitado e Ele não nos quer infantis na fé. Deus nos quer amadurecidos, prontos para dar o primeiro passo. Fé é saber acreditar quando tudo está ao contrário. Homem de fé não é aquele que vê. É o que não vê e mesmo assim não desiste.
Na experiência do povo de Israel, diante de um povo que o [Moisés] quer matar, Deus não facilita para ele, mas requer sua fé. O povo queria uma reposta mágica, mas Deus dá uma ordem que encoraja, que faz crescer dentro deles a lembrança que aquele Deus que caminhou com eles não os deixará na mão. Nós não sabemos como será, mas não desistimos do que esperamos. Quando tudo indicava que a morte iria chegar, com os pés na água, seguindo a ordem do Senhor, o milagre aconteceu.
Por um lado, eles estavam imobilizados pelo mar que podia afogá-los; por outro, pelo exército que poderia matá-los. Aquele povo estava emparedado. Ser homem e mulher de fé é você viver uma única alternativa: aquela de não poder recuar. É como diz Santo Agostinho: "Deus só nos pede aquilo que Ele já nos deu. Tudo está em nós sob forma de dom".
A experiência da fé nos movimenta para sermos o que realmente somos. Você não tem outro destino, a não ser a santidade; da mesma forma que o povo de Israel não tinha outra opção a não ser a libertação. Ninguém emagrece fazendo novena. Ou nós nos disciplinamos ou não vamos emagrecer!
O que faz um homem ser de fé é a resposta que dá diante da insegurança. Isso é Cristianismo. Não é uma postura angelical, é uma forma de se tornar guerreiro, soldado. Coragem! Vitória é o que Deus quer celebrar na nossa vida por meio da fé.

Padre Fábio de Melo

Falsas amizades

Assim como Deus nos dá amigos para nos conduzir à vida eterna e experimentar as realidades do céu, corremos o risco de nos deixar confundir pela falsidade, pelo erro das amizades que podem aparecer para nos desencaminhar da santidade e da verdade. Precisamos pedir o discernimento dos espíritos [cf. I Coríntios 12, 10] a fim de analisar se as amizades são de Deus ou não.
Como podemos ter amigos que querem nosso bem e outros que querem o mal. Estes últimos são chamados de falsos amigos. As falsas amizades são as que se fundem em qualidades sensíveis ou frívolas. “(...) Não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas idéias frívolas” (cf. Efésios 4, 17), que são uma espécie de egoísmo disfarçado. Essas amizades vivem daquilo que é mundano. (...) “Principalmente aqueles que correm com desejos impuros atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade” (cf. II Pedro 2, 10).
São Francisco de Sales distingue três espécies de falsas amizades: as amizades carnais, que atraem pelas paixões carnais e pela devassidão (cf. II Pedro 2, 18) buscando os prazeres voluptuosos; as amizades sensuais, que se prendem ao ver a formosura, ao ouvir uma doce voz, ao tocar; e as amizades frívolas, fundadas em qualidades vãs (festas, bebedeiras, etc).
Existem diversos tipos de amigos falsos: os amigos do copo, que se reúnem somente para beber; amigos da prostituição; amigos do furto e roubo; amigos de fofocas; amigos de ganância e interesses; amigos do sexo. Como podemos identificar a origem dessas amizades? Partimos da origem: elas começam de maneira repentina e forte, pois parte de uma simpatia, de um instinto, de qualidades exteriores e brilhantes e de emoções vivas ou apaixonantes. Seu desenvolvimento: alimentadas por meios de conversas insignificantes, mas afetuosas, outras por meio de conversas demasiado íntimas e perigosas, por olhares freqüentes, por carícias, entre outros. Efeitos: são vivas, absorventes e exclusivas, imaginam que serão eternas e seguidas por outras afeições.
Perigos dessas amizades: são os maiores obstáculos para o crescimento espiritual. À medida que os apegos vão crescendo, vai-se perdendo o recolhimento interior, a paz d’alma, o gosto dos exercícios espirituais e do trabalho. O pensamento foge muitas vezes para o amigo ausente. A sensibilidade toma as rédeas da vontade, a qual se torna fraca. Partindo para os perigos relacionados à pureza.
Devemos fugir dessas amizades por intermédio da aplicação do remédio certo desde o começo, pois assim é mais fácil, porque o coração ainda não está preso. O rompimento deve ser feito de maneira firme e energética. É necessário evitar procurar e pensar na pessoa em questão, e cortar toda espécie de vínculo ou ligação, antes que seja tarde.
“Cortai, despedaçai, rompei; não vos deveis deter a descoser essas loucas amizades, é forçoso rasgá-las; não convém desatai os seus nós, devem-se romper ou cortar” (São Francisco de Sales).
Pois, quem se expõe ao perigo acaba por sucumbir.

Pe. Reinaldo

Elogio, um remédio que cura

Muitas vezes, saltam aos nossos olhos apenas os defeitos de quem está ao nosso lado, e, raramente, tecemos algum comentário sobre suas qualidades.
As críticas - especialmente quando falta o bom senso nas palavras - tendem a criar uma barreira entre o casal. E a pessoa, por medo de ser novamente repreendida em seus atos, sente-se inferiorizada e, conseqüentemente, mais insegura, até mesmo diante daquele que poderia ser o seu apoio.
Em nossos relacionamentos, muitas promessas de mudança de comportamento, certamente, já tenham sido feitas, mas, infelizmente, poucas vezes cumpridas. Fazer uma série de cobranças a respeito daquilo que o outro não conseguiu, por via de regra, acaba se transformando em discussões que, raramente, poderão trazer algum resultado, exceto dores de cabeça e estresse.
Ofuscada pelas decepções, a pessoa criticada se sente a menor das criaturas e incapaz perante o outro. De forma que definir novas estratégias, para restabelecer a vontade em continuar com aquilo que lhe era um desafio, torna-se pesado demais...
Conseqüentemente, a decepção e toda uma carga de maus sentimentos parecem lançar por terra aqueles esforços investidos no compromisso. Assim como as más palavras destroem um caráter e corrompem as sementes das virtudes; as palavras cheias de benevolência aumentam nossa auto-estima, robustecem nossa autoconfiança e, de maneira especial, fortalecem nossos vínculos - muito mais do que bens ou presentes poderiam fazê-lo.
Algumas situações podem ter outro desfecho, quando elogiamos, sinceramente, as pessoas naquilo que para elas tem sido motivo de esforços.
Todos nós, de alguma maneira, buscamos compensação para aquilo que fazemos. Nem
sempre essas compensações precisam vir de um bem material.
Talvez, o início para se alcançar o cumprimento das metas e objetivos, numa vida a dois, esteja contido nas palavras mútuas de encorajamento ou em simples elogios, mesmo quando aquilo que foi prometido, anteriormente, tenha manifestado pequenos sinais de mudança.
Todos nós temos qualidades e podemos enaltecê-las por meio de elogios sem frisar tanto os defeitos, pois, se a pessoa que convive conosco mal percebe nossas qualidades, de quem poderíamos esperar tal reconhecimento? O elogio faz com que a pessoa perceba que é notada e, uma vez valorizada, sua auto-estima cresce e tudo contribui para fortalecer os vínculos entre o casal.
Na verdade, estamos, por intermédio das palavras, encorajando nossa (o) companheira (o) a se empenhar ainda mais naquilo que ela (ele) está buscando ou se esmerar em outras tarefas, ratificando pelas palavras, o nosso voto de confiança.
Não se trata de fazer elogios vazios, faltando com a sinceridade.
Para a pessoa que amamos, os elogios são indicadores de que nos importamos com ela e queremos o seu crescimento. São práticas simples e eficazes que não nos custam nada. Isso nada tem a ver com bajulação, que, freqüentemente, pode não passar de uma tentativa de manipulação das coisas ou situações para se obter certo benefício.
Não precisamos esperar nobres gestos para elogiar alguém que esteja ao nosso lado. Pequenos e sinceros comentários podem tornar o dia de quem amamos muito mais agradável e não há contra-indicações, podendo ser aplicados em qualquer relacionamento.
Falar bem do outro, querer bem ao outro e promovê-lo é importante, pois, na verdade, os elogios são os aplausos aos esforços das mudanças, as quais são tão necessárias para se estabelecer o bom convívio.
Há muitas maneiras de mostrar a alguém o nosso carinho. E por que não acrescentar também a eficácia dos elogios?
Um abraço,

Dado Moura

O pecado da gula

Gula é comer além do necessário para se alimentar. Para alguns, o prazer de comer passou a ser um fim em si mesmo; esse é o erro. E se frustram quando a refeição não é “suculenta e variada”.
Escrevendo aos filipenses, São Paulo se refere àqueles cujo “deus é o ventre” (cf. Fil. 3,19), isto é, o alimento. Se a Igreja nos aponta a gula como um vício capital é porque ela gera outros males: preguiça, comodismo, paixões, doenças, etc... Podemos comer e beber com moderação e gosto, mas não podemos fazer da comida um meio só de prazer; isso desvirtua a alimentação.
Um corpo “pesado” debilita o espírito. Santo Agostinho dizia que temia não a impureza da comida, mas a do apetite. Ele escreve uma página sábia sobre isso: “Vós me ensinastes a ingerir os alimentos como se tratasse de remédios”. Santa Catarina de Sena dizia que o “estômago cheio prejudica a mente”. E Santo Ambrósio afirmava que: “Aquele que submete o seu próprio corpo e governa sua alma, sem se deixar submergir pelas paixões, é seu próprio senhor: pode ser chamado rei, porque é capaz de reger a sua própria pessoa”. E o líder pacifista indiano Gandhi afirmava que “a verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem o rigoroso controle da gula. Todos os demais sentidos estarão, automaticamente, sujeitos ao controle quando a gula estiver sob controle”.
A virtude oposta à gula é a temperança: evitar todos os excessos no comer e no beber. Para destruir as raízes da gula é preciso submeter o corpo à mortificação. E esta haverá de ser sob a ação do Espírito Santo, nosso Santificador. São Paulo ensinou aos Gálatas e aos Romanos que somente o Espírito pode destruir em nós as paixões. “Conduzi-vos pelo Espírito Santo e não satisfareis o desejo da carne” (Gál. 5,16). “Se viverdes segundo a carne, morrereis, mas, se pelo Espírito fizerdes morrer as obras do corpo, vivereis” (Rom. 8,12). A ação poderosa do Espírito Santo, aliada à nossa vontade, vem em auxílio da nossa fraqueza e nos dá a graça de superar os vícios.
Como remédio contra a gula a Igreja propõe também o jejum; não como um valor em si mesmo, mas como um instrumento para dominar a paixão. Mas Santa Catarina de Sena ensina que “a mortificação deve ser feita de acordo com a necessidade e na exata medida das forças pessoais.” Visto que não se pode impor a todos a mesma mortificação como uma norma rígida, já que nem todos são iguais.
Não é possível querer levar uma vida pura sem sacrifício. O corpo foi nos dado para servir e não para gozar; o prazer egoísta passa e deixa gosto de morte; o sacrifício gera a vida. Não foi à toa que Cristo jejuou quarenta dias, no deserto da Judéia, antes de enfrentar as ciladas terríveis do Tentador, que queria afastá-Lo do caminho traçado por Deus para Ele seguir a fim de salvar a humanidade.

Felipe Aquino: É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II

Eu tomo posse daquilo que sou

Ser pessoa é antes de tudo ter consciência: “Eu sei quem sou eu. Tenho diante de mim minhas dificuldades, mas eu me aceito!” Conversão é tomar posse daquilo que se é. Por isso, Deus não pode trabalhar com uma pessoa mascarada, que não se aceita.
Não existe cristão se ele não se aceitar do jeito que é. Você é o que é, e a sua conversão passará por aquilo que você é!
Jesus quando viu Maria Madalena fez com que ela voltasse a ver aquilo que ela era, não uma prostituta, mas uma filha de Deus projetada por Ele; não aquilo que a sociedade criou.
Nós caímos muito nos artifícios que nos são apresentados. Nossa vida se ilumina por novidades e gostamos muito do estético. E seguimos aquilo que é diferença, não somos fã da disciplina.
Corremos atrás de coisas e duas semanas depois vemos que realmente aquilo não era tão bom como parecia.
Por que os artistas não permanecem muito tempo casados? É por causa disso. Querem respostas rápidas, românticas, buscam o brilho eterno e acabam desanimando. Então, o outro começa a decidir por nós e ficamos perdidos. Muitas pessoas, ora dão um testemunho de que acreditam em Deus ora, passado um tempo depois, já dizem acreditar em Buda, depois em Maomé, e mais tarde na energia [cósmica]... Não ficam presas a nada.
Cuidado para não seguir somente as vaidades. Somos vaidosos, mas não podemos ser levados pela vaidade. Não invente um personagem, seja aquilo que você é. Seja autêntico, assim você provoca autenticidade nas pessoas a seu redor. Procure ser aquilo que Deus o fez. Se você está correndo atrás de porcaria cuidado para não acabar deixando de ser aquilo que Deus fez de você.
Deus acontece plenamente no nosso coração quando nós nos permitimos ser aquilo que somos. A nossa divindade só acontece na participação.
Não seja aquilo que dizem que você é. Parece estranho, mas não podemos dar aquilo que não temos. Se você não descobrir que você é sagrado, você não vai perceber a sacralidade que o outro é!
Quem não se ama não sabe amar ninguém. É uma pessoa ausente de si mesma. Os amores estragados que passaram minou aquilo que se era. Há pessoas que vemos que não têm amor-próprio; mas nós não temos o direito de perder esse amor.
Tome posse do que você é para depois dar-se ao outro.

Padre Fábio de Melo

terça-feira, 27 de abril de 2010

VIDEO: Igreja de Cristo

Doar-se ao outro...

Muitas vezes sem pensar 'matamos' os nossos irmãos. Esta palavra pode parecer dura ('matar'), mas na realidade o ato de matar o outro não acontece só de maneira física.
Matamos o outro quando o anulamos, quando só exigimos dele, mesmo sem saber como ele está, quando só fazemos as nossas vontades e sem perceber passamos por cima e só o chamamos de irmão quando precisamos.
Infelizmente, tudo em nossa volta está tão corrido, cada um querendo terminar o seu trabalho, os seus deveres... Deixamos tudo para amanhã. Damos a desculpa a nós mesmos: 'amanhã eu vou amar', 'amanhã eu pensarei no meu irmão', 'depois eu pergunto como ele está', e vamos deixando tudo para depois...
O mundo nos leva a sempre pensarmos em nós mesmos, queremos amor, atenção e não percebemos que o outro também precisa. É preciso saber que: 'O amor não se improvisa, o amor é uma conquista!'.
É necessário gastar o precioso tempo que Deus nos deu para se doar ao outro.
O trabalho, as agitações do dia-a-dia sempre vão existir, mas o irmão que está ao nosso lado não sabemos até quando estará conosco.
Deus nos convida a viver intensamente esta frase:
'Que nunca deixemos os nossos para trás'.
É muito fácil acusarmos o irmão quando ele desiste ou erra, o difícil é aceitá-lo e ajudá-lo a levantar, o difícil é deixarmos a nossa posição, as nossas vontades e descer do degrau mais alto para levantar o outro que está embaixo.
Vamos juntos pedir a Deus a graça de deixarmos de ser egoístas, e passarmos a doar, nem que seja um minuto ou um sorriso, mas que seja doado com amor, pois cada vez que nos doamos aos outros, esquecemos a nós mesmos.
Assim teremos a graça de experimentar a verdadeira alegria - a que não passa, a de doar a vida pelo irmão.
Hoje, Jesus nos convida a amar concretamente, não com grandes atos, mas com pequenos gestos; gestos esses que são capazes de tirar o nosso irmão do abismo.
Manoela Almeida - Canção Nova

70 x 7

Numa comunidade colocaram um grande letreiro à entrada da casa, que dizia: '70x7', alusão à palavra de Deus que nos manda perdoar setenta vezes sete (Mt 18,22). O que significa perdoar setenta vezes sete? Significa perdoar com as seguintes características:
Perdoar tudo a todos
Perdoar tudo, seja o que for, desde a menor ofensa até a própria morte.
Perdoar a todo mundo, não só aos irmãos a quem amamos e que somos capazes de desculpar, mas também aos inimigos, aos que nos odeiam, a quem falou mal de nós, ao comunista, ao protestante, à prostituta, enfim, àqueles que julgamos piores do que nós, embora talvez passem à nossa frente do Reino dos Céus.
Perdoar a quem nos ofende
Embora não nos peçam perdão. Não se trata de perdoar a quem se arrepende, e sim a todos os que nos tenham ofendido; não importa que a pessoa não se volte para nós, devemos perdoar. Assim ensinou Jesus na oração do Pai Nosso: 'como nós perdoamos a quem nos tem ofendido'.
Imediata e incondicionalmente
Não deixando que o sol se ponha sobre nossa ira, para não permanecer em trevas o nosso coração. E sem condicionar o perdão, sem exigir qualquer tipo de pagamento, sem chantagem, ou fazer com que se sintam mal aqueles que nos ofenderam.
Esquecendo a ofensa
Sem levá-la em conta futuramente. Sem lançá-la ao rosto noutra ocasião. Sem qualquer represália contra o irmão. Perdoar sem esquecer não é perdoar. Não se trata de perdoar materialmente, e sim de agir sem condicionamentos por aquilo que fizeram contra nós. Se vestirmos a armadura do perdão, o Senhor nos encherá com a sua paz.
Restituindo a confiança original
Voltar a confiar no irmão como antes de cometer a falta; como Jesus devolveu a confiança a Pedro, depois de suas três rejeições.
Retribuindo com o bem o mal recebido
Porque a única maneira de vencer o mal não é [somente] suportá-lo com resignação e perdoando, e sim, retribuindo com o bem.
Perdoando de coração
Ou seja, não só de palavra, como também com amor misericordioso e compassivo, sofrendo mais porque nosso irmão se converteu em ofensor do que pelo fato de termos sido ofendidos. E se desta maneira conseguirmos perdoar até sete vezes, os discípulos de Jesus devem perdoar sempre assim.
Impossível possível
Perdoar é, assim, uma ação difícil, que muitos consideram impossível não se sentindo, portanto, obrigados a cumpri-la, uma vez que é irrealizável. E dizem:
'Eu seria capaz de perdoar qualquer coisa, menos isso'; 'Isto não aconteceu a mais ninguém...'; 'Eu sempre o tratei bem, e ele me retribui desta maneira...'.
Outros julgam que perdoar é perder, e como não estão dispostos a perder não querem perdoar.
Torna-se bem claro que não temos forças para perdoar. Precisamente por isso, quando Cristo enviou seus apóstolos para perdoar, falou: 'Recebam o Espírito Santo, que os capacita a realizar aquilo que não podem fazer com as próprias forças'.
Jornal 'Lumen'
Arquidiocese de Niterói - Vicariato Região dos Lagos

As faces do Amor

O amor gera a vida; o egoísmo produz a morte. A psicologia mostra hoje com toda clareza que as graves perversões morais tem quase sempre como causa principal uma “frustração de amor”. Os jovens se encaminham para as drogas, para o sexo vazio, para o alcoolismo e para tantas violências, porque são carentes de amor, “desnutridos” de amor. A pior anemia é a do amor. Leva à morte do espírito. Ninguém pode ser feliz se não for amado; se não fizer uma experiência de amor. Se isto é importante na infância e na adolescência, também na vida conjugal isto é verdade.
E esse “amor conjugal” começa a ser aprendido e treinado no namoro. Na longa viagem da vida conjugal, que começa no namoro, você precisa levar a bagagem do amor. Você amará de verdade o seu namorado, não só porque ele é simpático, bonito ou porque é um atleta, mas porque você quer o bem dele e quer ajudá-lo a ser ainda melhor, com a sua ajuda. Muitas vezes você quis e procurou uma namorada perfeita, ou um rapaz ideal, mas saiba que isto não existe.
A primeira exigência do amor é aceitar o outro como ele é, com todas as suas qualidades e defeitos. Só assim você poderá ajudá-lo a crescer, amando-o como ele é. Alguém já disse que o amor é mais forte do que a morte, e capaz de remover montanhas. O amor tem uma força misteriosa; quando você ama o outro gratuitamente, sem cobrar nada em troca, você desperta-o para si mesmo, revela-o a si mesmo, dá-lhe ânimo e vida, “ressuscita-o”. É com a chama de uma vela que você acende outra. É com a doação da sua vida que você faz a vida do outro reviver. Desde o namoro você precisa saber que “amar não é querer alguém construído, mas construir alguém querido”.
É claro que um casal se aproxima pelo coração, mas cresce pelo amor, que transcende os sentimentos e se enraíza na razão. Todo relacionamento humano só terá sentido se implicar no crescimento dos envolvidos. De modo especial no namoro e no casamento isto é fundamental. A ordem de Deus ao casal é esta: “crescei”. Deus não nos dá uma “ajuda adequada” para “curtirmos a vida” a dois; mas para crescermos a dois. Isto vale desde o namoro. E o que faz crescer é o “fermento” do amor. Ninguém melhor do que São Paulo expressou as exigências do verdadeiro amor: ”O amor é paciente, O amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, Não se irrita, Não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, Mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa. Tudo crê, Tudo espera, Tudo suporta. O amor jamais acabará” (1Cor 13, 4´7).
“O amor não se irrita, não xinga, não ofende, não grita! O amor não guarda rancor”, diz o apóstolo. É claro que haverá no namoro momentos de desencontros. São normais os pequenos desentendimentos. É fruto das diferenças individuais e das circunstâncias da vida. O feio não é brigar, mas não se reconciliar, não saber perdoar, não saber quebrar o silêncio mortal e manter o diálogo. Para evitar as brigas e desentendimentos é preciso saber combinar as coisas. O povo diz que “aquilo que é combinado não é caro”. Aprendam a combinar sobre o passeio, sobre as atividades que cada um gosta de fazer, etc... É preciso dizer aqui que a face mais bela do amor é a do perdão. Você tem o direito de ser perdoada, pois errar é humano; mas tem também o dever de perdoar quando ele errar e pedir perdão.
O gesto mais nobre de Jesus foi o de perdoar os algozes que o crucificavam. Não pode haver futuro para um casal que não sabe se perdoar mutuamente. Esta é a maior reserva de estabilidade para o casal. Outra face bela do amor é a fidelidade. Ser fiel ao outro não quer dizer apenas não ter outro parceiro; é muito mais do que isto, é ser verdadeiro em tudo. É não tapear o outro em nada. É não ser fingido, mascarado ou dissimulador. Se você mente para a sua namorada saiba que está destruindo o amor entre vocês. Nada é mais fatal para o amor! A mentira gera a desconfiança; a desconfiança gera o ciúme; o ciúme gera a briga e a separação. Ser fiel ao outro é saber respeitá-lo, defendê-lo, e não traí-lo de qualquer forma, seja por pensamentos ou palavras. Se você fizer do seu namoro uma brincadeira de “esconde-esconde”, você estará brincando de amar, e isto é muito mal. Portanto, quebre toda falsidade, dissimulação e fingimento, porque isto destrói o amor.
“A mentira tem pernas curtas”, diz o povo; ela logo aparece, e quando isto ocorre deixa o mentiroso desqualificado, e não mais digno de confiança. Desde o namoro é preciso ter em mente que a beleza do amor está exatamente na construção da pessoa amada. É uma missão para gente madura, com grandeza de alma. Construir uma pessoa é educá-la em todos os aspectos, e isso é uma obra do coração. O amor tudo suporta, tudo crê, tudo espera; o amor não passa jamais. Não há o que o amor não possa fazer. Quando não ajudamos o outro a crescer é sinal de que o nosso amor por ele ainda é pequeno. Se o seu namoro não for um exercício constante do amor, ele ficará vazio, monótono, e sem sabor. E como a natureza tem horror ao vácuo, este vazio será preenchido por desentendimentos e brigas.
Namorando se aprende a amar, mas amando se aprende a namorar. Para você meditar:
Sete vezes menosprezei a minha alma:
1. Quando a vi disfarçar-se com a humildade para alcançar a grandeza;
2. Quando a vi coxear na presença dos coxos;
3. Quando lhe deram para escolher entre o fácil e o difícil, e escolheu o fácil;
4. Quando cometeu o mal e consolou-se com a idéia de que outros cometem o mal também;
5. Quando aceitou a humilhação por covardia e atribuiu sua paciência à fortaleza;
6. Quando desprezou a lealdade de uma face que não era, na realidade, senão uma de suas próprias máscaras;
7. Quando considerou uma virtude elogiar e glorificar.

Felipe Aquino

Confiança dos filhos para com os pais

No meio em que você vive, como se manifesta na família o anseio de determinação, confiança dos membros que compõem essa família entre pai, mãe e filho?
Seus filhos confiam em você pai? Você é o pai que seus filhos gostariam de ter? Ou, eles gostariam de ter outro tipo de pai? Já fez esta pergunta ao seus filho?
Sabemos que os jovens recusando-se a aceitar o autoritarismo excessivo dos pais procuram afirmar-se como pessoa. Irmãos há diferença entre autoridade com amor e autoritarismo militar. Filhos diz a palavra em provérbios 19, 26-27, “Quem maltrata seu pai, quem expulsa sua mãe é um filho infame do qual todos se envergonham. Cessa meu filho de ouvir as advertências e isto servirá para te afastares da sabedoria”Is 45,10-11
Se você não confia no seu pai, tenha gestos de carinho para com ele e dialogue, seja seu pai, seu amigo. Abra-se com ele, diz que o ama. Que ele é importante para você. Mostre a seu pai que ele é importante para você. Mostre que seu proceder é puro e reto.
Seja qual for a conclusão que você tem de seu pai, ame-o, pois a palavra em provérbio 20, 20 diz: “Quem amaldiçoa seu pai ou sua mãe verá apagar-se sua luz no meio de densas trevas'.
Em Deuteronômio 5, 16, Mc 7,8 diz: “Honra teu pai e tua mãe”, de acordo com 4º mandamento da lei de Deus. Ele, Deus quis que depois dele, que deve ser Amar a Ele em 1º lugar, honrássemos nossos pais e os que Ele para nosso bem investiu de autoridade, mas com amor.
Dê filho ao seu pai um voto de confiança e que Deus abençoe o seu pai!
Amém
Teresinha Ferreira - Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 26 de abril de 2010

VIDEO: Como surgiu a Biblia

Cigarro troque esta idéia

Um cigarro, em um momento
A fumaça que vai ao vento
Cena que traz sensação de liberdade
Fumaça que embaça a realidade.
Quatro mil substâncias tragadas
Que no organismo ficam armazenadas
O tempo dirá,
O mal que algo tão pequeno nos trará.
Artifício falso para a solidão
Propaganda que engana o coração
A nicotina e o alcatrão logo, logo viciarão.
Buscamos a verdade
Mas, a verdade é que não queremos verdade
acabamos entrando no vício que para a
sociedade não tem nada haver.
Por ser socialmente permitido
é vício fácil de ser contraído
engordando as indústrias do tabaco
os usuários vão entrando no buraco.
O preço da falsa liberdade
custa um hospital
Os fumantes são instrumentos úteis,
de valoroso comércio social.
Cigarro idéia que precisa ser trocada
Cigarro idéia que precisa ser apagada
Sozinho não consegue,
busque alguém que ajuda não negue.
A vida é uma só
não se deixe vencer por algo tão menor,
pois o preço da vida é incalculável
E no coração de Deus,
A vida tem valor inestimável.

Ana Luisa - Posto Médico Pe Pio - Canção Nova

Educação dos filhos

Os pais têm responsabilidade conjunta para educar os filhos. Para conseguir efeitos duradouros, não só a mãe precisa ter desvelo na educação das crianças. Mas também o pai deve participar na formação para a vida. A presença de tantos homens na senda do crime, reflete a ausência do pai em casa. Não estando ele a postos na família, não há quem possa passar à nova geração os valores da palavra empenhada; da honestidade nos negócios; do amor ao trabalho; do respeito para com as autoridades legítimas; da vigilância contra a maldade humana. Não que a mãe não esteja em condições de também fazê-lo. Mas é o pai que faz, com maior eficiência, a ligação entre o ninho familiar, e o agitado mundo externo.
No entanto, existem muitos valores básicos que são transmitidos à prole pela linhagem feminina. Assim, a necessidade do asseio pessoal, a auto-estima que nasce da ordem nos seus objetos, o gosto pela limpeza, a importância de uma correta alimentação, o sentido da existência humana, e milhares de outras frentes da vida. Seu sucesso depende de um bom encaminhamento materno. É claro que a fé é um dom de Deus, e ninguém pode plantar esta virtude no coração alheio, nem mesmo no de uma criança. Mas se pode explicitá-la, fazer compreender melhor as grandes linhas da espiritualidade, facilitar a aproximação com Deus. É do ensinamento da mãe que o filho aprende a descobrir os traços da bondade do Criador; assimila a forma de fazer oração; mostra que o ser humano tem destino sobrenatural. Se a participação masculina na educação da fé vale prata, o que a mãe transmite vale ouro.
A grande questão é saber se a mulher ainda hoje em dia transmite a fé para seus filhos. Parece que isso diminuiu muito, ou freqüentemente, nem acontece mais. Quando muito, as mães entregam seus filhos à catequese paroquial, ou aos ensinamentos esporádicos das avós. O fato é que a nova geração está enfrentando a vida, sem uma referência explícita a Deus. De onde viria tal omissão feminina? Existe uma explicação plausível para esse fenômeno? As tentativas de esclarecimento situam-se em três linhas:
1 – As mulheres, pelo fato de trabalharem fora do lar, buscando emprego num mundo competitivo, estariam relegando a educação dos filhos para segundo plano. Daí surgirem tantos menores infratores, e tantos jovens sem ideais, e sem abertura para o transcendental. Segundo o nosso parecer, em certos casos pode ser uma boa explicação que, no entanto, não se confirma num universo maior de casos: há muitas mulheres que trabalham fora, e assim mesmo sabem transmitir os rudimentos da fé para os seus filhos.
2 – A escola moderna tornou-se excessivamente laica, não sendo mais um lugar para transmitir valores. Aqueles famosos colégios católicos de outrora, que levavam tão a sério a formação religiosa, especialmente das moças, desapareceram do horizonte. A escola não mais colabora na transmissão da fé. Mas parece que nem aqui está a verdadeira explicação da omissão das mães, em educar seus filhos para uma visão mais completa da realidade humana. Pois muitas, apesar de não terem recebido uma educação religiosa no meio escolar, sabem mostrar o sentido último da vida.
3 – O mundo moderno se desdivinizou. Está dessacralizado. O homem não é mais considerado imagem de Deus e participante de seu ser. Toda a problemática da vida foi laicizada. Os pais se sentem perdidos diante das grandes interrogações existenciais do mundo moderno. O Homem se tornou uma monstruosa quimera, racionalmente inexplicável. Diante das vacilações e da falta de clareza na fé, as mães preferem silenciar, abrindo assim um vácuo existencial. As interrogações vão se acumulando, repercutindo no coração da prole.
Só uma sólida formação nas bases insubstituíveis da fé, e um forte apoio da comunidade cristã, a busca sincera da oração, pode superar o impasse. Caso contrário, mergulharemos sempre mais no eclipse tenebroso da falta de motivações para uma vida humana com sentido pleno.
Dom Aloísio Roque Oppermann, scj

Deus não desiste de você

Você pode se sentir a última pessoa da face da Terra, alguém pode ter dito a você: “Assim não dá mais, já tentei de tudo”. Porém, Deus não desiste de você.
É como uma mãe ou uma costureira que procura, com um pedacinho de imã, alfinetes que perdeu nos cantinho das gavetas ou nos buracos de casa e, com ele, recupera todos os alfinetes. Da mesma forma, Deus Pai quer resgatá-lo, quer e esta atraindo todos os filhos constantemente.
O próprio Pai pegou Jesus nas mãos e colocou-o em todos os buracos onde estávamos ao longo da nossa vida: nas zonas de prostituição, na boca de fumo, nos lugares de perigo, nos bailes, nas casas de shows, nos botecos, bares. E, como um imã, Jesus nos encontrou. Nem sabíamos o que estava acontecendo, nessa as mudanças começaram a acontecer, e tudo o que vivemos ficou para trás. Estranhamos a nossa própria mudança e, quando percebemos, até nossas amizades eram outras. Nos encontramos com o Senhor.
Para Deus, o que fizemos está no passado. Ele revela o Seu amor pelo pecador. Nos ama de tal maneira e com tal intensidade que não desiste de nós. Mesmo que nos comportemos como crianças birrentas, relutemos contra este amor, Ele insiste, persegue-nos, até que nos conquiste. Veja o que São Paulo nos fala na carta aos Romanos:
“Onde, porém, se multiplicou o pecado, a graça transbordou”(Rm 5,20)
Isto não significa que eu tenha de permanecer no pecado para a graça transbordar em minha vida. Havia uma propaganda antiga que dizia assim: “tum... tum... quem bate? É o frio. Não adianta bater, que eu não deixo você entrar”. Quando o pecado bater em seu coração, na sua mente ou em algum órgão do seu corpo, pergunte “quem batem?” Se for o pecado responda: “Estou morto”.
Com a morte de Jesus na cruz, fomos batizados na vida nova que Cristo nos oferece, e o homem velho e a mulher velha também estão mortos. Com a ressurreição de Jesus, nós precisamos ter uma vida nova em Cristo: novas amizades, namoros novos, casamentos renovados. Mesmo os profissionais, os evangelizadores, os ministros de música, os pregadores precisam estar mortos para o pecado e vivos para Cristo.
Deixe o passado, os ressentimento. Uma pessoa ressentida vai ao passado constantemente e revive sentimentos, acontecimentos, brigas com os familiares, namoros que não deram certo e várias situações. Existem pessoas que gostam de ficar na fossa, ou acordar enfezadas. Deus nos dá a graça de nascer de novo para que o homem velho morra e nós nos lembremos daquilo que éramos, somente quando for necessário testemunhar para tirar alguém do buraco.
O testemunho arrasta as pessoas. Quando dizemos quem fomos e quem somos hoje, muitas pessoas são resgatadas por Deus. Vale a pena tocar no passado apenas para que as pessoas se voltem para o Senhor. Elas dirão: “Se ele pôde, eu também posso experimentar essa graça”. Até mesmo o esterco do passado, Deus usa para adubar o presente. Mas nosso passado se limita a ser lembrança apenas nessa situação, ou seja, para resgatar alguém, pois o passado ruim, e longe de Deus, para mais nada serve.
Não se deixe dominar pelos acontecimentos e muito menos pelos sentimentos. Não procure o caminho mais fácil. Não se submeta a um vício. O homem novo tem que prevalecer sobre o homem velho.
Ninguém pode obrigá-lo a cheirar cocaína, a fumar, a trair a esposa, ou esposo. Em Cristo, você é livre, pois Ele foi pregado na cruz por você. Portanto, o pecado não reina mais em seu corpo mortal. Não ponha os seus membros a serviço da santificação do outro. Sei que é um desafio falar, escrever, pensar, agir, cantar desta forma. Se não for para servir, eu pergunto:Para que viver? Será apenas para chegar ao esgotamento físico?
Tem de haver algo maior, que é Jesus! Ele é tudo! Ele é o básico! Sem Ele, nada de bom podemos fazer!
Dunga - Comunidade Canção Nova

Quando a missa se torna uma obrigação

Religião é uma forma de religar. Religa partes, une pontas e diminui distâncias. O sacramento está sempre unido a um símbolo justamente por isso, pois ele é uma forma de concretizar a natureza da religião. Ele é a parte humana que se estende em direção a Deus com o intuito de tocá-lo e experimentá-lo. O símbolo é uma forma de prazer e o sacramento também, pois nele o sacrifício está redimensionado, já tem cores de ressurreição.
A pergunta
O menino chegou e perguntou-me: "Padre, eu sou obrigado ir à missa?". Olhei seus olhos e percebi uma honestidade na questão formulada. Junto da honestidade, havia uma ansiedade que lhe impedia o sorriso. No rosto, não havia alegria. Estava tomado de uma certeza de que a liturgia católica, para ele, estava longe de ser um acontecimento que lhe extraia gratuidade. Era uma obrigação a ser cumprida.
Sua voz parecia me pedir socorro, feito escravo com sua carta de alforria em mãos, a me pedir assinatura.
Naquele momento, fiquei sem palavras. Senti o coração apertado no peito e o desejo de nada responder. Reportei-me à Escritura Sagrada e senti-me como o próprio Abraão, diante do questionamento de Isaac: "Pai, onde está a vítima do sacrifício?" (Gn 22, 7). Pergunta que não tem resposta. Pergunta cheia de ansiedade, de silêncio, de motivos, honesta e plena de razões.
Olhei-o com muita firmeza e resolvi desafiá-lo: "É obrigado visitar alguém a quem se ama?". Ele disse: "Não, não é não, padre". Seguiu-se o silêncio. Calou-se ele, e eu também.
A pergunta que não cala
Algumas horas depois, retomei sua pergunta e fiquei pensando nela. Coloquei-me a pensar na religião que se apresenta ao coração humano como obrigação a se cumprir, feito mochila pesada que se leva nas costas.
Fico pensando no quanto a obrigação pode se opor ao prazer. E o quanto é contraditório fazer a religião ser o local da obrigação. Na expressão: "Deus é amor" (1Jo 4, 8), definição que João nos apresenta em sua carta, está a declaração da gratuidade de Deus.
Deus é o próprio ato de amar. Ele é o amor acontecendo, e a liturgia é a atualização dessa verdade na vida das pessoas. Ir à missa é tomar posse da parte que nos cabe.
Tudo o que ali se celebra e se realiza tem o único objetivo de nos lembrar que há um Deus que se importa conosco, que nos ama e quer nos ver mais de perto. O sacramento nos aproxima de Deus.
Tudo bem, essa é a Teologia, mas e a vida, corresponde à verdade teológica?
Nem sempre. Nosso rito, por vezes, cansa mais do que descansa. É lamentável que a declaração de amor de Deus por nós tenha se tornado uma obrigação.
Sou obrigado a ouvir alguém dizer que me ama?
Se muita gente pensa assim, é porque não temos conseguido "amorizar" a celebração. Racionalizamos o recado de Deus e o reduzimos a uma informação fria e calculada. Dizemos: "Deus nos ama!", da mesma forma como informamos: "A cantina estará funcionando depois da missa!".
A resposta que responde perguntando
Pudera eu ter uma solução! Ou quem sabe uma resposta que aliviasse os corações que se sentem obrigados a conhecer o amor de Deus, como o coração daquele menino.
Talvez, o teu coração também já tenha experimentado essa angústia e essa ansiedade. Gostaria de saber restituir o sabor lúdico das celebrações católicas. Torná-las acontecimentos reveladores, palavras para não serem esquecidas e imagens que despertassem o coração humano para o desejo de descansar ali todas as questões existenciais que o perturbam.
O problema não está no conteúdo do que celebramos, mas, sim, na forma.
A natureza simbólica da vida é o lugar do encanto. Por isso, a celebração é cheia de símbolos. Mas o símbolo, se explicado, deixa de ser símbolo, perde a graça e deixa de comunicar. Talvez seja isso o que tem acontecido conosco. Na ansiedade de sermos eficientes, tornamos a celebração um local de comunicar recados. Falamos, falamos, de maneira ansiosa, cansada e repetitiva. Temos que falar algo, pois também o padre tem a sua obrigação!
E assim vamos celebrando, obrigando o coração e os sentidos a uma espécie de ritual que nos alivia a consciência, mas não nos alivia a existência.
A missa é muito mais do que uma obrigação: é um encontro. Encontro de partes que se amam e se complementam. É só abrir os olhos e perceber!
Creio que possa ser diferente.

Padre Fábio de Melo

sábado, 24 de abril de 2010

Qual significado das letras JHS inscritas nas hostias?

JHS: Monograma de Cristo que significa "Iesus* Hominun Salvator" (Jesus Salvador dos Homens), e não Jesus Homem Salvador como alguns erroneamente traduzem. Este monograma de Cristo corresponde as tres primeras letras de "Ihsus" que é como se escreve Jesus em grego (também aparece escrito como Ihcus). Grego esse no qual foram escritos os evangelhos de Marcos e Lucas. O "J" em paleografia corresponde ao pronúncia do "I" na antiguidade, da mesma forma que o "V" era empregado como "U".

Fonte: www.universocatolico.com.br

Cometas e estrelas

Há pessoas estrelas. Há pessoas cometas. Os cometas passam. Apenas são lembrados pelas datas que passam e retornam. As estrelas permanecem. Os cometas desaparecem. Há muita gente cometa. Passam pela vida da gente apenas por instantes, gente que não prende ninguém e a ninguém se prende. Gente sem amigos. Gente que passa pela vida sem iluminar, sem aquecer, sem marcar presença. Há muita gente cometa.
Assim são muitos e muitos artistas. Brilham apenas por instantes nos palcos da vida. E com a mesma rapidez com que aparecem, também desaparecem. Assim são muitos reis e rainhas de todos os tipos. Reis de nações, rainhas de clubes ou concurso de beleza. Assim rapazes e moças que se enamoram e se deixam com a maior facilidade. Assim são pessoas que vivem numa mesma família e que passam pelo outro sem serem presença.
Importante é ser estrela. Estar presente. Marcar presença. Estar junto. Ser luz. Ser calor. Ser vida. Amigo é estrela. Podem passar os anos, podem surgir distâncias, mas a marca fica no coração. Coração que não quer enamorar-se de cometas que apenas atraem olhares passageiros. E muitos são cometas por um momento. Passam, a gente bate palma e desaparecem. Ser cometa é não ser amigo. É ser companheiro por instantes. É explorar sentimentos. É ser aproveitador das pessoas e das situações. É fazer acreditar e desacreditar ao mesmo tempo. A solidão de muitas pessoas é conseqüência de que não podem contar com ninguém. A solidão é resultado de uma vida cometa.
Ninguém fica. Todos passam. E a gente também passa pelos outros. Há necessidade de criar um mundo de estrelas. Todos os dias poder vê-las e senti-las. Todos os dias poder contar com elas. Todos os dias ver sua luz e calor.
Assim são os amigos. Estrelas na vida da gente. Pode-se contar com eles. Eles são uma presença. São aragem nos momentos de tensão. São luz nos momentos escuros. São pão nos momentos de fraqueza. São segurança nos momentos de desânimo. Olhando os cometas é bom não sentir-se como eles. Nem desejar prender-se em sua cauda. Olhando os cometas é bom sentir-se estrela. Marcar presença. Ter vivido e construído uma história pessoal. Ter sido luz para muitos amigos. Ter sido calor para muitos amigos. Ter sido calor para muitos corações. Ser estrela neste mundo passageiro, neste mundo cheio de pessoas cometas, é um desafio, mas acima de tudo uma recompensa. É nascer e ter vivido e não apenas existido.
Colaboração de do Pe. Edvino Sicuro

Que tipo de pessoa você optou em ser?

Estamos no século XXI, em plena era tecnológica, tempo em que se fala da possibilidade do homem morar no espaço. Será que os valores morais devem acompanhar tal dimensão?
Fomos formados dentro de um padrão, em que nossos pais achavam estar correto, fomos obrigados a seguir certas regras doméstica e aprendendo muitas normas que eles faziam questão que seguíssemos, para nosso bem.
Instruções desde: 'Com quem você vai', 'Fale a verdade', 'Não parece ser uma boa pessoa' até mesmo... 'precisa fazer a primeira comunhão','Isto não é honesto..', etc...
Quando saímos um pouco mais de casa e começamos a freqüentar a escola, vamos percebendo que nem todos os nossos amigos tinham também os mesmos princípios que os nossos.
Mais sério ainda quando na nossa vida adulta, percebemos que uma grande maioria vive meio as avessas aos nossos princípios; sentimos como se estivéssemos na contra-mão do mundo.
Uma liberdade desenfreada contagia e banaliza os princípios morais: namoros sem compromisso, casamentos sem objetivos, filhos sem responsabilidades; trazendo valores que sustentam regras, que podem até nos fazer pensar que somos atrasados, que vivemos no tempo dos nossos avós, que não precisamos ser tão radicais...
Em contra partida, podemos perceber que alguns daqueles que nos rodeiam se encontram mergulhados em dificuldades que os sufocam, devido as conseqüências da falsa 'liberdade' conquistada.
A fim de evitarmos passar pelos mesmos caminhos, precisamos neste momento recobrar o entendimento que não estamos neste mundo simplesmente para ser só mais um nas pesquisas do senso demográfico; temos um objetivo e uma meta a realizar, portanto freqüentemente estaremos vivendo conflitos, face aos nossos princípios, mas o que nos importa é saber que tipo de pessoa optamos ser e que precisamos estar fundamentados nos valores da Igreja.
Dado Moura

VIDEO: DIZIMO


sexta-feira, 23 de abril de 2010

O que é necessário para se tornar Diácono?

As normas da Igreja fazem algumas exigências: a formação deve durar pelo menos três anos (no mínimo mil horas) e deve conter obrigatoriamente Teologia Bíblica, Dogmática, Litúrgica e Pastoral; o candidato deve estar casado há no mínimo cinco anos; tem que ter pelo menos 35 anos. Vida matrimonial e eclesial exemplares. Autorização verbal da esposa no momento da ordenação e por escrito, arquivada no processo.Todas as dioceses têm normas específicas, exemplo: segundo grau completo, situação econômica estável, indicação do pároco, entrevistas com o Bispo (inclusive esposas), idade superior a quarenta anos, retiros espirituais a cada seis meses para que se possa meditar sobre sua vocação; estar intimamente ligado a uma paróquia onde venha prestando valiosos serviços; complementar seus estudos com Teologia Moral, História da Igreja, Direito Canônico e Mariologia. Ser homem de oração e assíduo na freqüência aos sacramentos.

Quando Deus demora...

É muito mais fácil, para qualquer pessoa, agitar-se e correr do que se aquietar e esperar. São poucos os que esperam sem se indignar contra as "demoras de Deus", e é muito fácil descobrir os limites da própria paciência, mesmo entre os que confiam, porque estes limites são muito curtos.
Conhecer a promessa: "Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei..." (Sl 90,14), faz bem ao coração. É confortável saber e sentir que estamos revestidos da proteção de Deus.
Aqueles que se uniram assim ao Senhor colocaram-se debaixo de sua guarda. Esta união é uma aliança; rompê-la é pôr-se novamente vulnerável. A questão é que muitas pessoas encontram dificuldade em entender e aceitar que estar sob a proteção do Senhor significa viver em completa obediência a Ele. Daí começam a imaginar se já não poderão satisfazer todos os seus desejos e seguir os próprios impulsos.
Correm, então, um sério risco de se sentir sufocadas.
Mas Deus sabe porque põe limites aos seus filhos. Ninguém melhor que um pai poderia dizer porque, naquele momento, tem o seu pequenino seguro pela mão. É assim que ele garante a sua segurança, ajuda-o a manter o ritmo, sustenta-o quando tropeça, detém-no em situações de risco e o leva, até que tenha firmeza no andar.
O pior que se pode fazer é abrir uma brecha e romper essa proteção em nome da satisfação dos apetites e prazeres. Tentar escapar da vontade de Deus não é esperteza, é desperdício de tempo e de força. E nossa força é tão grande quanto a nossa capacidade de esperar em Deus. Se você tiver paciência para aguardar que o Senhor o oriente em todas as situações da sua vida, irá experimentar uma força, um ânimo, uma disposição que o manterão firme, seguro, sereno.
"Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança" (Albert Einstein). Deus escolheu você desde o momento em que o pôs neste mundo e lhe conferiu poder sobre todas as coisas que estão sob a sua responsabilidade. Ficar firme à espera de que Ele manifeste a sua vontade e nos mostre por que caminho seguir é mais difícil do que agir. Mas os que assim permanecem, em confiante esperança, comovem o coração de Deus e experimentam o seu poder. E, experimentando-o, atuam com poder.
Como é feliz o homem que se deixa dirigir por Deus e enfrenta corajosamente os problemas que encontra no caminho! É assim que se aproxima da meta dos seus desejos mais profundos. Quem escolhe essa trilha já é feliz a caminho.
"Meu filho, sofre as demoras de Deus, espera com paciência, a fim de que, no tempo exato sua vida se enriqueça... na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Põe tua confiança em Deus e Ele te salvará" (Selecionado do livro do Eclesiástico, cap. 2).
A espera causa um sofrimento, e talvez você já tenha chorado muito; mas está escrito, a respeito de todos aqueles que passam por grandes tribulações, que é o próprio Senhor quem os espera para "enxugar-lhes todas as lágrimas dos olhos" (cf. Ap 7,14;21,4).
É importante fazer dessa verdade uma experiência viva e respirar fundo, enchendo o coração de esperança, porque, sem esperança, nada se faz. Quando vemos alguém se levantar, sorrir de novo, acreditar a ponto de parecer que renasceu, é que ele provou o calor e a doçura da esperança.
Há mais pessoas desesperadas do que problemas sem solução.
Existem certos venenos em animais peçonhentos que não matam, mas mantém a vítima em total paralisia. Assim, não podem escapar, nem mesmo se defender. Também é assim quando se perde a esperança: tudo pára, fica-se impotente ante as dificuldades da vida, mesmo das mais simples.

Márcio Mendes

A Missa explicada por padre Pio

Padre Pio era o modelo de cada padre... Não se podia assistir "à sua Missa", sem que nos tornássemos, quase sem perceber, "participantes" desse drama que se vivia a cada manhã sobre o altar. Crucificado com o Crucificado, o Padre revivia a Paixão de Jesus com grande dor, da qual fui testemunha privilegiada, pois lhe ajudava, na Missa.
Ele nos ensinava que nossa Salvação só se poderia obter se, em primeiro lugar, a cruz fosse plantada na nossa vida. Dizia: "Creio que a Santíssima Eucaristia é o grande meio para aspirar à Santa Perfeição, mas é preciso recebê-La com o desejo e o engajamento de arrancar, do próprio coração, tudo o que desagrada Àquele que queremos ter em nós".(27 de julho 1917).
Pouco depois da minha ordenação sacerdotal, explicou-me ele que, durante a celebração da Eucaristia, era preciso colocar em paralelo a cronologia da Missa e a da Paixão. Trata-se, antes de tudo, de compreender e de realizar que o Padre no altar É Jesus Cristo. Desde então, Jesus, em seu Padre, revive indefinidamente a mesma Paixão.
Do sinal da cruz inicial até o Ofertório, é preciso ir encontrar Jesus no Getsemani, é preciso seguir Jesus na Sua agonia, sofrendo diante deste "mar de lama" do pecado. É preciso unir-se a Jesus em sua dor de ver que a Palavra do Pai, que Ele veio nos trazer, não é recebida pelos homens, nem bem nem mal. E, a partir desta visão, é preciso escutar as leituras da Missa como sendo dirigidas a nós, pessoalmente .
O Ofertório: É a prisão, chegou a hora...
O Prefácio: É o canto de louvor e de agradecimento que Jesus dirige ao Pai, e que Lhe permitiu, enfim, chegar a esta "Hora".
Desde o início da oração Eucarística até a Consagração : Nós nos unimos (rapidamente!...) a Jesus em Seu aprisionamento, em Sua atroz flagelação, na Sua coroação de espinhos e Seu caminhar com a cruz nas costas, pelas ruelas de Jerusalém e, no "Memento", olhando todos os presentes e aqueles pelos quais rezamos especialmente.
A Consagração nos dá o Corpo entregue agora, o Sangue derramado agora. Misticamente, é a própria crucifixão do Senhor. E é por isso que Padre Pio sofria atrozmente neste momento da Missa.
Nós nos uníamos em seguida a Jesus na cruz, oferecendo ao Pai, desde esse instante, o Sacrifício Redentor. Este é o sentido da oração litúrgica que segue imediatamente à consagração.
"Por Cristo com Cristo e em Cristo" corresponde ao grito de Jesus: "Pai, nas Tuas Mãos entrego o Meu Espírito!" Desde então, o sacrifício é consumado pelo Cristo e aceito pelo Pai. Daqui por diante, os homens não mais estão separados de Deus e se encontram de novo unidos. É a razão pela qual, nesse instante, recita-se a oração de todos os filhos: "Pai Nosso...".
A fração da hóstia indica a Morte de Jesus...
A Intinção, instante em que o Padre, tendo partido a hóstia (símbolo da morte...), deixa cair uma parcela do Corpo de Cristo no cálice do Precioso Sangue, marca o momento da Ressurreição, pois o Corpo e o Sangue estão de novo reunidos e é ao Cristo Vivo que vamos comungar.
A Bênção do Padre marca os fiéis com a cruz, ao mesmo tempo como um extraordinário distintivo e como um escudo protetor contra os assaltos do Maligno...
Depois de ter escutado uma tal explicação dos lábios do próprio Padre e sabendo bem que ele vivia dolorosamente tudo aquilo, compreende-se que me tenha pedido segui-lo neste caminho... o que eu fazia cada dia... E com que alegria!
Pe. Jean Derobert

Amar dói

Amar dói. Se alguém disser que amar não dói precisa rever o conceito de amor. Mas, acredite: vale a pena amar; vale a pena arrancar um pedaço de nós para dar ao outro. O seu coração é maravilhoso, mesmo estando um pouco machucado, detonado, ele é lindo.
Abra a sua Bíblia agora no Evangelho de São Lucas, capítulo 19, versículos 1-10, você encontrará a leitura do encontro de Jesus com Zaqueu. Esse homem era cobrador de impostos; esta era uma profissão difícil. A riqueza desse homem vinha dos 'mensalões', do dinheiro do povo, ele 'passava a perna' em muita gente. Mas ele tinha um desejo muito grande de se encontrar com Jesus.
Mas o que tem a ver o Zaqueu comigo e com você? Você tem cara de cobrador de impostos? Pode até ser que não, mas você tem uma história, assim como ele. Aparentemente a vida dele não era bonita, mas aí é que entra o assunto do nosso artigo. Qual é a sua história? Você já teve vontade de fugir? De trocar de país?
A sua história, seja ela como tenha sido até aqui, é linda. Ela é rica! Assim como o Senhor entrou em Jericó para revolucionar a vida desse cobrador de impostos, Ele quer entrar na sua vida hoje para restaurar você. Quais são os problemas pelos quais você está passando? Quais sofrimentos você vive que o impedem de ver Jesus? Zaqueu não parou nos seus pecados, ele foi além. Qual é a multidão de coisas que você tem vivido que o proíbem de ver o Senhor?
A subida não é fácil, sair da multidão de coisas que nos impedem de vê-Lo também não o é. Mas Ele quer que você suba! Veja o Senhor que está passando. Encare os seus problemas, seja o que for que você tenha vivido até agora, não pare!
Para se encontrar com Jesus você precisa sair dos seus problemas. Não pare no limite, na dor, busque ver o Senhor nas situações da sua vida. É possível, sim, fazer escolhas diferentes. O que eu acho mais lindo em Deus é que Ele foi gente. Ele sofreu, foi humilhado, odiado... Jesus quis sofrer tudo isso para dizer para você que é possível dar um novo sentido à sua vida.
Deus existe e está cuidando de cada um de nós. Ele não o abandonou naquela dificuldade que você encontrou, Ele estava lá e ainda está aí do seu lado. É dos limitados e dos pobres a predileção de Deus. A sua história é uma história de salvação. Deus encontrou você um dia, deu-lhe vida e disse-lhe que você nasceu para dar certo.
Muitas respostas que nós damos hoje são consequências do passado. O que nós vivemos nos influencia no presente. Só que o que você faz com o seu passado pode ser mudado agora. Reinterpretar o seu passado pode ser feito agora. Em uma tragédia, você pode se desesperar ou descobrir onde estava Deus naquela situação. Você pode fazer a sua história diferente. Não pare nas situações da sua vida, vá além! Peça para o Senhor dar sentido e razão onde essas virtudes lhe faltaram um dia.
Diga: “Eu nasci para dar certo!” Você quer receber Jesus na sua casa? Então, acredite que o seu passado não determina você, ele apenas diz o que você é, mas não o que será. O seu presente quem decide é você.
Não pare no seu sofrimento, o seu futuro depende apenas de você! Hoje, se você escolher as respostas em Deus, tudo vai ser diferente. Descubra o Senhor nos pequenos detalhes da sua vida.

Adriano Gonçalves: é apresentador do programa Revolução Jesus na TV Canção Nova.

VIDEO: Parabola do Rico e Lazaro


quinta-feira, 22 de abril de 2010

Namoro Cristão

Com que idade se pode namorar? A Bíblia não especifica uma idade, mas claramente existe uma distinção entre agir 'como menino' (1 Co 13.11) e se portar como adulto.
Não é a idade cronológica que irá definir a sua capacidade de assumir um compromisso, mas a sua idade mental, a sua maturidade. Há jovens de vinte anos que se comportam como se tivessem quatorze ou quinze - são imaturos. As meninas costumam amadurecer mais cedo, enquanto os rapazes demoram um pouco mais. Assim antes de pedir alguém em namoro ou aceitar uma proposta, pondere sobre o assunto e só vá em frente se tiver certeza de sua maturidade.
Quanto à idade, outros fatores também devem ser considerados: a determinação dos pais e as normas das igrejas.Mas, caso se sinta maduro para o namoro bem como o seu par, você pode dialogar com seus pais.
O consentimento dos Pais
Alguns pais exigem que o rapaz antes de namorar a filha, venha pedir a eles o consentimento para o namoro. Não interprete essa atitude como um ato de despotismo ou de indelicadeza. Ao contrário, os pais têm todo o direito de saber quem a filha irá namorar. É um gesto bonito apresentar-se a eles e revelar as intenções que você tem quanto ao futuro - sendo você um cristão, elas só podem ser boas. Há pais que não fazem esse tipo de exigência, mas não deixe que eles saibam pela boca de outros que você está namorando.
Quando os pais do rapaz ou da moça - ou de ambos- reprovam um namoro, procure descobrir a causa da aversão. Se houver alguma questão grave envolvida, o namoro em princípio não deve continuar. Se existe verdadeiro amor entre vocês e se ambos estão na vontade de Deus, dêem-se um tempo para orar.
Não provoquem os seus pais, porque essa atitude não terá a aprovação de Deus. Esaú, irado por Ter perdido a benção da primogenitura, casou-se com mulheres de uma nação que os pais detestavam, só para provocá-los. E elas 'foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito'(Gn 26.35). Não tente imitar Esaú. Busque a solução em Deus. Ele não deixará dois servos fiéis sem resposta.
O namoro cristão não pode seguir padrões mundanos, mas deve ser orientado pelas Escrituras. A partir do momento em que você tiver maturidade para assumir um compromisso, procure alguém que tenha primeiramente um compromisso com Deus, sem esquecer que esse namoro deve ser regido pelas normas da família e da igreja, mas acima de tudo pelos preceitos imutáveis da Palavra de Deus.

Ninho do amor

No início de 2000, estava em missão no Espírito Santo e li uma revista semanal, que trazia segundo eles uma grande notícia; devido ao número surpreendente de jovens que não se drogavam na Colômbia, foi realizada uma pesquisa para se estudar a grande causa deste fenômeno, já que a maioria se droga.
Espantados os pesquisadores constatavam que jovens que tinham “liberdade controlada” pelos pais, que exerciam sobre eles uma “autoridade dialogada”, e que tinham seus “afetos declarados publicamente”, acabavam por não encontrar motivos para enveredar pelos atalhos tortuosos da droga.
Assustados os pesquisadores resolveram realizar no Brasil a mesma pesquisa especificamente no Rio de Janeiro, onde obtiveram o mesmo resultado e daí a decisão de publicar o grande resultado da pesquisa: “a solução está na família”, estavam pasmos ao ver que os jovens que tinham os pais presentes e atuantes em sua vida, são equilibrados.
A pesquisa do Rio de Janeiro trazia ainda um testemunho marcante de um pai, que ao ver seu filho começar a usar droga não desgrudava, e ia com ele onde quer que fosse, e dizia: “Vou ficar com você, porque te amo, e não quero te perder”, com pouco tempo o rapaz deixou a droga.
Nesses dias uma outra revista semanal traz uma reportagem sobre os “novos tipos de família”, onde existem apenas duas mães, ou dois pais. Homossexuais e lésbicas que estão adotando crianças, e trazia o testemunho de alguns desses filhos que sofreram traumas e precisaram de análise, e outros que vivem o dia a dia com a gozação dos amiguinhos. Trazia também o exemplo de duas mulheres que viveram juntas, e um amigo doou o esperma e através da inseminação artificial uma delas teve duas crianças, mas hoje as duas já se separaram, ficando as meninas com a mãe biológica, e esses são os “novos tipos de família”.
Os jovens drogados, as crianças abandonadas, os marginais nas penitenciárias, para onde quer que olhemos, vemos os frutos de famílias que não podem ser consideradas como uma família, e vemos também pessoas de bem equilibradas, pessoas comuns ou pessoas que se tornam até um exemplo para todos, muitas vezes filhos de pais simples, honrados trabalhadores, cheios de uma noção de moral, verdadeiras famílias! Não há dúvida: “O futuro da humanidade passa pela família” (João Paulo II ), as causas do presente estão na família, as soluções do que vivemos também está no amor em família, nesse bendito ninho de amor, criado por Deus, basta olhar aqueles que retomam o caminho, basta olhar famílias que adotam crianças, adotam trabalhos, passam a ser verdadeiros apóstolos em família, se você olhar ao seu redor, nas Igrejas, nas comunidades, verá casais, filhos, netos, famílias à serviço, do povo, estamos assistindo a tudo isso, por um lado o mundo e as conseqüências do pecado gerando vítimas nas famílias mais descuidadas, ou menos preparadas, e já que todos somos filhos, gerando verdadeiras “famílias vítimas” com todas as suas conseqüências.
Por outro lado vemos famílias severas que lutam, que se dedicam, que se consomem, dentro de casa para fazer valer ali “a lei da família”: a lei do amor; a partilha, a participação, a comunhão, a ajuda, a sinceridade, a verdade, a autenticidade, a vigília, e com o tempo, isso acaba ultrapassando as paredes das casas, seus membros acabam vivendo naturalmente o que aprenderam dentro de casa, a lei que viveram, e a trazem para os ambientes em que vivem, trabalham, e muitas vezes tomados pelas necessidades do mundo, acabam por colocar em comum os dons que receberam, para que o reino de Deus aconteça em nosso meio, acabam sendo servos.
Esses são frutos da lei vivida em casa: o amor. Se temos olhos para ver que dúvida ainda poderemos ter sobre a importância da família?
Laércio Oliveira / Com. Canção Nova

Soluções fáceis para problemas difíceis

Muitos erros e sofrimentos de nossos dias acontecem por querermos dar soluções fáceis para problemas difíceis, agravando ainda mais os problemas, ao invés de soluciona-los.
Quanto mais difícil é um problema, tanto mais difícil será a sua solução, pois não há solução fácil quando o problema é difícil.
Há sempre duas maneiras de solucionar um problema: a primeira será fácil: improvisada, rápida, cômoda, egoísta e sem sacrifícios; a segunda será difícil: demorada, planejada, árdua e dispendiosa. A segunda será eficaz e duradoura; a primeira, inócua e falsa.
Fazendo-se uma análise dos graves problemas que o homem de hoje enfrenta, é fácil observar como ele tem optado pela primeira maneira. Por isso sofre.
É fácil, por exemplo, retirar o pobre da rua; contudo, é difícil retirar a miséria do pobre; promove-lo, esta é a medida difícil e correta.
É fácil, por exemplo, diminuir o número de comensais em uma mesa; contudo, é difícil aumentar a quantidade de alimentos e reparti-los com amor; porém, esta é a solução certa e eficaz.
É fácil limitar o número de nascimentos, é fácil esterilizar homens e mulheres em massa, é fácil distribuir pílulas e camisinhas; contudo, é difícil implantar uma eficaz e digna paternidade responsável.
É fácil praticar um aborto e eliminar uma vida, mas é difícil aceitar, respeitar, amar e educar um ser humano.
É fácil condenar um criminoso à pena de morte, é difícil reeduca-lo e salva-lo.
É fácil matar um assassino, lincha-lo até a morte; é difícil matar o crime e salvar o criminoso.
É fácil fazer a guerra, é difícil manter a paz.
É fácil distribuir preservativos e seringas para se evitar a AIDS; é difícil ensinar as pessoas sobre o emprego moral do sexo e o valor da castidade.
É fácil propor o divórcio para um casal em crise; mas é difícil reconcilia-lo no perdão e no amor; mas esta é a verdadeira solução.
É fácil eliminar as crianças delinqüentes das ruas, sob o pretexto de se coibir o crime; mas é difícil educar essas crianças e indicar-lhes o sentido da vida.
É fácil e rápido apressar a morte de um paciente terminal com a eutanásia; mas é difícil respeitar a vida e seu Autor até o último instante.
É fácil fazer discursos políticos, mas é difícil eliminar o déficit público, o empreguismo, o nepotismo, a corrupção e o desperdício que atolam a nação.
É fácil liberar os baixos instintos e paixões; mas é difícil domina-los para que eles não nos escravizem.
É fácil fazer justiça com as próprias mãos, mas o justo e ético e esperar que ela seja feita pela lei e pelo direito, sob pena de sepultarmos a civilização.
É fácil invadir terras e prédios, sob o pretexto de que há má distribuição de rendas, etc, mas o difícil e correto é promover a reforma agrária, necessária, dentro da lei e da ordem, para que não haja ainda mais violência, luta de classes e injustiça.
Enfim, é fácil dar uma solução cômoda, rápida, inócua para um problema; mas é difícil, árduo e demorado, dar uma solução eficaz para o mal.
A Igreja Católica e o Papa serão sempre muito criticados e incompreendidos porque as soluções que propõem para os graves problemas da humanidade são difíceis, assim como o são os seus males. Mas são soluções eficazes.
Quando, por exemplo, Martinho Lutero, com suas amarguras e orgulho, precipitou a revolução protestante, e causou um furacão dentro da Igreja, esta foi sábia e soube realizar um Concílio – o de Trento – que durou 18 longos anos (1545-1563), para examinar cada ponto que fora questionado. Isto é prudência; isto é uma solução séria para um problema muito sério. Os frutos desse Concílio foram enormes, até hoje. Dele surgiu o Catecismo Romano, o primeiro da Igreja, que só agora, depois de 430 anos, é substituído pelo Catecismo da Igreja Católica, outorgado pelo Papa João Paulo II.
As soluções sérias são eficazes e duradouras; geradas no sofrimento, na oração, na paciência, nas lágrimas, no diálogo, na compreensão, etc.
Quando João XXIII quis renovar a Igreja, fazer o seu “aggiornamento”, não convocou apenas alguns poucos cardeais, para durante alguns poucos dias tratar do assunto. Não! Ele convocou todos os 2.600 Bispos do mundo todo, durante três anos seguidos (1962-1965), no Concílio Vaticano II, para, demorada e exaustivamente, sob a luz do Espírito de Cristo, com muita oração, estudo, trabalho, diálogo, analisar a questão. Por isso, hoje, após mais de trinta anos, o Concílio Vaticano II continua a dar os seus frutos e os dará ainda por muitos anos. Uma solução eficaz! “A pressa é inimiga da perfeição, diz o ditado popular”.
Precisamos aprender com a sabedoria chinesa que diz: “Se queres colher por um ano, semeia o grão. Se queres colher por dez anos, planta uma árvore. Se queres colher por cem anos, educa o povo”.
Não há solução fácil para problema difícil.
Toda vez que agirmos desta maneira, além de não resolvermos o problema, o agravaremos ainda mais.
Esta é a pior tendência do homem moderno; querer resolver todos os problemas de maneira rápida, com solução imediatista, atropelando o tempo, a moral, os costumes, a fé, e o próprio Deus. Por fim se dá conta de que correu em vão.
Há um provérbio que ensina: “Tudo que fazemos sem contar com o tempo, ele se incumbe de destruir”.
E o poeta já dizia: “gado, a gente tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente!”.
Acostumados a lidar com as “coisas”, a técnica e as máquinas, o homem de hoje se esquece que ele é dotado de uma alma imortal, com um fim transcendente em Deus.
O Papa João Paulo II tem nos ensinado que as soluções propostas por Cristo, para os graves problemas da humanidade; são difíceis, mas jamais decepcionam.
O Mestre continua a nos dizer: “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição... Estreita, porém é a porta e apertado o caminho da vida” (Mt 7,13´14).
www.cleofas.com.br

Coloquemo-nos no nosso lugar

Humildade tem a ver com humilhação e essa virtude nada mais é do que nos colocarmos no nosso lugar. A nossa tendência humana – por conta da nossa concupiscência – nos leva a sermos sempre o que não somos, pois sempre queremos ser mais do que os outros, mesmo que sejam pessoas que vivem dentro da Igreja. Por causa do nosso orgulho, nunca queremos ser rebaixados ou colocados no nosso lugar: o nada que somos.
Em Deus somos muito, por causa d'Ele, não por nós. Foi Ele quem nos escolheu e elegeu para sermos Seus filhos. A humildade não é autopiedade, é simplesmente nos colocarmos no nosso lugar diante de Deus e dos homens. Em outras palavras, é fazer o nosso papel, a nossa obrigação.
Este é um passo muito importante para nos aproximarmos de Deus: sermos humildes. Ser humilde quer dizer assumir a verdade que somos, viver com a verdade que temos. Assumir as maravilhas que Deus realiza em nossa vida, não só o que Ele ainda não fez. É viver de forma que nos colocamos no nosso lugar, mas assumimos que é o Senhor que nos sustenta, é Ele que nos segura com Seu amor de Pai. Não chegamos até aqui com nossas próprias forças, foi o Altíssimo quem sempre esteve nos segurando.
Temos um exemplo materno para seguir: o de Maria. No cântico do “Magnificat”, a Santíssima Virgem une quatorze trechos do Antigo Testamento para falar com a Palavra de Deus sobre a escolha que o Todo-poderoso tinha feito por ela. Maria foi humilde ao exaltá-Lo de uma forma que, assumindo a escolha que Ele fez para ela, todas as gerações iriam chamá-la de bendita. Não somente por ser Mãe de Deus, mas por ser a Mãe de Deus.
Nossa Senhora foi escolhida a Mãe de Deus e nós fomos escolhidos para ser filhos de Deus.
Como Pai, Ele cuida de nós com amor de predileção. Por isso devemos nos colocar diante d'Ele e agradecer pelo grande amor que Ele tem por nós e por tudo aquilo que realiza nas nossas vidas. Só o fato de estarmos vivos, lendo este parágrafo, já é um grande motivo para agradecer. Nós nos alegramos por aquilo que somos e não por aquilo que ainda não temos. O Altíssimo realiza maravilhas na minha vida e na sua, por isso temos de nos colocar no nosso lugar e não deixar que o nosso orgulho tome conta da escolha que Ele fez de nós. Somos filhos de Deus e como filhos, que são sustentados pelo Pai, nos colocamos diante d'Ele reconhecendo as maravilhas que Ele faz em nós.
Neste momento, com Maria, vamos nos colocar no nosso lugar diante de Deus, reconhecendo as maravilhas que Ele realiza na nossa vida, por isso nossa alma engrandece o Senhor e o nosso espírito se alegra em Deus o nosso Salvador
“A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador” (Diga a alegria de ser filho (a) de Deus).
“Porque olhou para a humildade da sua serva” (Se coloque agora no seu lugar assumindo a sua postura como filho e a de Deus como Pai).
“Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-Poderoso fez em mim maravilhas” (Diga agora as maravilhas que Deus já fez e faz na sua vida, na sua casa, na sua família, no seu emprego, nos seus negócios, em tudo que tem e tudo que você é).
Amém.

Padre Anderson Marçal

Por que a Bíblia católica é diferente da protestante?

A bíblia protestante tem apenas 66 livros porque Lutero e, principalmente os seus seguidores, rejeitaram os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (ou Sirácida), 1 e 2 Macabeus, além de Ester 10,4-16; Daniel 3,24-20; 13-14.
A razão disso vem de longe.
No ano 100 da era cristã os rabinos judeus se reuniram no Sínodo de Jâmnia (ou Jabnes), no sul da Palestina, a fim de definirem a Bíblia Judaica. Isto porque nesta época começava a surgir o Novo Testamento com os Evangelhos e as cartas dos Apóstolos, que os Judeus não aceitaram.
Nesse Sínodo os rabinos definiram como critérios para aceitar que um livro fizesse parte da Bíblia, o seguinte:
(1) deveria ter sido escrito na Terra Santa;
(2) escrito somente em hebraico, nem aramaico e nem grego;
(3) escrito antes de Esdras (455-428 a.C.);
(4) sem contradição com a Torá ou lei de Moisés.
Esses critérios eram nacionalistas, mais do que religiosos, fruto do retorno do exílio da Babilônia. Por esses critérios não foram aceitos na Bíblia judaica da Palestina os livros que hoje não constam na Bíblia protestante, citados antes. Acontece que em Alexandria no Egito, cerca de 200 anos antes de Cristo, já havia uma forte colônia de judeus, vivendo em terra estrangeira e falando o grego. Os judeus de Alexandria, através de 70 sábios judeus, traduziram os livros sagrados hebraicos para o grego, entre os anos 250 e 100 a.C, antes do Sínodo de Jâmnia (100 d.C). Surgiu assim a versão grega chamada Alexandrina ou dos Setenta. E essa versão dos Setenta, incluiu os livros que os judeus de Jâmnia, por critérios nacionalistas, rejeitaram.
Havia então no início do Cristianismo duas Bíblias judaicas: uma da Palestina (restrita) e a Alexandrina (completa – Versão dos LXX). Os Apóstolos e Evangelistas optaram pela Bíblia completa dos Setenta (Alexandrina), considerando canônicos os livros rejeitados em Jâmnia. Ao escreverem o Novo Testamento usaram o Antigo Testamento, na forma da tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta era diferente do texto hebraico. O texto grego “dos Setenta” tornou-se comum entre os cristãos; e portanto, o cânon completo, incluindo os sete livros e os fragmentos de Ester e Daniel, passou para o uso dos cristãos.
Das 350 citações do Antigo Testamento que há no Novo, 300 são tiradas da Versão dos Setenta, o que mostra o uso da Bíblia completa pelos apóstolos. Verificamos também que nos livros do Novo Testamento há citações dos livros que os judeus nacionalistas da Palestina rejeitaram. Por exemplo: Rom 1,12-32 se refere a Sb 13,1-9; Rom 13,1 a Sb 6,3; Mt 27,43 a Sb 2, 13.18; Tg 1,19 a Eclo 5,11; Mt 11,29s a Eclo 51,23-30; Hb 11,34 a 2 Mac 6,18; 7,42; Ap 8,2 a Tb 12,15.
Nos séculos II a IV houve dúvidas na Igreja sobre os sete livros por causa da dificuldade do diálogo com os judeus. Finalmente a Igreja, ficou com a Bíblia completa da Versão dos Setenta, incluindo os sete livros.
Por outro lado, é importante saber também que muitos outros livros que todos os cristãos têm como canônicos, não são citados nem mesmo implicitamente no Novo Testamento. Por exemplo: Eclesiastes, Ester, Cântico dos Cânticos, Esdras, Neemias, Abdias, Naum, Rute.Outro fato importantíssimo é que nos mais antigos escritos dos santos Padres da Igreja (Patrística) os livros rejeitados pelos protestantes (deutero-canônicos) são citados como Sagrada Escritura. Assim, São Clemente de Roma, o quarto Papa da Igreja, no ano de 95 escreveu a Carta aos Coríntios, citando Judite, Sabedoria, fragmentos de Daniel, Tobias e Eclesiástico; livros rejeitados pelos protestantes.Ora, será que o Papa S. Clemente se enganou, e com ele a Igreja? É claro que não. Da mesma forma, o conhecido Pastor de Hermas, no ano 140, faz amplo uso de Eclesiástico, e do 2 Macabeus; Santo Hipólito (†234), comenta o Livro de Daniel com os fragmentos deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes, e cita como Sagrada Escritura Sabedoria, Baruc, Tobias, 1 e 2 Macabeus.
Fica assim, muito claro, que a Sagrada Tradição da Igreja e o Sagrado Magistério sempre confirmaram os livros deuterocanônicos como inspirados pelo Espírito Santo.
Vários Concílios confirmaram isto: os Concílios regionais de Hipona (ano 393); Cartago II (397), Cartago IV (419), Trulos (692). Principalmente os Concílios ecumênicos de Florença (1442), Trento (1546) e Vaticano I (1870) confirmaram a escolha.
No século XVI, Martinho Lutero (1483-1546) para contestar a Igreja, e para facilitar a defesa das suas teses, adotou o cânon da Palestina e deixou de lado os sete livros conhecidos, com os fragmentos de Esdras e Daniel.
Sabemos que é o Espírito Santo quem guia a Igreja e fez com que na hesitação dos séculos II a IV a Igreja optasse pela Bíblia completa, a versão dos Setenta de Alexandria, o que vale até hoje para nós católicos.
Lutero, ao traduzir a Bíblia para o alemão, traduziu também os sete livros (deuterocanônicos) na sua edição de 1534, e as Sociedades Biblícas protestantes, até o século XIX incluíam os sete livros nas edições da Bíblia.
Neste fato fundamental para a vida da Igreja (a Bíblia completa) vemos a importância da Tradição da Igreja, que nos legou a Bíblia como a temos hoje. Disse o último Concílio: “Pela Tradição torna-se conhecido à Igreja o Cânon completo dos livros sagrados e as próprias Sagradas Escrituras são nelas cada vez mais profundamente compreendidas e se fazem sem cessar, atuantes. Assim o Deus que outrora falou, mantém um permanente diálogo com a Esposa de seu dileto Filho, e o Espírito Santo, pelo qual a voz viva do Evangelho ressoa na Igreja e através da Igreja no mundo, leva os fiéis à verdade toda e faz habitar neles copiosamente a Palavra de Cristo” (DV,8).
Por fim, é preciso compreender que a Bíblia não define, ela mesma, o seu catálogo; isto é, não há um livro da Bíblia que diga qual é o Índice dela. Assim, este só pôde ter sido feito pela Tradição Apostólica oral que de geração em geração chegou até nós.
Se negarmos o valor indispensável da Tradição, negaremos a autenticidade da própria Bíblia.

Prof. Felipe Aquino

terça-feira, 20 de abril de 2010

Video: Batismo de Criança

Por que os Padres não podem casar-se ?

Por que os Padres católicos não se casam? Assim haveria mais vocação e menos escândalos. A própria Bíblia o recomenda em I Tim 3,2: "É necessário que o bispo seja irreprensível ; que tenha casado com uma só mulher..."
RESPOSTA : S. Paulo não era casado. (veja I Cor 7,8). Numa das suas cartas ele recomenda : Sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo". Escrevendo, pois, a Timótio, que também era bispo celibatário, não lhe podia aconselhar casamento. Porém, por falta de candidatos celibatários para a função episcopal (naquela época!), ele lhe recomenda escolher também homens casados - virtuosos. Daí 14:29 8/1/2008na sua carta (I Tim 3,2) ele não coloca acento nas palavras : "que seja casado"..., mas nas palavras: ... "com uma só mulher"... - e não com duas ou três, mesmo que sucessivamente, - o que seria de moleza e muita paixão, deixando pouco zelo e dedicação para Deus e as almas. Em I Cor 7,32-33 S. Paulo apresenta os argumentos em favor do celibato: "O que está sem mulher, está cuidadoso das coisas que são do Senhor, como há de agradar a Deus. Mas o que está casado, está cuidadoso das coisas que são do mundo, como há de dar gosto à sua mulher."A Igreja Católica reconhece que a exigência do celibato dos padres não é lei divina, mas de lei eclesial, que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo os Apóstolos de Jesus deixavam a convivência matrimonial e familiar, para se dedicar inteiramente à propagação do Reino de Deus, - como consta de Lc 18,28-30: "Disse depois Pedro: "Eis que nós deixamos tudo o que nos pertence para te seguir". Ele respondeu-lhes: "Em verdade vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba o múltiplo no tempo presente, e no século que há de vir, a vida eterna". Assumindo livremente o celibato, o sacerdote imita a maneira de viver de Jesus - celibatário, - inteiramente dedicado às coisa do Pai e de seu Reino.

O que são Cardeais, Arcebispos, Bispos, padres, cônegos e Monsenhor

BISPOS, ARCEBISPOS E CARDEAIS
Todos são ordenados, no grau máximo do sacramento da Ordem. Todos são bispos, palavra que deriva do grego epíscopos, que significa supervisor. Para chamá-los usa-se o título de Dom, abreviatura do latim dominus, senhor. Com o Papa à frente, os bispos do mundo inteiro formam o Colégio Apostólico, que sucede ao grupo dos apóstolos, os quais tinham a Pedro como seu líder. Assim, a Igreja é guiada pela história afora pelos mesmos pastores escolhidos por Jesus Cristo. O Bispo é o pastor da Igreja particular, responsável pelo ensinamento da Palavra de Deus, pela celebração da Eucaristia e demais sacramentos e pela animação e organização dos carismas e ministérios do Povo de Deus. Ele é obrigado a fazer a visita “ad limina apostolorum” a Roma, e ao Papa, de quatro em quatro anos, quando então apresenta à Santa Sé um relatório de sua diocese e é recebido pelo Papa. Os bispos são, em suas dioceses, o princípio visível e o fundamento da unidade com as outras dioceses e com a Igreja universal. É obrigado pelo Código de Direito Canônico da Igreja a pedir renúncia ao completar 75 anos. Arcebispo é o bispo de uma Arquidiocese, o titular da sede metropolitana, que é a diocese mais antiga de uma Província Eclesiástica, que é formada pelo conjunto de diversas dioceses. Ele é responsável pelo zelo da fé e da disciplina eclesiástica e pela presidência das reuniões dos bispos da Província. Mas não intervém diretamente na organização e na ação pastoral das demais dioceses (sufragâneas) da arquidiocese. O arcebispo usa, nos limites de sua Província, durante as funções litúrgicas, como sinal de unidade de sua Província com a Igreja em todo o mundo, o pálio, que lhe é entregue pelo Papa, no dia da festa de S. Pedro e S. Paulo, 29 de junho: uma faixa branca decorada de cruzes pretas que cobre os ombros, confeccionada com a lã de um cordeiro. "Hoje, por determinação do cânon 351, parágrafo 1o., todos os cardeais têm que ser, primeiro, ordenados bispos. Em alguns raros casos, presbíteros de Roma, em idade superior à 80 anos são nomeados cardeais e, por serem inelegíveis ao sumo pontificado, podem abrir mão da ordenação episcopal para serem cardeais. Tirando esta rara exceção, somente bispos são nomeados cardeais seja no grau de cardeal-bispo, cardeal-presbítero ou cardeal-diácono." (Fernando Queiroz)São escolhidos pessoalmente pelo Papa, como representantes da Igreja em todo o mundo, para formarem o Colégio dos Cardeais. São responsáveis pela assessoria direta ao Papa na solução das questões organizativas e econômicas da Santa Sé, na coordenação dos diversos Dicastérios (uma espécie de ministério do Vaticano) que compõem o serviço da Santa Sé em favor da comunhão em toda a Igreja e da justiça para com os pobres do mundo todo. São também os responsáveis pela eleição do novo Papa enquanto não completarem 80 anos. A reunião dos Cardeais se chama Consistório e acontece quando o Papa a convoca.
PADRES, CÔNEGOS E MONSENHORES
Pelo sacramento da Ordem, não há nenhuma diferença entre padre, cônego ou monsenhor. Todos são ordenados, no segundo grau desse sacramento. Todos são presbíteros do Povo de Deus. Hoje, os títulos de cônego e monsenhor são honorários e não indicam a posse de nenhum cargo ou posição na Igreja. Antes das reformas conciliares, eles formavam o cabido diocesano, para a função de conselheiros do bispo, o governo da diocese durante a vacância e o esplendor das funções litúrgicas na catedral. Hoje, o bispo conta com diversos Conselhos, que são formados por representantes de todo o clero e do laicato. Não contam os títulos, mas a disposição para o serviço comum e comunitário da evangelização. Hoje, cônego e monsenhor são títulos de homenagem e reconhecimento por serviços prestados à Igreja. Além disso, o título de monsenhor é também usado para o padre que foi eleito bispo. Enquanto ele não é ordenado bispo, é chamado de monsenhor.

Prof. Felipe Aquino

Qual a diferença entre Frei e Padre?

Há gente que pergunta com freqüência sobre a diferença entre padre e frei. Qual estudou mais? Quem é mais importante? Quem é melhor?Brincando para fazer pensar: tem frei que é padre e tem frei que não é padre. Tem padre que é frei e tem padre que não é frei. “Padre” e “Frei” são títulos como “Bacharel”, “Doutor”, etc. Vamos alinhavar isso:Padre – vem de pater, pai em latim. É um título para o sacerdote: um homem retirado do povo para servir o sagrado, para santificar... como um bom pai de família. Ao falar em padre, normalmente se pensa em padre que trabalha numa paróquia. Pensa-se numa espécie de pai para a comunidade.Ou se pensava?!Frei – vem de frater, irmão, frade em latim. Frade é membro de uma congregação religiosa, homens que vivem uma mesma regra e mesmo ideal, num convento. É título do religioso. Entre si e perante os outros, os frades se chamam de “Frei”, uma abreviação de “Frade”. Sacerdócio – ser padre – é uma vocação. Como o casamento é uma vocação. Ser religioso é outra vocação (ser Franciscano, Jesuíta, Salesiano, Redentorista, Dominicano, etc.; mais de uma dessas se chamam de freis, como título interno. Os beneditinos se intitulam de “Dom”). As duas vocações não se repelem. Colaboram. Há religiosos que também se tornam padres e há também frades (freis) que não são ordenados padres. Chamamo-los de “Irmãos Leigos”. Dentro de um convento podem até ser superiores, assim como vocês conhecem “Freiras”, “Irmãs”, no mundo feminino, temos os “Freis”, “Irmãos”, no mundo masculino. Então, um religioso, que é ordenado padre, tem dois títulos: Padre e Frei. O grau de sacerdócio é o mesmo. Nem há diferença nos estudos: todos os padres devem ter cursos de filosofia e teologia, como base. Alguns se especializam em alguma matéria, tanto entre os chamados padres diocesanos (ou seculares) como entre os religiosos.

Fonte: Frei Félix - Fegger, OFM Santos/SP –

segunda-feira, 19 de abril de 2010

As pessoas erram porque querem

Quanto mais faço a experiência de conhecer as pessoas mais acredito no ser humano. A medida que vou me descobrindo e descobrindo os outros, mais se torna forte em mim a certeza de que as pessoas são boas.
Todos recebemos de Deus muitas capacidades e podemos fazer coisas boas, todos somos capazes de acertar. O homem é uma criatura fantástica, dotada de inteligência, bondade, sensibilidade, entre outras virtudes, que, se estimuladas de maneira certa, assumem uma fecundidade surpreendente.
Acredito que ninguém erra porque quer, ninguém é infeliz querendo ser, com consciência disso. Todos querem ser felizes, é impossível que alguém goste de ser frustrado, mas, nem todos sabem realmente qual caminho trilhar para alcançar a felicidade.
A mentalidade vigente (paganizada e hedonista) ilude por demais as pessoas. Tem gente vivendo o adultério, o homossexualismo, os vícios, etc, acreditando cegamente que está certo, que está no caminho da felicidade, porque aprendeu a vida inteira que o que vale é somente o prazer, "a todo custo", e que é somente este que vai lhe trazer a autêntica alegria.
A mídia secularizada (e conseqüentemente paganizada) nos formou, fazendo-nos acreditar que precisamos viver somente o agora (pragmatismo), buscar o prazer agora, sem pensar no amanhã, criando assim uma geração (em grande parte) irresponsável e frustrada; porque buscando alegria num imediatismo inconsistente, só encontrou insatisfação, e evidentemente, colhe hoje os terríveis frutos de sua infeliz busca.
É necessário avaliar a formação familiar de cada individuo. É difícil para um pai que foi educado a base de pancadas, entender que é com amor que se educa um filho, e mesmo quando ele entende, é necessário um esforço enorme para que este consiga traduzir em gestos o amor.
Pra quem nunca recebeu amor, amar, e deixar-se amar é uma violência, ainda mais se tal pessoa não tem uma experiência do amor de Deus.
Pessoas que tiveram histórias duras, de desamor, muitas vezes até tentam amar, mas não conseguem, tentam externar o amor, mas acabam por encontrar-se encarceradas no território da própria limitação. Pessoas assim amam como podem, como hoje são capazes. Uma resposta dura pode ser uma forma de amar, imperfeita sim, mais pode ser uma manifestação de amor.
Muitos dos que hoje são considerados ruins, o são por causa das condições e influências que sofreram, outros também, sentem-se como que obrigados a serem assim, por medo de serem massacrados pela vida e pela sociedade.
Há quem acorde de madrugada, trabalhe o dia inteiro, depois enfrente o transito estressante de uma grande cidade, e quando chega em casa de noite não consegue ser gentil com os seus, como gostaria de ser... entenda-se bem, nossos problemas não podem servir de justificativas para nossos erros, mas não se pode negar que estes são fatos que influenciam em nosso comportamento. Isso nos leva a compressão do ser humano em suas diversas características, não encobrindo suas fraquezas, mais focando-o com mais misericórdia e paciência diante de seus limites naturais.
Compreendo que viver bem o Cristianismo é lutar cotidianamente para entender as pessoas, sem fixar-se na superfície, na aparência, procurando compreender o porque de cada atitude, de cada reação. Mais uma vez ouso dizer: Ninguém é ruim porque quer, existem fatores condicionantes que levam as pessoas a serem o que são, fatores que podem ser desmistificados e até mesmo extirpados com um pouco de paciência e compreensão.
Todos são bons, mas nem todos sabem disso...
Eis aí uma bela forma de ser Cristão; levar ao ser humano a consciência do valor que se tem, fazendo-o acreditar na vida e nas próprias potencialidades. Assim daremos a esperança o direito de se estabelecer vitoriosa, dando a vida a oportunidade de ser mais feliz.

Adriano Zandoná